Teoria cultural e cultura popular: uma introdução
Publicação apresenta vasta pesquisa sobre diferentes teorias e pontos de vista acerca da cultura popular e se configura como uma introdução essencial para o tema
Lançado pela primeira vez no Brasil pelas Edições Sesc São Paulo, o livro Teoria cultural e cultura popular: uma introdução, do professor John Storey (Universidade de Sunderland, Reino Unido), apresenta as principais correntes de discussão sobre as áreas aludidas no título e busca compreender os fatores que levaram à separação radical entre alta cultura e cultura popular. Ao utilizar uma abordagem acessível e exemplos relevantes de textos e práticas culturais, a obra se configura como uma introdução essencial ao tema e leitura fundamental para estudantes de graduação e pós-graduação nas áreas de cultura, mídia, comunicação, sociologia da cultura, cultura popular e assuntos relacionados.
Conforme o autor esclarece no prefácio, seu objetivo não é o de estabelecer uma história do encontro entre teoria cultural e cultura popular, mas tratar teoria cultural/cultura popular como uma formação discursiva, concentrando-se menos na procedência histórica e mais em como tal formação funciona ideologicamente no presente. Acima de tudo, a intenção é oferecer uma introdução ao estudo acadêmico de cultura popular.
Organizado em dez capítulos, o livro indaga sobre o que nos parece aparentemente estável, sem necessariamente sê-lo, isto é, a conceituação e valoração da cultura em si mesma. Storey parte da reflexão sobre os conceitos de cultura e ideologia e suas definições segundo distintas teorias e visões de mundo para discutir a ambiguidade em torno da cultura popular e da alta
cultura, observando em que medida as intersecções entre as duas áreas estão ou não claramente demarcadas, ponderando a influência da sociedade e da história para esse entendimento e questionando os conceitos preconcebidos e sua pretendida aceitação.
Da tradição à globalização
Enquanto as seções “O que é cultura popular?”, “A tradição da ‘cultura e civilização’” e “Culturalismo” apresentam definições fundadoras e argumentos clássicos, os textos presentes em “Marxismos”, “Psicanálise” e “Estruturalismo e pós-estruturalismo” tratam da influência que essas correntes teóricas exerceram sobre o estudo da cultura e de suas áreas afins. Já as seções “Gênero e sexualidade”, “’Raça’, racismo e representação”, “Pós-modernismo” e “A política do popular” exploram os principais conceitos que sustentam as manifestações culturais e artísticas dos últimos anos, como a teoria queer e a ideia de “branquidade”, além de examinar com bastante rigor as noções de pós-modernidade e de globalização, entre outras questões.
Para evitar equívocos e distorções e manter-se fiel ao objetivo fundamental de servir como introdução ao estudo acadêmico do tema, Storey insere ao longo da obra citações e comentários detalhados de inúmeros críticos e teóricos, oferecendo ao final de cada seção uma extensa e valiosa lista de leituras complementares aos textos primários debatidos em cada capítulo.
Por meio de Teoria cultural e cultura popular: uma introdução, o leitor aprende como esses dois conceitos foram apropriados pelos diversos discursos modernos e contemporâneos e percebe que cultura popular é uma categoria conceitual a ser preenchida das mais variadas maneiras, frequentemente conflitantes, dependendo do contexto ideológico utilizado.
Veja também:
:: Resenha | Referência conceitual. Por Newton Cunha
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