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Um mundo de escolhas: a simplicidade como caminho

O monge Jorge Koho Mello falou sobre o movimento Simplicidade Voluntária
O monge Jorge Koho Mello falou sobre o movimento Simplicidade Voluntária

Em junho, o Sesc Sorocaba apresentou o especial “Menos é Mais: revendo consumo e conceitos”, dentro do projeto institucional Ideias e Ações Para Um Novo Tempo. Trata-se de uma provocação sobre as escolhas individuais que tomamos e as repercussões coletivas. Diversos temas foram dialogados, desde o prejuízo que a publicidade pode causar a crianças, à importância da inteligência financeira, alimentos que brotam e rebrotam, a troca em vez da compra como forma de renovar os armários. Foram várias as ações pensadas sobre como abrir tempo e espaço para o que de fato constrói uma vida plena.

A base da motivação para a vida é a busca pela felicidade. Ninguém acorda pensando “que hoje eu sofra muito”. Sabendo disso, muitas das promessas que recebemos por meio da publicidade afirmam, indiretamente, que o que nos falta é aquele produto ou serviço, que existe um lugar onde só há gente feliz. Quantas vezes não nos vimos frustrados por essas expectativas?

Pesquisas demonstram que o acúmulo de bens não resulta no aumento proporcional da felicidade. De fato, após superarmos o fundamental para sobrevivermos com um mínimo de conforto, os excedentes não aumentam nossa felicidade como o esperado. Às vezes, resultam até no contrário, tornam-se causas permanentes de preocupação, medo e ansiedade.

Como síntese do projeto Menos é Mais, tivemos a fala de Jorge Koho Mello, monge Zen Budista, sobre a Simplicidade Voluntária, que é um movimento individual e coletivo que busca sensibilizar nossa visão para os acúmulos de informações e de coisas que tomam nosso tempo e energia, tirando nossa disposição e disponibilidade para outras pessoas e para aquilo que é fundamental, que traz sentido para nossas vidas. 

Jorge também apresentou a Matriz do Consumo Saudável, para indicar a qualidade de nossas escolhas. Por exemplo, se precisamos ou queremos algo, verificamos se já possuímos. Caso sim, evocamos o sentimento de gratidão, caso não, fazemos o consumo de maneira consciente. Por outro lado, se não precisamos de algo e já temos, podemos exercitar a generosidade, caso não, cabe celebrar a possibilidade de não precisar daquilo.

Outro caminho apresentado foi o Check-list de Compras, que pode ser usado tanto para coisas que queremos comprar e também como exercício sobre coisas que compramos recentemente.

Em síntese, não devemos nos desiludir por não termos ações excepcionais, por não sermos extraordinários. Partimos sempre do momento atual e, de forma gradual e oscilante, mudamos, preferencialmente celebrando cada nova escolha libertadora, cada novo bom hábito adquirido. A diferença, em escala, é feita por escolhas ordinárias, aquelas que constroem o nosso dia a dia. Afinal, o mundo é resultado da soma das escolhas individuais.

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Bom para acompanhar você quando estiver correndo, com saudade do Angeli e do Laerte dos anos 80 e outras cositas más. Chega mais!