Facetas de Ivone

15/04/2023

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Facetas de Ivone

Conheça um pouco mais da trajetória de uma das mais importantes artistas do Brasil!

Provavelmente você já ouviu canções como “Sonho meu” e “Alguém me avisou”. Mas você conhece Dona Ivone Lara, autora dessas célebres músicas? Em uma série de 3 ilustrações inéditas, a ilustradora Marília Marz apresentará 3 facetas dessa musa fundamental da história brasileira.

Para começar, que tal viajarmos para 1922? A menina “Yvonne”, com Y e dois “enes” nasceu em 13 de abril de 1922 em Botafogo, no Rio de Janeiro. Seus pais, Emerentina e João, sempre estiveram rodeados pela música: ele era violinista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos. Ela, ótima cantora, era soprano de ranchos carnavalescos.

Yvonne perdeu o pai aos 3 anos e a mãe aos 16. Assim, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, tendo tido contato, na infância, com figuras como Mestre Fuleiro e Lucília Guimarães.

E muita água e música rolaram até a menina Yvonne virar Dona Ivone Lara…


Aos 17 anos, Ivone entrou para a faculdade de enfermagem da atual Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde se graduou enfermeira.

Aos 25 anos foi contratada pelo Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, onde se especializou em terapia ocupacional com a médica psiquiatra Nise da Silveira. Ao lado de Nise, Ivone desempenhou um papel fundamental na reforma psiquiátrica no Brasil a partir da década de 1970.

Ivone Lara se formou também em Serviço Social: foi uma das primeiras assistentes sociais do Brasil e uma das primeiras mulheres negras a se formarem em um curso superior no país.

Nossa Dama atuou na área da saúde por mais de 30 anos, até se aposentar em 1977. Foi pioneira no trabalho com a saúde mental ao trazer a terapia musical para seus pacientes.

Você conhecia essa faceta de Dona Ivone Lara?


Dona Ivone Lara ganhou do poeta Hermínio Bello de Carvalho o apelido de “Primeira Dama do Samba”, por ser a primeira artista mulher a reunir os seguintes atributos: cantar, compor letras e melodias, tocar um instrumento de harmonia, dançar seu inconfundível e ancestral miudinho e confeccionar os figurinos e fantasias para os palcos ou desfiles da Império Serrano. Também foi pioneira do carnaval ao se tornar a primeira mulher a vencer o concurso de samba-enredo numa escola do Grupo Especial do Rio de Janeiro.

Ivone foi uma compositora negra que nasceu apenas 33 anos após a abolição e que, ainda hoje, povoa o imaginário nacional com músicas tocadas no rádio, na televisão e, sobretudo, nas rodas de samba, afinal, quem nunca ouviu clássicos como “Sonho meu”, “Acreditar”, “Alguém me avisou”, “Tendência”, “Sorriso negro”?

Axé, Ivone!


Ilustrações de Marília Marz
É formada em arquitetura e trabalha como ilustradora e quadrinista. Em 2020 realizou a HQ curta “Pra Onde Vamos, Pai?”, para o programa IMS Convida, organizado pelo Instituto Moreira Salles. Neste mesmo ano, seu quadrinho “Indivisível” lhe rendeu a indicação ao troféu HQ MIX 2020 na categoria Novo Talento – Roteirista. Desde abril de 2021, atua como chargista aos sábados no jornal Folha de São Paulo, versão impressa e digital. 

Textos de Bárbara Guirado
Técnica de programação do Sesc Mogi das Cruzes.

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