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Uso de substâncias psicoativas - profissionais falam sobre o assunto

Foto: Coletivo DiCampana
Foto: Coletivo DiCampana

O uso de drogas é assunto que costuma ser tratado com políticas higienistas de recolhimento e exclusão social, nas quais adotar medidas repressivas é bem mais comum do que o uso de medidas preventivas. Associado a problemas de saúde pública, o uso de substâncias psicoativas está diretamente relacionado com o sofrimento psíquico.

Num mundo permeado por desigualdades e diferenças sociais, a busca pelo respeito e direitos humanos ainda é constante, principalmente daqueles que são empurrados às “margens da sociedade”, reduzidos a problemas, nunca a soluções.

Uma temática que, muitas vezes, pode trazer dúvidas e questionamentos: Como as mídias influenciam este debate público? O processo de medicalização pode realmente naturalizar e homogeneizar uma sociedade? Qual a relação entre as drogas e o número de pessoas negras encarceradas no Brasil? O aumento de presídios construídos no país está diretamente ligado às drogas? Como funciona a política de redução de danos e as redes socioassistenciais de apoio às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas.

O Sesc São Paulo, por meio da ação Questão Social das Drogas, convidou profissionais de diferentes áreas para falarem sobre o assunto. Uma série de seis episódios aborda temas como a patologização da vida de crianças e adolescentes, drogas e mídia, sofrimento psíquico, racismo e encarceramento em massa, redução de danos e redes de apoio socioassistencial. Criando um espaço de escuta, diálogo e construção acerca das muitas dimensões em torno do tema, busca maneiras de refletir sobre a redução de sofrimentos e a garantia de direitos.

Assista a seguir:

 

Patologização da vida de crianças e adolescentes

Por Maria Aparecida Affonso Moysés - graduada e doutorada em Medicina pela FMUSP. Possui Livre-Docência em Pediatria Social na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Atualmente é professora titular em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Sua atuação em ensino e pesquisa é na área de Atenção à Saúde do Escolar, em especial nos campos de medicalização do comportamento e da aprendizagem, avaliação cognitiva; aprendizagem e desenvolvimento. Coordena o Laboratório de Estudos sobre Aprendizagem, Desenvolvimento e Direitos, no CIPED (Centro de Investigações em Pediatria) da UNICAMP. É autora do livro A institucionalização invisível: crianças que não aprendem na escola. Militante do "DESPATOLOGIZA - Movimento pela Despatologização da Vida", que tem articulado discussões, eventos e ações sobre a medicalização da vida e da educação.

 

Redes de Apoio Socioassistencial 

Por Fernanda Almeida - assistente social, coordenadora do curso de Pós-Graduação em Serviço Social e Saúde da FAPSS-SP. Atua na Rede Pública de Saúde (SUS) em Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Psicanalista em Formação, do Curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. 

 

Racismo e encarceramento em massa 

Por Juliana Borges - escritora e estuda Política Criminal. É consultora do Núcleo de Enfrentamento, monitoramento e memória de combate à violência da OAB-SP e conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Colunista da Revista Claudia. Autora dos livros “Encarceramento em massa” (Jandaíra) e “Prisões: espelhos de nós” (Todavia).  

 

Redução de danos 

Por Thiago Calil - doutorando e mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - FSP/USP. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2006). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase na Psicologia Social, atua com pessoas em situação de rua e pessoas que usam drogas. Atua desde 2004 na perspectiva da Redução de riscos e danos socias e a saúde em diversos contextos de uso de drogas, inclusive na região da Luz, conhecida como 'Cracolândia', no centro da cidade de São Paulo, Brasil. Desenvolve pesquisas com aproximações entre a questão das drogas e as diversas forças que incidem neste campo como as políticas públicas, o estigma, a criminalização da pobreza, a violência estatal, o urbanismo e as possíveis estratégias de garantia de direitos em contextos Latino americanos. 

 

Drogas e mídia

Por Fernanda Mena - mestre em Sociologia e Direitos Humanos e doutora em Relações Internacionais. Tem experiência na área de Sociologia e Ciência Política, com ênfase em direitos humanos, política internacional e política de drogas. Foi editora da Ilustrada, integrou equipes da revista "Piauí", do Fantástico/TV Globo e do UOL. 

 

Sofrimento Psíquico 

Por Christian Dunker - psicanalista, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Colunista e articulista, nas revistas Mente & Cérebro, Cult e Brasileiros, e também no blog da Boitempo Editorial.

 

Saiba mais sobre a ação Questão Social das Drogas.