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Samba misto de maracatu

Em Samba esquema novo, Jorge Ben revela Mas, que nada!, que Sergio Mendes a exporta para o mundo
Em Samba esquema novo, Jorge Ben revela Mas, que nada!, que Sergio Mendes a exporta para o mundo

Mais do mesmo é uma das playlists do Sesc SP nas plataformas de streaming de música. O barato dessa seleção musical é eleger um sucesso nacional ou internacional que rompeu fronteiras e ganhou um mundo de versões. Mais do mesmo é uma espécie de estudo divertido sobre arranjos, estilos e sotaques de uma única obra.

Agora, depois de “Get back”, “Garota de Ipanema” e “Over the rainbow”, é a vez da agulha pousar sobre “Mas, que nada!”, música de abertura de “Samba esquema novo” (1963), o primeiro LP de Jorge Ben (1942). Com apenas dois meses nas lojas, o disco atingiu a marca de 200 mil cópias vendidas.

Diferentemente do violão instrospectivo de João Gilberto que define a bossa nova, o violão de Jorge Ben naquele início dos anos 1960 convida o ouvinte para o salão e para o terreiro. O músico da zona norte carioca inova ao injetar outros estilos ao samba, como o rock. Seu violão e suas letras dão corpo ao ritmo de sua música. Com “Samba esquema novo”, representado por “Mas, que nada!”, Jorge Ben começa a escrever o estatuto do samba-rock ou sambalanço.
 

“Mas que nada
Sai da minha frente
Eu quero passar
Pois o samba está animado
O que eu quero é sambar

Esse samba
Que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu”


 

Além do violão e do vocal de Jorge Ben, o suingue de “Mas, que nada!” é encorpado pelo grupo de samba jazz Meirelles e os Copa 5, formado por J. T. Meirelles (flauta e saxofone), Luís Carlos Vinhas (piano), Pedro Paulo (trompete), Manuel Gusmão (baixo) e Dom Um Romão (bateria).

Em 1966, apenas três anos de seu lançamento, “Mas, que nada!” ganha o mundo pelos teclados de Sergio Mendes e seu grupo Brasil’66.

Para provar a extensa lista de releituras, esta edição de Mais do mesmo reúne representantes nacionais, como os vocalistas Elis Regina, Elza Soares e Milton Nascimento e os instrumentistas Walter Wanderley e Dom Um Romão; como também gringos dos mais diferentes estilos, como os jazzistas Al Jarreau, Oscar Peterson, Dizzy Gillespie e Ella Fitzgerald, os mexicanos Los Hermanos Castro, os grupos vocais The Idea of North e Die Vielharmoniker, e o reggae do Yuca Roots.

Uma ótima audição e descoberta!

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Você pode escolher onde escutar: a mesma playlist está disponível no Spotify e no Deezer: