Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Vitor Pordeus

RESUMO

Há um terrível erro conceitual no atual paradigma científico e médico que orienta as políticas públicas: que corpo seja máquina, quando o corpo e´ emoção e mente. Através do estudo da história da ciência, podemos precisar pontos de inflexão conceitual em que esta ideia do corpo-máquina foi introduzida e praticada sistematicamente até ganhar praticamente todas as mentes do mundo, que hoje entendem ser a própria ciência a fonte última de informações sobre nós próprios e a natureza. O ponto de fundação da ciência moderna é precisamente a obra de René Descartes (1485-1650). E, como toda doença traz em si seu antídoto, é no próprio século XVII, também na Holanda, onde Descartes viveu e trabalhou, que encontraremos a síntese paradigmática alternativa que nos salvara´ da cilada do corpo-máquina: a Ética, de Baruch Spinoza (1632-1677). Spinoza explica de forma cienti´fica e testa´vel os principais enigmas con- ceituais que persistiram desafiando a cie^ncia moderna: Deus, Afetos/ Corpo, Mente, Escravida~o mental e Liberdade mental. Em tempos de pandemias infecciosas e de doenças mentais/desordens do pensamento, esses temas impõem-se de forma inequívoca: até que o novo paradigma adequado seja amadurecido, compreendido e praticado, a humanidade e o meio ambiente, precisamente os sistemas biológicos, continuarão padecendo de sofrimento psíquico/ecológico. Finalmente, discutiremos resumidamente as obras da psiquiatra Nise da Silveira e, com um pouco mais de detalhe, as teorias científicas revolucionárias do neurobiólogo Humberto Maturana como exemplos contemporâneos de práticas científicas coerentes e consagradas no campo da saúde humana.
Palavras-chave: Cultura. Saúde Mental. Nise da Silveira. Humberto Maturana. Medicina.

ABSTRACT
There’s a terrible conceptual mistake in the current medical and scientific paradigm that informs public policies: the body is not a ma- chine, the body is emotion and mind. Through the study of the history of science, we may find conceptual turning points where this idea of the body-machine was introduced and practiced systematically until it conquered the majority of the minds in the world, which today understand that science itself is the ultimate source of information about ourselves and our nature. The foundation of modern science is precisely the work of Rene´ Descartes (1485-1650). And, as every disease has its antidote, it is in the seventeenth century, also in Holland, where Descartes lived and worked, that we will find the alternative paradigmatic synthesis that will save us from the trap of the body-machine: Baruch Spinoza’s Ethics (1632-1677). Spinoza explains in a scientific and testable way the main conceptual enigmas that persisted challenging modern science: God, Affections / Body, Mind, Mental slavery and Mental freedom. In times of infectious pandemics and mental illnesses/thought disorders, these themes are unequivocally imposed: until the appropriate new paradigm is matured, understood and practiced, humanity and the environ- ment, precisely biological systems, will continue to suffer psychological/ ecological maladjustments. Finally, we will briefly discuss the works of the psychiatrist Nise da Silveira and, in a little more detail, the revolu- tionary scientific theories of the neurobiologist Humberto Maturana as contemporary examples of coherent and established scientific practices in the field of human health.

Keywords: Culture. Mental Health. Nise da Silveira. Humberto Maturana. Medicine.


Para ler o artigo completo, clique aqui.