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Curiosidades sobre a esgrima

Ocupação Esgrima no Sesc Vila Mariana (Foto: Elmo Rangel)
Ocupação Esgrima no Sesc Vila Mariana (Foto: Elmo Rangel)

Apesar da longevidade da prática, transformada em Esporte Olímpico em 1896, nos Jogos Olímpicos de Atenas, poucas pessoas já tiveram a chance de realmente conhecer e vivenciar a esgrima. Por isso, durante o Sesc Verão, a unidade Vila Mariana realiza a Ocupação Esgrima, uma instalação na sala Corpo & Artes, no 6º andar da Torre B, com vivências no esporte, inclusive com participação de atletas olímpicos e paralímpicos.

Antes de experimentar as atividades da Ocupação Esgrima, que são gratuitas e abertas para todos os públicos, selecionamos algumas curiosidades para você se familiarizar com o esporte. Veja a seguir!

- Nem lutar, nem duelar, jogar esgrima é como os atletas costumam se referir à prática, que possui três modalidades: espada, sabre e florete.

- “É considerada esgrima desde o primeiro momento em que o homem pegou um pedaço de pau para ataque, contra-ataque e defesa”, conta Ricardo Salles, atleta de Esgrima e consultor do Sesc Vila Mariana na Ocupação Esgrima.

Geralmente, os atletas iniciam na espada, porque é mais fácil para entender a dinâmica do jogo. Os espadistas podem tocar em qualquer área do corpo do adversário, do pé à máscara, e caso ambos se toquem ao mesmo tempo, são marcados pontos simultâneos. Florete e sabre já envolvem “frase d’armas”, uma espécie de jogo de pega-pega em que quem iniciou a ação ofensiva tem o direito do toque. Para o adversário roubar o direito de ser o “pegador”, precisa bater na lâmina do adversário. “O jogo da esgrima é como uma dança, em que eu tenho que fazer o meu adversário errar o tempo”, define Ricardo.

Com o sabre, a área válida para o toque compreende a cabeça, tronco e membros superiores, com exceção das mãos, e pode ser feita com a ponta ou com a lateral da lâmina. Com o florete o objetivo é o de fazer pontos exclusivamente por meio de golpes de ponta, apenas no tronco (peito, barriga, costas e pescoço) do adversário.

- As principais posições e movimentos da esgrima são:

Em guarda: posição que permite ao esgrimista estar preparado para o combate e para a sua defesa.

Marchar: movimento para o atleta avançar.

Romper: movimento para o atleta recuar.

Afundo: ataque do atleta sobre o adversário, com o alongamento do braço e a movimentação da perna à frente.

Flecha: ataque veloz para pegar o adversário de surpresa. 

- As armas da esgrima não possuem fio ou ponta afiada, para não ferir os praticantes. Além disso, o uniforme e a máscara utilizados possuem proteção e são muito resistentes. A máscara é de aço trançado e aguenta pressão equivalente à de um disparo de 45 mm. A roupa é feita com a mesma fibra sintética utilizada em coletes à prova de bala.

Uniforme da esgrima (Foto: Matheus José Maria)

- O traje do esgrimista é branco porque, antigamente, a ponta do florete era molhada com mercúrio ou tinta guache durante os treinamentos. Assim, o toque ficava marcado na roupa. É daí quem vem o “touché!”, palavra francesa que significa “tocado”.

- Hoje os toques são marcados de forma eletrônica, por meio de sensores. As armas são conectadas em um fio que passa por baixo do traje e estão ligados ao placar eletrônico, por meio de um “fio de corpo”, que garante a mobilidade do atleta.

Sensor eletrônico ligado à arma (Foto: Elmo Rangel)

- Diferentemente de outros esportes de combate, a esgrima possui categorias que se dividem por idade e não por peso. Aqui não ganha o mais forte, e sim o mais hábil! Na esgrima em cadeira de rodas os atletas são classificados em categorias A (mobilidade no tronco), B (mobilidade no tronco reduzida) e C (tetraplegia).

- A pista de esgrima tem a medida de um corredor de castelo – onde os praticantes treinavam a esgrima no passado –, com um metro e meio a dois de largura por 14 metros de comprimento.

- Em todas as modalidades, o jogo se inicia sempre da mesma forma: cada atleta deve fazer uma saudação, sem a máscara, para o oponente, para o juiz e para a plateia. O movimento deve ser repetido ao final. Essa tradição é bastante conhecida e reimaginada em diversos contextos. Por exemplo, o movimento pode ser visto no momento em que os bruxos da saga Harry Potter se cumprimentam antes de um duelo.

- Por falar em referências, sabia que a letra Z, do Zorro, é formada por quatro movimentos de defesa básicos da esgrima (quarta, sexta, sétima e oitava)?

- Já reparou nos movimentos do sabre de luz de Darth Vader, vilão da série de filmes Guerra nas Estrelas? Eles também vêm da esgrima! O responsável por encenar as lutas em O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi foi o esgrimista britânico Bob Anderson, que representou a Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos de 1952 e nos campeonatos mundiais de 1950 e 1953, além de ter sido treinador da equipe nacional de esgrima da Grã-Bretanha até 1970. Ele também participou da equipe de produção de filmes como A Máscara de Zorro, Piratas do Caribe, Cassino Royale e O Senhor dos Anéis.

>> Gostou? Nesta edição do Sesc Verão, os esportes olímpicos e paralímpicos dão o tom da programação. Conheça as atividades de todas as Unidades aqui.