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JORGE LEÃO TEIXEIRA


Ilustração: Leandro Shesko

Currupaco versus celulares – A última dor de cabeça dos usuários de celular que possuem papagaio de estimação é a habilidade dos louros para imitar os sons emitidos pelos aparelhos para anunciar as chamadas recebidas. O inglês Stuart McNae, por exemplo, depois de trocar meia dúzia de vezes o som do telefone sem sucesso, pois o seu papagaio imitava todos os toques com perfeição, entregou os pontos e arquivou o celular temporariamente. Até encontrar um louro menos falante.

Pau pra toda obra... – O risco de um apagão provocado pela escassez de chuvas assusta o governo e levou algumas autoridades a apelar para forças mediúnicas. O Ministério das Minas e Energia não dispensa contatos com a Fundação Cacique Cobra Coral, que goza de prestígio tanto na arte de chamar chuvas como na de conseguir, junto a São Pedro, uma colher de chá, garantindo tempo firme para grandes eventos ao ar livre.

Dólares furados – Após vários dias fechados, em janeiro último, os bancos do Zimbábue, na África, voltaram a funcionar, liberando cédulas de 10 milhões de dólares zimbabuanos, para reduzir a crise criada pela crônica falta de papel-moeda no país, que tem a maior hiperinflação do mundo, estimada em 25.000% ao ano. Em tempo: cada nota da megaemissão dá para comprar meia dúzia de pãezinhos na padaria da esquina...

Bope tem ibope folião – O grande sucesso do filme Tropa de Elite repercutiu no carnaval carioca, fazendo as vendas de fantasias que imitam os uniformes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), com traje completo, boina e cartucheira, estourarem entre crianças, homens e mulheres, injetando nas ruas um exército de foliões fardados como a tropa de elite da polícia militar do Rio de Janeiro.

Papel-carbono – A Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra homenageou os cem anos da imigração japonesa em seu desfile pelo sambódromo carioca. A coisa foi levada tão a sério que a rainha da bateria da escola, Ângela Bismarchi, submeteu-se a uma operação plástica para ficar em sintonia com o tema do enredo, tornando seus olhos bem puxadinhos. A pequena reforma foi feita pelo marido, o cirurgião plástico Wagner Moraes.

Pérolas de menus – Leitor paulistano que coleciona bizarrices em cardápios de bares populares descobriu recentemente um botequim que serve o "bife à milanesa" grafado como "bife ali na mesa" . Outro boteco oferece o rosbife velho de guerra sob o codinome "arroz bife". E um ambulante vende em sua carrocinha uma variante tupiniquim do hambúrguer crismada de "hambugre".

Hora da saudade – A editora Narrativa Um reuniu no livro Origens e Trajetória da Indústria Farmacêutica no Brasil a história de medicamentos de grande popularidade entre as famílias brasileiras, como o Elixir de Nogueira, o Vinho Reconstituinte Silva Araújo, o Biotônico Fontoura, o Elixir de Vida do Dr. Ross, o Regulador Xavier, o Óleo de Capivara, o Leite de Magnésia de Philips, o Melhoral, o Rum Creosotado e vários outros nomes que marcaram época na publicidade farmacêutica.

A vez das Evas – Cientistas da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de uma pomada chamada LibiGel, que aumenta a libido em mulheres. Voluntárias entre 30 e 65 anos estão participando dos testes, até agora considerados auspiciosos. O produto, que deve ser aplicado na parte superior do braço, libera testosterona na corrente sanguínea durante 24 horas, aumentando o interesse sexual. Acredita-se que o sucedâneo feminino do Viagra vai dar muito o que falar nas relações conjugais.

Cantilena antiga – A inércia da burocracia pátria não vem de hoje. Não é à toa que o estribilho de um velho samba de Noel Rosa esteja sendo ressuscitado. Ele dizia: "Espera mais um ano que eu vou ver/ Vou ver o que posso fazer / Não posso resolver neste momento / Pois não achei o teu requerimento..."

 

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