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No projeto Teatro Mínimo de novembro, uma história arrepiante: Para Gelar a Alma

As atrizes  Abigail Tatit, Edi Fonseca e Zeza Mota
As atrizes Abigail Tatit, Edi Fonseca e Zeza Mota

Para Gelar a Alma é um espetáculo de imaginação e mistério do grupo 'Na Companhia de Mulheres', livremente inspirado em contos do escritor Edgar Allan Poe e em uma história verídica de maldição familiar feminina. O público é recebido por Morella, Ligeia e Berenice, três mulheres benzedeiras que foram amaldiçoadas e escaparam da morte, e convidado a ouvir histórias, tomar café e aprender com elas rituais e simpatias, numa noite atípica em que revelações decisivas virão à tona. Uma atmosfera de medo e suspense é criada, em um cenário intimista, com trilha sonora especial e uma iluminação que leva o público a ficar bem próximo das benzedeiras.  

Ligeia e Morella são irmãs, primas de Berenice, todas elas vivem sob a maldição de morte e condenadas a solidão. Morella sofre de catalepsia e tem medo de ser enterrada viva. Berenice, numa tentativa de quebrar a maldição, foge com seu grande amor e o perde num naufrágio de barco. Ligeia tem receio de sair de casa, após ter sido sequestrada e torturada quase até a morte, trabalha como jardineira no cemitério.

A peça e as personagens surgiram do desejo inicial do grupo de trabalhar o medo e pesquisar histórias de suspense e mistério. Histórias arrepiantes da tradição oral contadas ao pé da cama antes de dormir ou ao redor das fogueiras, contos de assombração dos escritores expoentes do gênero do suspense e terror, pesquisas sobre o imaginário religioso, lendas e crendices enraizadas no feminino e memórias pessoais das atrizes foram alguns dos subsídios da pesquisa. Antes, porém, da definição da maldição comum a elas, foram escolhidos pelo grupo três contos de Edgar Alan Poe; “O Enterro Prematuro”, trata de uma pessoa que é enterrada viva e sobrevive, “O Poço e o Pêndulo” sobre um episódio de prisão e tortura e “Uma Descida no Maelströn”, que trata de uma personagem que fica com cabelos brancos da noite para o dia após sobreviver a um trágico naufrágio, para ser a principal referência literária que desse a Ligeia, Morella e Berenice uma tônica ainda mais misteriosa.

O grupo Na Companhia de Mulheres, integrante da Cooperativa Paulista de Teatro, foi formado em 2004 por três atrizes com vontade de discutir a posição feminina no mundo atual, sua história ao longo da linha do tempo e seus diversos papéis nela vividos. Desde então, foram produzidos sete espetáculos. Para Gelar a Alma é a oitava produção desse grupo que procura explorar diferentes linguagens teatrais através da visão de novos diretores, trazendo à tona questões contemporâneas que buscam promover discussões a uma gama mais eclética de espectadores.

Curioso para saber o que acontece? Ou ficou com medo? Se tiver coragem, a peça fica em cartaz no Sesc Ipiranga de 13/11 a 12/12.