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Fórum cultura na metrópole

Promovido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, através da Secretaria de Cultura (Coordenadoria da Formação Cultural/Conselho Municipal de Cultura), e co-patrocinado pelo Sesc, aconteceu entre 12 e 17 de novembro o Fórum Cultura na Metrópole, com o objetivo de discussão e formulação de propostas para a administração cultural pública, no sentido de ampliar a comunicação entre aqueles organismos e a população, principalmente artistas, intelectuais e outros profissionais do setor. Foram abordados temas como Metrópole, Cultura e Diversidade Cultural, Economia da Cultura e Metrópole, O Marketing Cultural e Os Incentivos Fiscais, Políticas Culturais Educacionais, e Recuperação e Revitalização das Metrópoles. Foi realizado, também, o painel Políticas Culturais Sociais, com a participação do diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, que fez uma exposição ilustrativa do tema, abordando a ação sociocultural da instituição e os indicadores que norteiam esse trabalho, inclusive relatando a pesquisa realizada pelo Sesc em 1996, que investigou os hábitos culturais do paulistano, resultando num manancial informativo valioso para a elaboração de quaisquer estratégias públicas ou privadas de intervenção cultural.

Mundão

Como atividade de pré-lançamento de sua unidade de Santo Amaro, o Sesc realiza desde 27 de novembro, o multievento Mundão. Com uma série de atividades que incluem variadas artes, expressões, manifestações, esportes e mídias, o evento utiliza uma dinâmica de funcionamento de doze horas diárias de atividades ininterruptas. O objetivo é criar uma forma de participação efetiva do público, misturando todas as linguagens existentes nos elementos que constituem a localidade. Santo Amaro é uma das regiões mais populosas da cidade de São Paulo e abriga um vasto e intenso comércio popular, dividindo espaço com faculdades, condomínios residenciais e um imenso terminal de ônibus, o que garante a heterogeneidade, característica principal do público-alvo dessas atividades. Oferecer mais uma opção aos milhares de transeuntes diários do bairro é uma das principais vertentes que envolvem o projeto. Mundão está atuando em diversas áreas, tendo como fio condutor a liberdade que cada participante tem, durante a sua permanência no espaço, para se integrar às variadas opções de atividades. Acompanhe os principais destaques da extensa programação no Em Cartaz deste mês e informe-se sobre horários, locais e demais detalhes no site do Sesc http://www.sescsp.com.br. O endereço do novo Sesc Santo Amaro é Rua Amador Bueno, 505, ao lado do Largo 13 de Maio, com entrada em frente ao terminal rodoviário. O telefone para informações é 523-4530.

Papel Nao

De 10 a 22 de novembro, o Sesc se transformou num dos principais redutos da arte japonesa na cidade. Os espaços da unidade Vila Mariana receberam as obras do artista plástico Naoaki Sakamoto que expôs sua produção plástica desenvolvida nos últimos dois anos. A mostra Papel Nao traz suas criações em papel artesanal pintado com tinta vegetal. Na produção das obra, (todas produzidas em sua fazenda-ateliê no Japão), o confronto entre o milenar e o contemporâneo foi marcado pela utilização da tradicional técnica japonesa washi. As obras ficaram divididas em grandes painéis que representavam a relação entre céu-terra-homem (tem-chi-jin). A composição espacial dos trabalhos simbolizava os três elementos separados. Além da exposição, o público foi presenteado com o workshop oferecido por Sakamoto e com o espetáculo de dança Vento da Espera.

Mérito cultural

A proliferação de centros irradiadores de cultura é fundamental para que se possa garantir o patrimônio do conhecimento. Possibilitar diferentes olhares sobre um mundo que, mesmo sofrendo os efeitos da globalização, guarda milhares de identidades é um dos objetivos do Sesc. Assim, a instituição vem cumprindo um importante compromisso de garantir que o bem cultural chegue até as pessoas. Como reconhecimento do trabalho do Sesc, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Cultura, Francisco Weffort, entregaram ao presidente do Conselho Regional do Sesc do estado de São Paulo, doutor Abram Szajman (na foto, recebendo os cumprimentos da atriz Beatriz Segal), a Ordem do Mérito Cultural. A cerimônia de entrega da comenda aconteceu na manhã de 5 de novembro em Brasília, no Palácio do Planalto. Naquela noite, no Sesc Vila Mariana, na comemoração do Dia Nacional da Cultura, importantes personalidades do panorama cultural do país foram levar seus cumprimentos a Abram Szajman. Dentre as inúmeras autoridas, artistas e intelectuais presentes, fizeram uso da palavra, o deputado Marcos Mendonça, a bailarina Márika Gidali, o ator Raul Cortez e a atriz e empresária Ruth Escobar.

Música e história

O projeto Concertos Históricos concentra-se na história de todas as formas, gêneros e transformações da música erudita ocidental. Desde a Renascença, passando pelo Barroco e o Classicismo, até o movimento contemporâneo. Trata-se de um evento promovido pelo Sesc, através de sua unidade Vila Mariana, que desde de agosto de 1998 propõe-se a apresentar concertos e palestras semanais para os mais diversos públicos - músicos profissionais, amadores ou interessados em geral. A música erudita, mesmo com todo o rico e variado universo sonoro, conta hoje com um espaço muito pequeno de difusão. Procurando mudar esse conceito, o projeto Concertos Históricos tem como principal objetivo levar a música erudita ao maior número possível de pessoas. Entre os vários participantes estão o Trio Brasileiro, o pianista Amaral Vieira e a Orquestra Sinfônica Municipal. A curadoria do evento ficou a cargo da professora, concertista e pesquisadora Marina Brandão, e pode ser conferido no auditório da unidade, às terças e quartas, às 20h30, até dezembro.

Pau pra toda obra

Aroeira, buriti, cedro, jacarandá, mogno, peroba, taboca, pau-marfim... Todas essas árvores puderam ser encontradas no Sesc Pompéia durante os meses de outubro e novembro. Elas foram transformadas em arte pelas mãos de oito artistas de diferentes lugares do Brasil que alcançaram infinitas possibilidades de trabalho com a madeira e proporcionaram a exposição Pau pra Toda Obra. Entre as obras, objetos artesanais, utilitários, ornamentais e esculturas contemporâneas. Os artistas realizaram workshops em que o público teve a oportunidade de desvendar as diversas facetas da madeira.

Zélia Monteiro

O Sesc Belenzinho apresentou, entre os dias 19 e 22 de novembro, como parte do projeto Fantasia Brasileira: o Balé do IV Centenário, o espetáculo Cê Vai Indo ou Vem Vindo?, criado por Zélia Monteiro especialmente para o evento. A apresentação foi marcada pela fusão de elementos de dança, música, cenografia, luz e figurino criando uma síntese dos elementos que compõem o espetáculo. O tema foi retirado do conto Meu Tio Iuauretê, de Guimarães Rosa. Segundo Zélia Monteiro: "O conceito que cada artista traz para o trabalho gera a investigação do outro. A concretude dos materiais cenográficos faz com que procuremos no corpo, na música, na dança e no figurino a concretude de cada suporte."

Show business meeting

Foi realizado nos dias 3 e 4 de novembro o 2º Show Business Meeting, no Centro Cultural São Paulo. O evento contou com a presença de intelectuais, produtores e entidades ligados à área da cultura. A convite dos organizadores, o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, falou sobre a experiência operacional da entidade na realização de pequenos eventos regionais no desenvolvimento de iniciativas e de atividades culturais para e com a comunidade. Na ocasião, o Sesc foi agraciado com o troféu Show Business Award na categoria Projetos Especiais e Tributos.

Jogos femininos

Aconteceu no dia 6 de novembro, na Choperia do Sesc Pompéia, a festa de encerramento dos Jogos Femininos do Sesc 98, com a premiação das equipes campeãs, vice e terceiras colocadas, nas modalidades vôlei, vôlei de trios, street ball, futsal, futebol society, tênis de campo, natação, pólo-aquático, tênis de mesa e damas. O projeto teve neste ano uma série de atividades paralelas, como palestras, caminhadas, clínicas e aulas abertas, aliando competição à recreação a fim de possibilitar a participação cada vez maior da mulher no esporte. Os jogos premiaram mais de 60 equipes, reunindo centenas de empresas e um total de mais de mil atletas envolvidas, numa noite animada pelo trompetista Bocato e orquestra paulista de soul e que contou com a jogadora Branca, campeã mundial e vice-campeã olímpica de basquete.

Pantanal em foco

Até o dia 15 de janeiro, o Sesc Interlagos realiza a exposição Pantanal Som e Imagem. São trabalhos de quatros fotógrafos [Carlos Secchim, Almir Veiga, Gutto Costa (O Globo) e Lili Maritns (Folha de São Paulo)], que registram imagens da fauna e flora do local. O evendo exibirá, também, fotos da nova estância ecológica do Sesc no Pantanal. A exposição é composta por 34 imagens, 2 mapas, 2 textos e cerca de 10 trechos de poemas de Manoel de Barros. Depois de passar pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro e por Lisboa e Porto, em Portugal, a mostra chega a São Paulo com suas fotos reveladas em grande escala e iluminação cenográfica que recria as cores do pantanal.

A redenção pelo sonho

Dando continuidade ao projeto Pocket Opera, o Sesc Ipiranga promoveu, de 19 a 29 de novembro a ópera A Redenção pelo Sonho, de Tim Rescala. A montagem inédita e exclusiva se inspira na vida de Monteiro Lobato, por meio de um libreto escrito em português e encenado por cinco cantores, sete instrumentistas e uma trupe de doze bonecos criados pelo Grupo Giramundo. A pocket opera é um estilo novo que visa atenuar a magnitude das montagens tradicionais ao adaptar grandes orquestras para formações menores, além de traduzir, no caso de óperas estrangeiras, os libretos para línguas nacionais. A intenção é aproximar a erudição característica da música lírica do público desabituado ao estilo. Apesar de não ser destinada diretamente às crianças, o universo infantil esteve presente em A Redenção pelo Sonho. A brasilidade, evidentemente, também foi recorrente nos acordes. A narrativa (libreto), ocorre no dia da morte de Monteiro Lobato, de julho de 1948. A cena se passa enquanto o autor escreve uma carta a seu compadre Godofredo Rangel e na medida em que os fatos são descritos as cenas, memórias e personagens - tanto os reais quanto os imaginários - surgem em seu quarto.

Cidadania por escrito

Este ano comemora-se o cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Para discutir e repercutir o conteúdo dos preceitos, o Sesc Carmo editou de março a dezembro deste ano o Cadernos Cidadão, uma publicação que oferece subsídios teóricos para debates em diversos setores da sociedade. Por meio de textos de renomados especialistas, o projeto pretende abalizar iniciativas reais que permitam ações práticas no combate ao desrespeito aos direitos humanos e no estímulo à cidadania. Todos os cadernos publicados podem ser obtidos na unidade Carmo.

O prazer da arte

Reforçando sua preocupação em formar públicos para a arte, o Sesc, através de sua unidade Vila Mariana, realizou, durante todo o ano, o projeto A Compreensão e o Prazer da Arte, idealizado e coordenado por Ana Mae Barbosa e contando com a assessoria de Lilian Amaral. O projeto foi dividido em encontros de discussão, um a cada mês. Para o sexto encontro, em outubro, mês de abertura da Bienal, o tema foi Análise Crítica da Bienal de São Paulo. O evento contou com personalidades envolvidas no mundo das artes, como Fernando Cochiarale, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP) e o curador-chefe do Museu de Arte Moderna (MAM), Tadeu Chiarelli, que realizaram palestras para um público que tinha em comum o interesse pela arte e sua história. "Esse projeto vem obtendo sucesso, porque consegue suprir algumas lacunas existentes quanto à atualização e discussão da arte para a pós-modernidade", conclui Lilian Amaral.

No jardim das esculturas

Vai até 31 deste mês, na unidade do Sesc Ipiranga, a exposição Escultura no Jardim, um evento paralelo à 24a Bienal que tem como objetivo incentivar a produção artística emergente e estimular maior recepção à obra de arte. São seis peças em grandes dimensões pensadas especialmente para o evento (na foto, Vestido de Boneca em Cobre de Fanny Feigenson). A criação ficou a cargo de artistas contemporâneos que estabeleceram a relação entre escultura e lugar público. As obras estão expostas no jardim da unidade e podem ser visitadas durante seu horário normal de funcionamento: de terça sexta, das 8h às 21h; e sábados e domingos, das 9h às 17h.

Identidade e alteridade

Visando deflagrar um processo de integração cultural na América Latina, realizou-se em São Paulo, entre os dias 4 e 6 de novembro, o 1º Fórum Internacional de Integração Cultural Arte Sem Fronteiras, realizada pela Associação Internacional Arte sem Fronteiras, presidida pela doutora Monica Allende Serra, e co-realizada pelo Sesc e por vários organismos e entidades da sociedade civil, públicas e privadas, com interesse na problemática cultural latino-americana. Desenvolvido no Sesc Pompéia, Museu de Arte Moderna (MAM) e no Instituto Cultural Itaú, a abertura do fórum contou com a presença de Ruth Cardoso, primeira-dama do país e presidente do Conselho da Comunidade Solidária. O diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, teve oportunidade de participar da mesa sobre a Identidade e Alteridade na América Latina, ocasião em que levantou questões sobre a necessidade de conhecimento mútuo entre os povos vizinhos, os pontos convergentes e divergentes entre as várias culturas e, principalmente, sobre a imperiosa e vital emergência do convívio e troca de experiências acerca do exercício da cidadania em cada país, e de como a vida cultural dos povos, plural e democrática, é fundamental nesse processo.

World music

Além de capital internacional da gastronomia, São Paulo tornou-se também a capital internacional da música. De 10 a 22 de novembro passaram pelo palco do Sesc Vila Mariana os mais proeminentes músicos da chamada world music. Devido à generalidade a que o nome remete, a world music foi durante muito tempo mal compreendida. Mas, a expressão surgiu simplesmente para definir e conceituar a produção musical de países não privilegiados pela indústria cultural e fonográfica. Hoje, a world music tornou-se um gênero musical autônomo e dotado de brilho próprio. Desde os anos 60, as manifestações folclóricas de diversas regiões da África, Índia e América do Sul vêm contagiando a música pop com inovadoras formas melódicas. A partir daí, a fusão de acústico, elétrico e eletrônico e qualquer material sonoro é feita sem restrições. Cinco grandes correntes da música mundial foram destaques no festival. Entre elas a música celta, africana e mediterrânea. O festival reuniu artistas de mais de quinze nacionalidades que apresentaram as mais significativas criações do gênero. Além de dois shows de cada compositor, o público teve ainda a chance de conhecer mais sobre world music nos workshops ministrados pelos próprios músicos.