Sesc SP

postado em 27/09/2013

Em produção: Sal da Terra

Sebastião Salgado/Foto: Laura Rosenthal
Sebastião Salgado/Foto: Laura Rosenthal

Nascido na vila de Conceição do Capim, no interior do estado de Minas Gerais, Sebastião Salgado mudou-se para São Paulo para estudar economia na USP, de 1963 até 1967, ano em que se casou com Lélia Deluiz Wanick.

O casal, engajado no movimento de esquerda contra a ditadura militar se viu na necessidade de emigrar para Paris, em 1969. Inicialmente, Sebastião Salgado trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café, em Londres. A paixão por fotografia surgiu quando fez sua primeira sessão de fotos com a máquina fotográfica Leica de sua esposa, durante viagens de trabalho para a África. Logo depois, em 1973, ele se tornou fotojornalista independente.

De lá para cá foram 12 prêmios internacionais e nacionais, 11 livros lançados e o mais recente, Gênesis, conta com uma grande exposição no Sesc Belenzinho, em cartaz até dia primeiro de dezembro.

A grande diferença entre Gênesis e outros projetos é que enquanto Salgado fotografava os mais belos cantos do mundo, seu filho, Juliano Ribeiro Salgado, registrava seu trabalho em vídeo. “Mesmo o Juliano sendo o meu filho, o nosso filho, viajando comigo, é muito difícil fotografar tendo alguém te filmando”.

Juliano já havia proposto de fazer um documentário sobre a infância do pai algumas vezes, mas nunca havia sido possível. Durante as viagens para a produção de Gênesis, que mostra os mais belos e remotos lugares do mundo, Juliano acompanhou o pai em 5 ou 6 viagens, registrando cada momento e aproveitando para realizar algumas entrevistas. Wim Wenders, cineasta, amigo próximo da família e “um excelente fotógrafo” de acordo com Sebastião, havia também mostrado interesse em realizar um documentário sobre o fotógrafo brasileiro. “Então, discutindo, veio a ideia deles trabalharem juntos e de realizarem um corpo de trabalho que pudesse reunir a ideia dos dois. Então o Juliano fez as viagens comigo através do planeta e o Wim fez uma parte muito importante que foi sobre minhas fotografias anteriores ao Gênesis” explica Sebastião.

E sobre se tornar o assunto da cena, o fotógrafo comenta “é uma sensação um pouco estranha, o que eu nunca fiz. Então, eu possivelmente não teria feito para outras pessoas que não fossem o meu filho Juliano ou o Wim, que é um grande amigo nosso”.

“É um outro planeta”

A reação de Sebastião Salgado é de comparar a rapidez da fotografia com a “lentidão” do cinema: “o cinema é muito repetitivo, o cinema é muito lento em relação à fotografia. Já tem mais de um ano que estão trabalhando na montagem deste filme. Eu não compreendo bem as montagens dos filmes, para mim é um outro departamento, um outro planeta. Eu não me envolvo muito. Eu quero ter a surpresa de ver o que vai sair de tudo isso porque trabalharam tanto, viajaram tanto, entrevistaram tanto, que eu quero ver como eles vão sistematizar tudo isso em duas horas de projeção”. 

O projeto, ainda em fase de pós-produção, será lançado em DVD pelo Selo Sesc. 

Conheça mais sobre outros projetos do Selo Sesc.