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O princípio da vida e o que precisamos aprender, reaprender e apreender

A complexidade, singularidade e potência dos primeiros anos de vida vêm ganhando foco e um olhar mais dedicado nos mais variados campos – não só na educação e nas artes, mas na sociologia, na economia e na política. Como princípio comum, emerge a necessidade de repensar e ressignificar este conceito social e moderno que é a infância.

O que é ser criança? O que é ter infância? Como pensar a criança e a infância contemporaneamente? Quais os conceitos em disputa que as envolvem? Num exercício semântico, proposições sobre (e para) a infância agora demandam pensar e agir de, com e para as infâncias.

Se as discussões sobre protagonismo infantil não são novas, principalmente ao campo da educação, sua prática é especialmente desafiadora quando se trata da primeira infância. Desafio que se intensifica quando esse protagonismo é estendido aos processos educativos, artísticos e também sociais. Como pensar crianças e bebês de 0 a 6 anos como atores sociais? E enquanto protagonistas de suas próprias vidas?

A partir disso, abre-se campo para sua cultura de pares, a potência natural de produção, compartilhamento e interação que há diretamente entre elas, desde que nascem. Assim, como propiciar que crianças e adultos (sejam educadores, artistas, pais, familiares etc) possam alternar de protagonismo em suas relações? Como outros elementos – como o próprio espaço físico – também se tornam mediadores e aliados nesses processos?

Se já não é possível pensar indivíduos sem considerar as redes que os envolvem, quando falamos de elos recém-saídos da materialidade do corpo, como é possível promover interações produtivas com e entre as famílias, com toda a diversidade das reconfigurações familiares contemporâneas?

Para as muitas perguntas, abrem-se não poucas possibilidades...

A educação e as artes trazem alguns caminhos nos quais têm investigado e investido: a corporalidade e seus saberes, as multisensorialidades, a reconexão (necessária!) com os ambientes e elementos naturais, o jogo, a relação lúdica e estética com o espaço, a vivência cotidiana enquanto experiência estética – pois, como acreditava Anne Marie Holm, análogos à produção artística contemporânea são os próprios processos naturais de investigação, descoberta e experimentação das crianças. Ou vice-versa.

Percursos que podem nos trazer reflexões e ações transversais e integradoras, em sintonia com a complexa e sistêmica maneira de descobrir e apreender o mundo que se ressalta nessa fase, de forma a não adormecer a potência sensível que nos é intrínseca nos primeiros anos de vida.

O IV Seminário para as Infâncias, realizado nos dias 17 e 18 de agosto no Sesc Santos, é um encontro de formação de educadores, gestores da primeira infância, pais e demais interessados em busca da melhoria da qualidade na educação de crianças de 0 a 6 anos, como direito universal e dever do estado e de toda a sociedade. Uma parceria entre o Sesc, a Secretaria de Educação da Prefeitura de Santos e o Centro Social Marista Lar Feliz que deseja promover a discussão e a reflexão sobre a infância em seus diversos âmbitos.


PROGRAMAÇÃO:

Dia 17 de agosto (quarta)

9h às 11h. O Currículo na Educação Infantil – Implicações na organização do espaço. Com Maria da Graça de Souza Horn

9h às 11h. A acolhida no cotidiano da creche: os bebês e suas interações e brincadeiras. Com Cisele Ortiz

9h às 11h. Arte na primeira infância – com Diana Tubenchlak

9h às 11h. Oficina de formação em vivências com a natureza. Com Ana Carolina Thomé

9h às 11h. Protagonismo compartilhado entre professor, alunos e conhecimento na educação infantil: um convite e um desafio. Com Gabriel Junqueira Filho

9 às 21h30. Instalação: Da Escuta d a Matéria aos Escombros do Ser. Com Marcelo Armani

14h às 16h. As famílias na escola. Com Cisele Ortiz

14h às 16h. O espaço como Educador: Sabores, Cores, Cons e Aromas. Com Maria da Graça de Souza Horn

14h às 16h. Arte na primeira infância. Com Diana Tubenchlak

14h às 16h. Oficina de formação em vivências com a natureza. Com Ana Carolina Thomé

16h30 às 18h. Partilhando boas práticas

 

Dia 18 de agosto (quinta)

9h às 11h. A Sociologia da Infância no Brasil. Com Anete Abramowicz

9h às 11h. Corporalidade infantil e espaços relacionais: entre o brincar e a criação artística. Com grupo Em Quanta

14h às 16h. Criança e Infância, um debate necessário. Com Anete Abramowicz

14h às 16h. A cultura de pares no desenvolvimento infantil. Com Gabriel Junqueira Filho

14h às 16h. Corporalidade infantil e espaços relacionais: entre o brincar e a criação artística. Com grupo Em Quanta

19h. Espetáculo. Com grupo Em Quanta

9 às 21h. Instalação: Da Escuta da Matéria aos Escombros do Ser. Com Marcelo Armani


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