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Maratona de homenagens abre o ano no Sesc Pompeia

Beto Guedes, Dorival Caymmi, Baden Powell, Jabob do Bandolim e Chico Buarque.
Beto Guedes, Dorival Caymmi, Baden Powell, Jabob do Bandolim e Chico Buarque.

Em janeiro no Sesc Pompeia, cinco shows homenageiam artistas que enriqueceram a música brasileira e contribuíram a formação do que, hoje, é conhecido como MPB. São eles Beto Guedes, Dorival Caymmi, Baden Powell, Jabob do Bandolim e Chico Buarque.

O show O Sal da Terra — Homenagem a Beto Guedes, que acontece nos dias 6 e 7 de janeiro, foi idealizado por Wagner Tiso e conta com participações de Vânia Bastos, Sérgio Santos e Tavinho Moura (que participou, assim como Tiso, do Clube da Esquina ao lado de Beto). A carreira solo de Beto Guedes foi marcada por uma voz romântica, harmonias sofisticadas e arranjos apurados.

Nos dias 27 e 28, é a vez do Grupo Época de Ouro, Mariene de Castro e Rodrigo Lessa prestarem homenagem ao compositor e músico Jacob do Bandolim, que completaria 100 anos no fim desse ano.

Para falar sobre os outros três shows, pedimos para que músicos nos contassem quais as suas faixas preferidas do homenageado da vez. Será que alguma delas é a sua preferida também?

Rodolfo Stroeter - "Samba da Minha Terra" de Dorival Caymmi

 


Da esquerda para direita: Rodolfo Stroeter, Nailor Proveta, André Mehmari e Tutty Moreno. Foto por Gal Oppido.
 

Composta em 1940, ‘Samba da Minha Terra’ é uma declaração de amor à Bahia. A primeira gravação foi feita no mesmo ano pelo Bando da Lua, tornando-se um dos maiores sucessos de Dorival Caymmi. Ainda muito conhecido, o samba contém um verso famoso que se transformou numa expressão popular: ‘Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé’. Na versão do nosso quarteto, [André] Mehmari e [Nailor] Proveta iniciam um rápido diálogo melódico que desemboca na famosa melodia de Caymmi convidando a mim e ao Tutty [Moreno] a entrarem na roda. A partir daí, a liberdade do quarteto se estabelece e ora a melodia aparece ora desaparece.

Os quatro músicos lançam, nos dias 13 e 14, o álbum 'Dorival', que homenageia o repertório de Caymmi. Clique aqui para saber mais.

Eduardo Gudin - "Deixa" de Baden Powell


Eduardo Gudin, por Joana Gudin.
 

"O Baden, além de ser um dos maiores violonistas de todos os tempos, tinha um lado muito forte como compositor. Ele introduziu o samba mais tradicional dentro da bossa nova e, com isso, fez uma espécie de fusão dentro do samba mais autêntico, criando um estilo novo — uma ‘escola’ nova, uma espécie de gênero — que foi seguido por muitas pessoas. Uma obra que foi referência disso foi ‘Deixa’, que recebeu letra de Vinicius de Moraes. Essa música, além de ter uma qualidade artística muito grande, marca um estilo de música que é o estilo Baden Powell de fazer samba e que influenciou compositores como Francis Hime, Chico Buarque, eu e muitos outros."

No show Berimbau: um Tributo a Baden Powell, Eduardo Gudin apresenta esta canção e muitas outras ao lado de Ilessi, Renato Braz e Toquinho. Clique aqui para saber mais.

Virginia Rosa - "Teresinha" de Chico Buarque


Virgínia Rosa, por Ricardo Pimentel.
 

Escolher uma única música preferida do Chico Buarque é uma missão impossível! A obra dele é tão grande, tão rica, tão diversificada... Quando montamos o espetáculo Palavra de Mulher, uma das nossas maiores dificuldades foi exatamente selecionar o repertório — e nós estávamos selecionando apenas as canções que ele criou para personagens femininas de teatro, cinema e ballet. Posso dizer que sou apaixonada por todas as canções que interpreto no espetáculo. Cada uma delas me desafia de uma maneira diferente, como cantora e como atriz também, exigindo de mim uma voz, um sentimento, uma postura e um gesto específico.

Mas como tenho que escolher uma, elejo ‘Teresinha’. Acho que essa canção abriu as portas para o meu lado atriz. ‘Teresinha’ tem três ‘Teresas’ dentro da música. Três sentimentos diferentes que são despertados por três homens que chegam em sua vida e fazem dela uma mulher mais inocente, mais sofrida ou mais sensual. Nós, mulheres, somos mesmo muitas mulheres dentro de uma só. Acho que essa música explicita isso e causa na plateia uma reação muito forte. O público me vê mesmo como três mulheres diferentes, três cantoras diferentes cantando a mesmo canção. É um momento muito especial dentro de um espetáculo que é todo muito especial.

Tania Alves e Soraya Ravenle se juntam à Virgínia para o show, que acontece no dia 31 de janeiro, às 21h30. Clique aqui para saber mais sobre o show Palavra de Mulher.

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