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Fitoterapia

Sylvio Panizza

A fitoterapia é a ciência que visa tratar os problemas de saúde utilizando os vegetais (fitocomplexo). Sua história é contemporânea ao início da civilização.O primeiro manuscrito conhecido sobre a fitoterapia é o chamado Papiro de Ebers, que leva o nome do notável egiptólogo que o descobriu em Luxor e que o traduziu. Trata-se de um manuscrito contínuo, anterior a 1500 a.C., o que demonstra que o faraó Ramsés I e seus contemporâneos já conheciam e utilizavam a flora para fins medicinais.O manuscrito descreve centenas de plantas medicinais, os métodos para a utilização e o combate das enfermidades. Algumas das plantas ali mencionadas são de uso comum em nossos dias, como a papoula, o meimendro, a scilla marítima e o sene.Depois desse período vem Hipócrates, o pai da medicina, que no ano 280 a.C. consagra a existência da terapia com vegetais, que aparece em sua célebre publicação Corpus Hippocraticum. O sucessor de Hipócrates, Dioscoride, no seu famoso trabalho De Matéria Médica contribuiu para o arsenal fitoterápico. E ainda nos anos 160 e 180 d.C., Galeno inicia a Farmácia Galênica, também utilizando somente vegetais.Novos vegetais são acrescentados àqueles já conhecidos e vieram aumentar o arsenal fitoterápico, e com a vinda desses vegetais foi iniciada o que hoje se conhece por homeopatia. Já nos séculos 19 e 20, surgiram novos conhecimentos de substâncias químicas retiradas de plantas, como o isolamento da morfina, da estricnina, da emetina, e ainda o aparecimento do quinino, cafeína, colchicina, codeína, teobromina, cocaína, efedrina, teofilina, além de, mais recentemente, da ergotamina, vinblastina, vincristina, digitalina e ouabina.Com o surgimento dessas novas substâncias de estrutura química com ação farmacológica, que podem ser sintetizadas, a fitoterapia entrou em um ciclo declinante, com a diminuição da prescrição médica de produtos vegetais.Modernamente, manifesta-se bruscamente um interesse maior pelo uso da fitoterapia, porque ela utiliza o fitocomplexo do vegetal sem causar danos ao organismo (iatrogenia). O complexo é o rendimento máximo das substâncias de um vegetal, obtido com as fórmulas galênicas.Como exemplo atual, temos a estévia (Stevia rebaudiana), utilizada no tratamento da alteração da taxa de glicose no plasma sanguíneo (diabete). As pesquisas provam que para esse tratamento deve ser usada a folha dessa erva ao natural, na preparação do chá (infuso), pois a substância doce (esteviosídeo) é trezentas vezes mais doce que o açúcar comum (sacarose), e quando usada reduz a taxa de glicose no plasma sangüíneo. Isso prova o efeito terapêutico desejado do fitocomplexo.Atualmente, as ervas medicinais estão sendo usadas indiscriminadamente e podem prejudicar em vez de ajudar a saúde. Portanto, cuidados devem ser tomados ao se fazer uso de qualquer vegetal, pois não é em todos os pulmões que pode ser aplicado o eucalipto, nem a camomila para todos os estômagos, nem o boldo para todos os fígados, e assim por diante.

Sylvio Panizza é farmacêutico-bioquímico e professor associado da Universidade de São Paulo (USP) na área de plantas medicinais e suas aplicações

Ari de Freitas Hidalgo

A Amazônia atualmente ocupa, todos os dias, o noticiário mundial. Seja exaltando-a como o último grande depósito de biodiversidade do planeta, seja para falar sobre o potencial turístico ou, com maior repercussão, destacar a degradação e destruição da floresta, na maioria das vezes com alarmismo e falsa ética, ocultando interesses não declarados.A realidade amazônica é muitas vezes desconhecida. Reproduzir informações equivocadas ou falsas, veiculadas como verdades, é fato comum nos dias atuais. Livros e publicações de autores que nunca pisaram na região são lidos, discutidos e, sem critério algum, reproduzidos e divulgados.É necessário conhecer e divulgar as verdades sobre essa imensa região que contém a maior floresta úmida do planeta, que abrange nove países da América do Sul (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela), que ocupa cerca de 7% da superfície da Terra, que detém de 15% a 20% de toda a reserva de água doce e cuja fauna e flora respondem por mais da metade da biota mundial. Esse panorama verde tem disponível um imenso estoque de riquezas que desperta a cobiça internacional: minérios, madeiras, petróleo, gás natural, frutas e espécies medicinais.As plantas medicinais são um ponto interessante a considerar quando se fala na Amazônia e em suas riquezas, e devemos abordá-las realisticamente, sem romantismo. Diversas espécies da Amazônia estão sendo estudadas em vários países na busca de medicamentos para o tratamento de males que afligem a humanidade. A copaíba, a andiroba, a unha-de-gato e a carapanaúna são exemplos de plantas medicinais de uso secular na Amazônia pelo índio, pelo ribeirinho, pelo curador da comunidade, perpetuando a condição de "terra rica e povo pobre". A copaíba é um potente antiinflamatório, ao passo que a unha-de-gato atua sobre o sistema imunológico, permitindo ao organismo reagir contra diversas infecções e apresentando, inclusive, resultados altamente promissores no tratamento de vítimas de radiação do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia.Essas plantas estão sendo levadas sem autorização – portanto, roubadas. É comum encontrá-las no interior da Amazônia com uma facilidade que não se encontra em outros países. Esses materiais passam pela fronteira e até pelos grandes aeroportos da região, sem que a fiscalização detecte e apreenda.Estas breves considerações devem servir de alerta aos brasileiros. A Amazônia não é apenas o paraíso ecológico tão propalado. Antes de tudo, é Brasil e é uma fonte de riquezas incalculável, que deve ser estudada para uso racional em benefício de seu povo, aí obrigatoriamente incluídos os povos da floresta.

Ari de Freitas Hidalgo é professor titular da Faculdade de Ciências Agrárias e do Laboratório de Plantas Industriais e Medicinais da Universidade do Amazonas

José Ângelo Rizzo
Maria Silvia Rodrigues
Célia Bitencourt

No seu processo evolutivo o homem enfrenta as vicissitudes das condições que o envolve.A busca por alimento, abrigo e meios para aliviar a dor e as doenças, oriundas de várias causas, leva-o a procurar esses recursos na natureza. O reino vegetal, dadas suas características, responde primeiramente às indagações e solicitações do homem. E na medida em que os conhecimentos sobre as plantas foram surgindo e se acumulando, as plantas com propriedades medicinais passaram a ser objetos de interesse. Inicialmente, feiticeiros, curandeiros e sacerdotes dominavam a ciência das drogas e dos venenos, o que os colocou em uma situação privilegiada na sua comunidade. Muitas plantas conhecidas e usadas pelos povos primitivos enriquecem hoje o moderno arsenal terapêutico da medicina. Entretanto, muitas plantas medicinais não apresentam os efeitos que a medicina popular lhes atribui, sendo em muitos casos perigosas. O que não invalida seu uso e estudo. Comenta-se que uma das linhas promissoras na pesquisa da flora medicinal está na investigação sistemática de grupos botânicos, gêneros ou famílias ricas em substâncias ativas. A lógica do raciocínio leva a pensar que se uma espécie possui determinada substância é provável que uma espécie aproximada também a possua.Pesquisas como a de Petkov, em 1967, assinalam que o tratamento por meio de plantas medicinais age no organismo em razão de um complexo de substâncias biológicas ativas ou aparentemente inativas. Muitas dessas substâncias biológicas aparentemente inativas, conhecidas no passado como substâncias de lastro, retardam ou aceleram a absorção de substâncias ativas pelos tecidos e também sua descarga na urina ou na bile. Isso explica a diferença entre os efeitos de inúmeras plantas medicinais, como a beladona, o café e outras, e o efeito dos produtos químicos deles extraídos, como a atropina e cafeína. Tudo leva a crer que as plantas medicinais e as substâncias biológicas ativas extraídas delas vão adquirir maior importância, sugerindo um trabalho de abordagem multidisciplinar no estudo científico das mesmas.Para termos uma noção do panorama do uso das plantas medicinais e drogas vegetais elaborou-se um plano de pesquisa para um conhecimento da utilização das plantas em nossa capital. Paralelamente, desenvolve-se um trabalho multidisciplinar com plantas consideradas medicinais, tanto nas cidades como no meio rural. Algumas das plantas já conhecidas fornecerão às autoridades ligadas ao setor de saúde informações e dados para que se possa elaborar planos visando a uma melhor utilização dos recursos vegetais, com reflexos não só de suas propriedades terapêuticas, mas na fabricação de produtos mais acessíveis à população. Como o chá da folha do caju para o intestino, o chá de bálsamo para infecção no olho e ouvido, ou o chá da semente do urucum adoçado com mel para asma.Na maioria dos países a população faz uso das plantas medicinais. O valor movimentado pelas matérias de origem vegetal puras, usadas pelas indústrias farmacêutica e de cosmético, subiu de 52,9 milhões de dólares em 1967 para 71,2 milhões em 1971, com uma progressão anual de 7% de lá para cá. O que demonstra um crescente interesse pelas mesmas.

José Ângelo Rizzo é Docente do Depto. de Botânica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Silvia Rodrigues é Docente do Depto. de Biologia Geral da UFG e Célia Bitencourt é bolsista do CNPq

Amauri de Oliveira

Sempre que se fala ou se escreve sobre meio ambiente, é usual dizer que o Brasil detém a maior parcela de biodiversidade do mundo. Dessa vez, não é exagero e sim verdade que nos enaltece. Cerca de 51% das espécies de plantas tropicais estão situadas em região que abrange as Américas Central e do Sul.Esse "pulmão do mundo", já se sabe também, ao menos nos centros de maior tecnologia, é a "farmácia do mundo". A população mundial é em sua grande maioria tratada pela medicina tradicional, que faz uso de extratos contidos nos princípios ativos das plantas medicinais. A coleta de plantas medicinais e/ou suas partes envolve espécies de porte arbóreo, arbustivo ou herbáceo, sendo que as partes de interesse se diversificam entre casca da raiz, caule ou tronco, folha, fruto, semente, seiva, flores, raiz, haste, pedaço do caule, planta inteira, óleo, látex, a depender do extrato desejado.O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem implantado o programa Flora, com objetivo de promover a conservação de espécies nativas e de garantir seu uso racional. Dentro desse programa foram iniciados alguns trabalhos com as plantas medicinais, com a criação de um grupo de trabalho constituído por funcionários do Ibama e o convite de pesquisadores da área, com a finalidade de estabelecer instrumentos mais eficientes no controle da exploração, transporte, comercialização e exportação de plantas nativas medicinais.Com a legislação vigente o governo federal teria, teoricamente, a informação necessária para se conhecer o número de extratores e produtores registrados, porém o cumprimento por parte de indústrias, atacadistas e extratores é irrisório, em parte pela ausência de uma firme postura do setor público e também pela falta de conhecimento científico para análise e aprovação de projetos.A extração e utilização dessas plantas com métodos irracionais configuram fato potencialmente comprometedor à manutenção da flora medicinal, levando ao extermínio do recurso. O manejo sustentado é indispensável.Um exemplo foi encontrado em um levantamento realizado em área-modelo do Vale do Ribeira, no litoral sul do estado de São Paulo, compreendendo a bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape. A cobertura vegetal da região é constituída por grandes remanescentes da Mata Atlântica. A equipe de educação ambiental do Ibama-SP tomou conhecimento do processo de desmatamento que estava acontecendo no bairro do Motta, zona rural do município de Iguape. Algumas famílias estabelecidas na área lançaram mão da prática do desmatamento, tanto para o plantio de culturas de subsistência, como para garantia da posse da terra.Paralelo a isso, líderes locais se mostraram interessados na extração e na comercialização da planta medicinal conhecida popularmente como "chapéu de couro" (Echinodorus macrophyllum), dada a abundância dessa espécie no local e a existência de um mercado consumidor consolidado.Verificou-se, assim, a possibilidade de contribuir para o processo de reversão desse quadro, com a execução de um projeto de educação ambiental cujos objetivos abarcassem a questão da capacitação da população da área, para a utilização sustentada dos recursos naturais existentes. A portaria do Ibama nº 37-N, de 3 de abril de 1992, relaciona a lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Atualmente, 107 espécies de plantas são reconhecidas nessa categoria. É bom cuidarmos da "farmácia", é bom cuidarmos do "pulmão".

Amauri de Oliveira é assessor de comunicação da Superintendência do Ibama no estado de São Paulo

Antonio Silveira Ribeiro dos Santos

Como se sabe, a flora brasileira é uma das mais ricas do planeta, e entre as inúmeras espécies que a compõem estão milhares de plantas com propriedades medicinais, muitas das quais já vêm sendo utilizadas pelas comunidades tradicionais e pelos índios, que por viverem próximos à natureza conhecem suas qualidades terapêuticas.Isso vem provocando a cobiça do mundo científico e industrial, uma vez que o desenvolvimento da biotecnologia tem propiciado a possibilidade de se extrair cada vez mais substratos de plantas para fins farmacológicos e terapêuticos, sem contar o fato de se poder descobrir novas propriedades medicinais, muitas vezes facilitado pela utilização dos conhecimentos tradicionais das indefesas comunidades locais. Consequência desse interesse é o crescimento da biopirataria, ou seja, do roubo de nosso patrimônio natural, inclusive genético. Aliás, sempre vemos notícias de evasão de nossas riquezas, o que é lamentável e muito preocupante. Empresas internacionais acabam patenteando produtos obtidos de recursos bioquímicos e até genéticos retirados de nossas florestas sem nos pagar por isso, apesar da Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e adotada por muitos países, entre eles o Brasil (Dec. Leg. nº 2, 1994).Quanto à legislação ambiental brasileira sobre o tema, destaca-se o artigo 225 da Constituição Federal (1988), que protege a diversidade quando diz que todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Com referência ao nosso patrimônio genético, vemos que o inciso II do referido artigo impõe ao poder público e à coletividade a sua preservação, integridade e fiscalização. Existe também a lei 8974, de 5 de janeiro de 1995 (Lei da Biossegurança), que regulamenta os incisos II e V do parágrafo 1º do citado artigo, estabelecendo normas de segurança, fiscalização, comercialização etc. Já a lei 9456, de 28 de abril de 1997 (Lei de Cultivares), disciplina o direito de propriedade sobre a multiplicação e a produção de cultivares e sementes de vegetais. A lei 9605/98 (dos Crimes Ambientais) considera crimes contra a flora os casos especificados nos artigos 38, 40, 46 e 52, nos quais a forma de exploração de plantas medicinais pode, ocorrendo a conduta tipificada, caracterizar-se crime. Há, ainda, o projeto de lei nº 306, de 1995, da senadora Marina Silva, do PT do Acre, que está no Congresso Nacional, dispondo sobre os instrumentos de controle do acesso a recursos genéticos no país.Portanto, a riquíssima flora brasileira e suas plantas medicinais contam com certa proteção legal no Brasil, mas urge que te-nhamos uma maior conscientização da problemática preservacionista e que passemos a elaborar mais leis específicas e mecanismos que as protejam amplamente, tanto da exploração irracional quanto da irregular, sob pena de continuarmos a perder esse nosso rico patrimônio.

Antonio Silveira Ribeiro dos Santos é Juiz de Direito de São Paulo e criador do programa ambiental A Última Arca de Noé. e-mail: antsilve@mtecnetsp.com.br

Denise Minichelli

A fitoterapia é a medicina realizada com base nas plantas, praticada há milhares de anos, mas é atualmente que a humanidade tem se voltado com mais atenção para essa forma alternativa de encontrar a cura e de prevenir doenças sem enfrentar os riscos dos efeitos colaterais tão comuns dos medicamentos alopáticos. Só para se ter uma idéia, na Alemanha a medicina alternativa participa com 30% na cadeia de remédios, e nos Estados Unidos mais de 25% de todas as drogas prescritas contêm substâncias ativas derivadas de plantas que se desenvolvem em florestas tropicais. Considerando isso poderíamos imaginar que por possuirmos 60% da grande Amazônia – ou seja, 500 milhões de hectares, dentre os quais 350 milhões de mata virgem –, de uma floresta que significa 10% da biota universal, temos também número significativo no desenvolvimento e na comercialização de remédios naturais. Mas, infelizmente, estima-se em apenas 5% a participação desses produtos no universo dos remédios comercializados no Brasil.A grande região amazônica possui mais de 1,5 milhão de espécies vegetais identificadas num total previsto de 5 a 30 milhões, sendo que as populações indígenas dominam o conhecimento de aproximadamente 1300 espécies que contêm princípios ativos com características de antibióticos, narcóticos, abortivos, anticoncepcionais, antidiarréicos, anticoagulantes, fungicidas, anestésicos, antiviróticos e relaxantes musculares. Apenas 90 dessas espécies vem sendo utilizadas comercialmente. De 3000 espécies identificadas e analisadas pelo Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, 70% apresentaram algum potencial no tratamento do câncer.A legislação brasileira "protege" a nossa flora e considera a Amazônia patrimônio nacional, sendo portanto proibida a retirada de espécies vegetais de seu hábitat natural, mas a fiscalização está longe de conseguir vencer a retirada ilegal dessas plantas do país. E o que vem acontecendo freqüentemente é a pesquisa de variedades melhoradas, a descoberta de princípios ativos e de meios de utilização que são então patenteados em outros países e lançados no mercado. Depois disso o que resta para a indústria brasileira e, portanto, para o consumidor final é o pagamento de royalties para podermos utilizar formulações originárias muitas vezes de nossas próprias plantas.Apesar da falta de incentivo à pesquisa, trabalhos importantes estão sendo realizados, como por exemplo o projeto de domesticação e análise de plantas medicinais que o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), juntamente com a Escola Paulista de Medicina e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realiza em mais de 200 espécies de plantas brasileiras conhecidas pela cultura popular. Outros programas procuram disponibilizar para a população medicamentos obtidos a partir de ervas medicinais, como é o caso da Farmácia Caseira, desenvolvida pelas secretarias municipais da Saúde e do Meio Ambiente, e o Projeto Farmácia Verde, que possui um laboratório de fitoterapia inaugurado em 1995 pela Prefeitura Municipal de Ipatinga. Esse exemplo vem sendo seguido por muitas empresas que estão fazendo em seus funcionários um trabalho preventivo, com o uso das ervas medicinais. O Sesc, nas unidades de Itaquera e Interlagos, também procura disponibilizar e divulgar a importância dessas ervas, da pesquisa e da preservação ambiental principalmente para o público escolar.

Denise Minichelli é engenheira agrônoma e técnica do Sesc


Família: Anacardiaceae
Nome científico: Mangifera indica L.
Nome vulgar: Mangueira
Uso: Chá da folha
Indicações: Tosse, gripe


Família: Apocynaceae
Nome científico: Hancornia speciosa Gomez
Nome vulgar: Mangabeira
Uso: Chá da folha
Indicações: Cólica menstrual

Família: Boraginaceae
Nome científico: Symphytum asperrimum Donn
Nome vulgar: Confrei
Uso: Chá da folha, bater as folhas no liquidificador
Indicações: Várias infecções (úlcera, útero, gastrite), pressão alta, diabete, rins, reumatismo, estômago, dor de cabeça

Família: Brassicaceae
Nome científico: Brassica oleraceae L.
Nome vulgar: Couve
Uso: Sumo batido com leite
Indicações: Úlcera

Família: Zingiberaceae
Nome científico: Zingiber officinale Roca
Nome vulgar: Gengibre
Uso: Chá da raiz
Indicações: Gripe, garganta