Sesc SP

Matérias do mês

Postado em

O desejo de uma coletividade

Coletivo Educador de Bertioga visitando umas das áreas da Reserva<br>Acervo Ecofuturo/Séfora Tognolo
Coletivo Educador de Bertioga visitando umas das áreas da Reserva
Acervo Ecofuturo/Séfora Tognolo

No dia 21 de setembro, na ocasião do encontro de diretores do Sesc, a Reserva Natural Sesc em Bertioga será apresentada, e em breve estará aberta ao público. Entre as várias ações realizadas em prol da conservação da natureza e educação ambiental, foi fomentada a formação de um coletivo educador, para ampliar a reflexão sobre as questões socioambientais de Bertioga.

#Início 

Durante o processo de elaboração do Plano de Manejo da Reserva Natural Sesc em Bertioga o envolvimento e a participação da comunidade local foram aspectos significativos. Ao longo dos dois anos, participaram diretamente 300 pessoas em reuniões, entrevistas e encontros-diagnósticos. Essa estratégia tornou possível conhecer melhor a percepção dos moradores sobre aquela área de floresta e as suas expectativas frente à proposta do Sesc de criação de uma Unidade de Conservação. Diante da possibilidade de continuidade da ação educativa voltada ao desenvolvimento local, surgiu a ideia de fomentar a criação do Coletivo Educador.

Sob o ponto de vista de Séfora Tognolo, agente de educação ambiental do Sesc Bertioga, que atua principalmente no relacionamento com a comunidade, “o processo de criação da reserva tem produzido discussões sobre temas como participação, qualidade de vida e conservação ambiental, gerando maior interesse pela natureza e o sentimento de pertencimento das pessoas com o local onde vivem”.

#Coletivo

A cada encontro realizado com a comunidade, a percepção sobre a área da Reserva era ampliado e, na mesma medida, os questionamentos sobre a questão ambiental em Bertioga e os anseios dos cidadãos com o município eram expostos. Segundo Ligia Maria Ortega Jantalia, professora aposentada e participante do Coletivo Educador de Bertioga, tudo isso estimulou a “vontade de agir em relação à problemática socioambiental do território e consequentemente contribuir na transformação dessa realidade”.

A criação do Coletivo Educador veio ao encontro do princípio adotado pelo Sesc de promover o diálogo com a comunidade e, assim, encontrar caminhos coletivos em prol do ambiente e da cidade. Nesse contexto, o  Sesc São Paulo convidou Semiramis Biasoli, especialista em gestão e educação ambiental, para auxiliar na formação e mediação dos encontros  do grupo, durante o ano de 2016.

Mas o que é o Coletivo Educador de Bertioga?

De acordo com Semiramis Biasoli, “o objetivo deste Coletivo Educador (CE) é atuar com toda a cidade de Bertioga na busca da transformação socioambiental do território e para tal, é necessário juntar forças com os cidadãos atuantes nas instituições do município. Por isso, definiu-se que sua missão é a formação de pessoas para ações coletivas e concretas, na busca da transformação do território, ou seja, o CE vai formar formadores, que atuam em várias ações, projetos, inciativas concretas e necessárias para o enfrentamento da problemática socioambiental – é um processo de estudar, refletir, planejar e agir.  E mais ainda, tudo isto de forma coordenada e articulada com as políticas locais e externas – o desafio é grande, porém é realizável.”

O grupo é formado atualmente por pessoas de diversas atuações em Bertioga, como professores, ambientalistas militantes, cidadãos/as que atuam na causa e por instituições como o Viveiro Municipal, Parque Estadual da Restinga de Bertioga, iniciativa privada, entre outras. “Esse contato criativo mostrou que as instituições queriam se conhecer melhor, pensar juntas as questões socioambientais da cidade e propor projetos e possibilidades de ação conjunta”, comenta Séfora Tognolo.

“Todos que trabalhavam ou militavam em do meio ambiente na cidade o faziam de forma mais isolada. Vi, na criação do coletivo, uma oportunidade de me reunir com outras pessoas e realizar as atividades de forma coletiva, desta maneira fortalecendo as atividades ambientais e fazendo com que as mesmas cheguem a mais pessoas”, relatou Ícaro Camargo, professor na área de meio ambiente em Bertioga.

Entre as ações já desenvolvidas pelo Coletivo destaca-se a participação nas discussões sobre o plano diretor e o plano de gestão de resíduos sólidos de Bertioga; os diálogos sobre a transposição do Rio Itapanhaú; a realização de mutirões como o Dia Mundial de Limpeza de Praias e Rios. Além disso, integrantes do Coletivo e moradores da região se encontram para a realização de atividades educativas e culturais. 

Quer participar e/ou conhecer o Coletivo Educador de Bertioga?

As reuniões são abertas para todos, basta comparecer. Para informações clique aqui.

Para saber mais sobre a Reserva Natural, clique aqui.
 

Coletivo educador, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente 

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, “Coletivos Educadores são conjuntos de instituições que atuam em processos formativos permanentes, participativos, continuados e voltados à totalidade e diversidade de habitantes de um determinado território. O Coletivo Educador é, ao mesmo tempo, resultado e realizador do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) e do Programa Nacional de formação de Formação de Educadoras e Educadores Ambientais (ProFEA). O papel de um Coletivo Educador é promover a articulação institucional e de políticas públicas, a reflexão crítica acerca da problemática socioambiental, o aprofundamento conceitual e criar condições para o desenvolvimento continuado de ações e processos de formação em Educação Ambiental com a população do contexto, visando a sinergia dos processos de aprendizagem que contribuem para a construção de territórios sustentáveis. Os Coletivos Educadores favorecem a continuidade das propostas de formação, a otimização de recursos locais, regionais e federais, a articulação de programas e projetos de desenvolvimento territorial sustentável. Para que o desenvolvimento de processos educacionais amplos, continuados, sincrônicos e permanentes, perpassem todo o tecido social há a necessidade da conjunção de recursos e competências que dificilmente se encontram numa única instituição. - Fonte: Ministério do Meio Ambiente