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Sergio Molina

Resenha do livro: MORI, Elisa; STROETER, Guga (org.). Uma árvore da música brasileira. São Paulo: Edições Sesc, 2020.

Na parede sala da casa do músico Guga Stroeter em São Paulo, ainda nos anos 1990, o pôster emoldurado da “árvore do jazz” (The Jazz Tree), que ele havia adquirido em uma loja de discos em Amsterdã, sempre chamou a atenção de amigos que o visitavam. A curiosidade que despertava, mesmo naqueles que não eram aficionados pelo jazz, foi o ponto de partida para imaginar um projeto semelhante no âmbito da música brasileira, que Guga e Elisa Mori — pesquisadora e sua parceira nessa empreita- da — inicialmente batizaram de “Árvore genealógica da música popular brasileira”.

Na introdução desta publicação agora viabilizada pelas Edições Sesc (2020), Guga conta que ele e Elisa logo entenderam que era prudente não entrar na (velha) polêmica do que seria “legitimamente brasileiro”, preferindo, então, o que “aconteceu no território brasileiro e contou com a participação de artistas brasileiros, então a música é brasileira”.

A escolha frutificou, e esse critério serviu como norte para a curadoria, a aventura de tentar dar conta da farta e diversificada coexistência de gêneros e estilos que aqui foram acolhidos, semeados, entrecruzados, colhidos e retransfigurados. Um país que, do ponto de vista estrutural, “parece ainda em construção e já é ruína” (como disse uma vez Caetano Veloso) e que, ao mesmo tempo, do ponto de vista de seu fértil bioma cultural, é palco aberto para sugestivas reinvenções que vêm se espraiando por, e para além, de sua vastidão territorial.

E a música que aqui se engendra seguramente deriva das criativas inflexões entoativas que a língua portuguesa inspira, com suas improváveis musicalidades e sotaques
característicos. (...)

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