CIRCOS 2023 traz espetáculos e oficinas com artistas de 19 países

22/05/2023

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Yé! – Água, da companhia guineense Circus Baobab  – Foto: Metlili

De 16 a 25 de junho de 2023, acontece a sétima edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo. Neste ano, serão seis estreias mundiais e quatro nas Américas, em um total de 21 espetáculos, sendo 10 deles internacionais.

Intervenções, vivências, oficinas, mesas de discussão, instalação interativa, lançamento de livro e encontro de programadores completam a grade de atividades, que acontecem em 12 unidades da capital e em Guarulhos.   

Yé! – Água, da companhia guineense Circus Baobab abre o CIRCOS 2023, com números acrobáticos coletivos e tem como mote a disputa por água, além da violência de gênero, corrupção e desigualdade social.   

Espetáculos do Togo e da Hungria também serão exibidos pela primeira vez no Festival, que contemplará ainda produções da Alemanha, Argentina, Bélgica, China, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Peru e Uruguai, além de apresentações de artistas brasileiros.  

O festival acontece nas unidades: 24 de maio, Avenida Paulista, Belenzinho, Campo Limpo, Consolação, CPF – Centro de Pesquisa e Formação, Guarulhos, Ipiranga, Itaquera, Pinheiros, Pompeia, Santana e Vila Mariana.  

Prepare-se: a programação completa estará disponível no site sescsp.org.br/circos a partir do dia 06 de junho e os ingressos serão vendidos a partir de 07 de junho, às 17h, on-line no aplicativo Credencial Sesc SP, na CRD – Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br ) e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.  

Espetáculos adultos

King Kong Fran, de Rafaela Azevedo, aborda questões sobre estereótipos de gênero. Foto: Nanda Carnevali

Um dos destaques desta edição é a forte presença de produções que buscam dialogar com o público adulto, uma das tendências do circo contemporâneo no mundo todo. Com temas que vão desde a distribuição desigual de água no planeta até a objetificação de corpos femininos, as criações apontam para uma pluralidade de corpos, origens e estéticas, criando espaços para trocas e reconhecimentos de referências não-hegemônicas dentro do universo circense.   

Oriundo da Bélgica, o espetáculo Cuir – Couro, protagonizado pela dupla Arno Ferrera e Gilles Polet, aborda os aspectos tóxicos da virilidade e os dois homens em cena manipulam o corpo um do outro em uma luta consensual formada por belas cenas acrobáticas. 

King Kong Fran, criação da carioca Rafaela Azevedo, aborda questões sobre estereótipos de gênero. Com direção e dramaturgia da atriz e palhaça, em parceria com Pedro Brício, a obra traz números como o da Monga ou o d’A Mulher Gorila, que habitam o imaginário de qualquer pessoa. Neles, Rafaela subverte a lógica patriarcal de exploração do corpo da mulher, com homens tendo seus corpos objetificados. 

Para a família e para as crianças 

O coletivo Biolumini apresenta o pirofágico Big Bang – Foto: Ariane Artioli

Espetáculos para toda a família e gratuitos também integram a 7ª edição do CIRCOS.  Edukikan – Coração Valente, da Cia Afuma, traz pernaltas que se equilibram em pernas de pau de mais de três metros de altura para contar tradições togolesas, ao som de ritmos percussivos. Construtores, do Coletivo Vertigem, coloca em cena números de malabares, de equilíbrio em escada, acrobacias, trampwall, tecido em gota e muita palhaçaria. Boa parte da programação é voltada ao público de todas as idades

Big Bang, do Biolumini, se inspira na origem do universo para fazer múltiplas formas de manifestações do fogo. Caos – Fragmentos Poéticos do Cotidiano, primeiro espetáculo sem falas da palhaça malabarista Painé Santamaria, questiona sobre as repetições dos dias, as obrigações e as máscaras sociais que vestimos cotidianamente. 

Na programação também há espetáculos voltados para as crianças e que podem ser assistidos por toda a família. A estreia Herolino, o Faxineiro, de Erickson Almeida, narra as aventuras de um faxineiro que começa a trabalhar no circo, recheado por números de equilibrismo, malabarismo, acrobacia de solo e música. Em Circo de los Pies, da La Luna Cia de Teatro, a palhaça Asmeline é uma palhaça com pés e pernas diferentes (Pezão e Pezinho), que dividem o mesmo corpo e assumem as características de figuras da palhaçaria clássica e discute questões como acessibilidade e inclusão. 

Em um reino não muito distante, o trabalho das pessoas é encher bexigas. E é nessa narrativa que a Trupe Lona Preta traz ao público A Fábrica dos Ventos, em uma história conduzida por palhaços, com música ao vivo para conduzir números de comicidade física. Ítaca, solo de Thiago Andreuccetti, nomeia o barco-casa onde vive o palhaço Santiago, até que uma tempestade o leva a uma ilha deserta, com números de palhaçaria e do improviso. 

Instalação, intervenções e cortejo 

Instalação interativa Ctrl + Z Foto: Ricardo Ferreira 

Uma experiência inédita, a instalação interativa Ctrl + Z, por meio de sensores de movimento que captam as ações dos participantes, cria imagens da manipulação de objetos físicos e virtuais, com efeitos projetados em tempo real.

Um cortejo circense também inédito, com artistas da Cia Afuma (Togo), dos Pernaltas do Orun, da Trupe Baião de 2 e do Bloco Afro Ilú Obá De Min, com direção de Mafalda Pequenino encerra o festival. Intitulado Oriri – A Ancestralidade Iluminando o Picadeiro, o evento fomenta o reencontro de artistas de ancestralidade africana e acontecerá nos arredores do Sesc Avenida Paulista.  

Além dos espetáculos, as unidades recebem intervenções com acesso gratuito, com apresentações que vão dos números aéreos da canadense Erin Ball a uma “Olimpíadas de Malabarismos”, proposta pela Cia Super Circo (com artistas argentinos, brasileiros e venezuelanos) em que cada artista representa um país, como nas competições olímpicas, e os juízes são filósofos gregos, uma referência à origem dos jogos na Grécia Antiga.  

Serão quase 40 atividades, entre espetáculos, ações formativas e encontros entre profissionais de várias partes do mundo, com atrações que vão da palhaçaria à acrobacia, do malabarismo às aproximações entre circo e dança. 

Atividades formativas, encontro de programadores e lançamentos 

Uma vasta programação de atividades formativas foi pensada para criar novos públicos e dar mais subsídios para artistas e produtores. Um dos destaques é a mesa sobre tecnologias nos processos de criações circenses, em que os artistas Oskar Maurício, do espetáculo Vacío – Vazio, e Mauro Cosenza, criador da instalação interativa Ctrl + Z, debatem os rumos possíveis da união entre circo e recursos digitais.  

O artista Lui Castanho – produtor cultural, circense e roteirista – ministra a oficina “Construção de Portfólio para Artistas Independentes”, voltado a artistas independentes, principalmente LGBTQIAPN+, pessoas trans, travestis e não binárias. 

Vi Marquez – artista de circo, ginasta, professora, diretora de movimento e bailarina – está à frente de “A Arte de TRANS-formar Corpos: Oficina de Contorcionismo para Professores”, que tem como público-alvo professores de circo, de ginástica e de crossfit, fisioterapeutas e instrutores de ioga, para desmistificar tabus relacionados à prática de contorcionismo e flexibilidade. 

A palhaça e diretora, intérprete do espetáculo King Kong Fran, Rafaela Azevedo faz a masterclass “A Liberdade de Ser Ridícula”, mergulhando na filosofia do erro, do riso e da inadequação, um convite para debater a arte da palhaçaria. 

Está previsto um Encontro de Programadores com representantes de festivais brasileiros e estrangeiros, que são convidados para trocar experiências sobre os caminhos que o circo contemporâneo tem percorrido e as possibilidades para novas produções e realizações.  

Haverá ainda o lançamento de “A Arte do Circo na América do Sul – Trajetórias, Tradições e Inovações na Arena Contemporânea”, editada pelas Edições Sesc. O livro, organizado pela argentina Julieta Infantino, reúne textos de autores sul-americanos e propõe reflexões sobre a história do circo e suas representações na atualidade.    

Serviço
CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo  

De 16 a 25 de junho de 2023  

Unidades: 24 de maio, Avenida Paulista, Belenzinho, Campo Limpo, Consolação, CPF – Centro de Pesquisa e Formação, Guarulhos, Ipiranga, Itaquera, Pinheiros, Pompeia, Santana e Vila Mariana.  

Ingressos: 

A partir de 07 de junho (quarta-feira), às 17h, on-line no aplicativo Credencial Sesc SP, na CRD – Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br) e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo. Consulte a limitação de cada espetáculo no portal do Sesc São Paulo. 

Ingressos: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino), R$ 40 (inteira) para os espetáculos adultos: 

23 Fragmentos desses últimos dias; Cuir – Couro; Solus Amor; Um Domingo;  

Vacio – Vazio; e Yé – Água 

Valores: R$ 10 (credencial plena), R$ 15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino), R$ 30 (inteira) para os espetáculos adultos: 

A Fábrica dos Ventos; A Life in Her Day – Uma Vida no seu Dia; Circo de Los Pies; Colibri; Fio Forte; Iminência do Agora; Ítaca; King King Fran; Onde Guardo Um Sonho 

Entrada gratuita para espetáculos, intervenções e atividades formativas:  

Big Bang; Construtores; CTRL+Z (espetáculo + instalação); Edukikan – Coração Valente; Herolino, O Faxineiro; e Oriri – A Ancestralidade Iluminando o Picadeiro

Informações em sescsp.org.br/circos  

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