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Quatro mãos e um piano

A prática de piano a quatro mãos era comum no século 18 e muitos, até hoje, pensam que se trata de uma forma meramente pedagógica de música, para ser tocada por professor e aluno. 

Já alguns estudiosos apontam que a popularização da prática foi por uma causa, digamos, mais social: os jovens daquele período viram uma oportunidade de aproximação entre seus pares do sexo oposto. Segundas intenções à parte, o fato é que tocar piano a dois é algo que exige certa intimidade. É sentar bem juntinho, as mãos se esbarram, se cruzam, mão pra lá, mão pra cá, uma dança no teclado. E uma atividade que Celina Szrvinsk e Miguel Rossellini fazem com maestria.

 

 

 

O casal de pianistas brasileiros, e um dos duos de piano mais respeitados do Brasil e do Exterior, com trabalhos sólidos e em constante evolução, ambos já se apresentaram nas principais salas de concerto do Brasil. 

Estiveram também em países como Alemanha, Suíça, Itália, Canadá, Rússia e Japão. Conheceram-se em 1981, quando faziam mestrado em piano, na UFRJ. Um ano depois, iniciaram o duo e o sucesso foi crescente. Engana-se, porém, quem imagina que ele veio com facilidade. O duo está sempre estudando. De 1991 a 1996, por exemplo, concluíram mestrado e doutorado na Staatliche Hochschule für Musik de Karlsruhe, na Alemanha. 

Em meio aos estudos, o casal recebeu o incentivo dos seus professores alemães para gravarem o primeiro CD, que acabou vindo à baila em 1998: um álbum com obras de compositores brasileiros e alemães. Em 2005, já no Brasil, o duo gravou seu segundo CD, no qual mescla o repertório clássico-romântico tradicional com a música brasileira contemporânea, o que tem sido a tônica em suas apresentações. 

CDs, apresentações (em duo e solo), aulas (sim, atualmente eles são professores de piano) e marido e esposa. Como eles conseguem conciliar tudo isso? É o que tentamos descobrir na entrevista abaixo - desfrute!