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Com aparelhos e programas de computador que até pouco tempo atrás pareciam invencões saídas da trama de algum livro de ficção científica, as bibliotecas das unidades Belenzinho, Bom Retiro e Santo Amaro dispõem de uma estrutura que permite que cegos e pessoas com baixa visão possam desfrutar o prazer da leitura.

Além de promover a inclusão social, a iniciativa é um meio de democratizar a cultura e o acesso à informação. Para que os deficientes visuais utilizem o acervo, as bibliotecas disponibilizam três equipamentos para a leitura de livros e periódicos.

O videoampliador, por exemplo, permite às pessoas com baixa visão aumentar texto e imagem de um documento. No Belenzinho, o modelo utilizado é o SmartView Xtend, fabricado na Bélgica e na Nova Zelândia. Já o Bom Retiro e o Santo Amaro fazem uso do brasileiro Aladdin.

O segundo aparelho é o alemão Poet Compact, presente nas três unidades. Basicamente, consiste em um scanner que reconhece textos e os narra em português. O dispositivo ainda possibilita que o usuário grave o áudio da narração em pen drive ou CD.

Finalmente, o terceiro artefato é a linha braile, uma espécie de régua que se acopla ao computador e/ou ao scanner. Essa ferramenta gera – eletronicamente – pontos em relevo, que permitem que cegos leiam pelo tato. Há ainda os softwares ZoomText – que amplia os elementos que aparecem na tela do computador – e Window-Eyes, um leitor de tela que verbaliza as informações que estão no monitor, operado por meio de atalhos do teclado.

Somando os livros das três unidades, as bibliotecas têm mais de 11 mil volumes. “Não temos livro braile, justamente por causa do equipamento [a linha braile]”, diz a bibliotecária Daniela Momozake, do Belenzinho. “Uma folha impressa em tinta dá mais ou menos dez folhas do livro braile. Iríamos ocupar um espaço no acervo que não temos. A opção, então, foi comprar esse equipamento que consegue ler qualquer obra do nosso acervo.”

Por enquanto, o Belenzinho é o único que possui audiolivros. São 240 exemplares. O professor Paulo Bueno, 42 anos, é um dos frequentadores da unidade. O último audiolivro que pegou emprestado foi o romance Encontro Marcado, de Fernando Sabino. Além disso, também utiliza o aparelho Poet Compact para ler jornais.

Cego desde os 12 anos de idade, Bueno afirma que esse equipamento lhe permite ter autonomia, já que não precisa que outra pessoa leia o periódico para ele. Como a leitura é um exercício de ensimesmamento, de introspecção, esse tipo de aparelho é muito bem-vindo. “Quando você vê uma instituição que não é ligada especificamente à área de deficientes, mas que pratica o atendimento a todas as pessoas – independentemente de sua situação física ou sensorial –, isso realmente é a prática da inclusão.”

Entre os melhores

Aconteceu no dia 12 de dezembro a assembleia que reuniu 55 críticos para escolher os vencedores do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) 2011. Duas exposições realizadas pelo Sesc São Paulo aparecem na lista, ambas na categoria Artes Visuais. A primeira é Olafur Eliasson – Seu Corpo da Obra, cartaz das unidades Pompeia e Belenzinho desde 1º de outubro de 2011 (e que deve seguir até 29 de janeiro de 2012), eleita para receber o Grande Prêmio da Crítica; e a segunda é a exposição cenográfica de Emidio Luisi, no Sesc Consolação, de 6 de dezembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012 – com fotos dos espetáculos do Centro de Pesquisa Teatral (CPT/SESC) de Antunes Filho –, escolhida a melhor mostra de fotografia. A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá em 13 de março de 2012, no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros.

Parceria pela educação

O Sesc São Paulo e o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, com apoio da Associação Alumni (Centro Binacional Brasil-Estados Unidos), lançaram, no dia 14 de dezembro, na unidade Consolação, o projeto Estrelas do Basquete.

A ação irá atender 40 estudantes da rede pública de ensino – 20 meninos e 20 meninas, também presentes na ocasião –, oferecendo gratuitamente um curso-piloto de um ano, que inclui aulas de basquete, de inglês e de práticas para desenvolvimento de liderança. As aulas começam este mês, no Sesc Consolação. Estiveram presentes no lançamento o diretor regional em exercício do Sesc Luiz Deoclécio Massaro Galina, o cônsul-geral interino dos Estados Unidos em São Paulo, William Popp, e a conselheira sênior da Associação da Alumni, Maria José Villaça.

Literatura em foco

O Sesc Belenzinho realizou, nos dias 23, 24 e 25 de novembro, o evento Singular-Plural, uma série de encontros sobre a produção literária atual. O objetivo foi levantar discussões acerca do papel da crítica especializada e também da relação da palavra escrita com o universo digital. Entre os destaques, o debate Zona de Confronto – com os autores Luci Collin e Lima Trindade e o crítico literário Manuel da Costa Pinto –, no dia 23, e o workshop Escrever na Internet: Como criar neste papel de luz?, com a poetisa Ana Rüsche, no dia 24. No encontro, foi abordada a escrita em suportes virtuais, como os blogues, o Twitter e o e-mail.

História de vida

A montagem Depois Daquela Viagem levou a história da escritora brasileira Valéria Polizzi, autora da autobiografia homônima onde relata a descoberta de ter contraído o vírus da aids aos 16 anos de idade. Parte das atividades realizadas pela unidade Ipiranga em 1º de dezembro, Dia Mundial da Luta contra a Aids, a peça relata as vivências com os amigos, os namoros, o despertar da sexualidade, a angústia diante dos exames e outras experiências comuns a qualquer adolescente. Tudo num tom bem-humorado e descontraído.

Prêmio Jabuti

O livro Joseph Beuys – A Revolução Somos Nós (Edições Sesc SP/Associação Cultural Videobrasil, 2010) foi um dos contemplados do Prêmio Jabuti 2011, com o segundo lugar na categoria Artes. Catálogo da exposição homônima, que reuniu cartazes e vídeos do artista alemão Joseph Beuys, no Sesc Pompeia, em 2010, o livro foi organização pelo curador da mostra Antonio d’Avossa. Mais informações na loja virtual do Sesc (www.lojasescsp.org.br).

Literatura em foco

O Sesc Belenzinho realizou, nos dias 23, 24 e 25 de novembro, o evento Singular-Plural, uma série de encontros sobre a produção literária atual. O objetivo foi levantar discussões acerca do papel da crítica especializada e também da relação da palavra escrita com o universo digital. Entre os destaques, o debate Zona de Confronto – com os autores Luci Collin e Lima Trindade e o crítico literário Manuel da Costa Pinto –, no dia 23, e o workshop Escrever na Internet: Como criar neste papel de luz?, com a poetisa Ana Rüsche, no dia 24. No encontro, foi abordada a escrita em suportes virtuais, como os blogues, o Twitter e o e-mail.

Sem Palavras

O Grupo Sol apresentou a montagem O Que Aprendi com o Pequeno Príncipe, no Sesc Bom Retiro, no dia 4 de dezembro. A peça, encenada com o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), conta a história de um garoto cheio de dúvidas, que mora num planeta distante e decide viajar pelo universo – assim como o personagem central do clássico de Antoine de Saint-Exupéry O Pequeno Príncipe, publicado em 1943 e cuja edição brasileira mais recente é de 2006, pela editora Agir. Antes do espetáculo, o público recebeu uma pequena aula sobre alguns dos sinais usados em cena.

Músicas para o Natal

O Sesc Carmo apresentou, no dia 8 de dezembro, dentro do projeto Tons e Sons do Natal, um concerto com a Orquestra de Cordas Kodomô, do Instituto Fukuda, com integrantes de 5 a 15 anos – a palavra kodomô quer dizer criança em japonês. Sob regência do maestro Ricardo Fukuda, os jovens músicos executaram um repertório com peças eruditas infantis e outras composições natalinas. Destaque para a participação especial da violinista Mariela Micheletti.

Cinema de direito

Nos anos de 1970, surgiu nos Estados Unidos um gênero cinematográfico, criado por artistas afro-americanos e intitulado blaxploitation (junção das palavras black, preto, e exploitation, exploração). As obras refletiam os sentimentos da juventude e as conquistas do movimento pelos direitos civis. Parte dessa produção pôde ser conferida no CineSesc, de 18 a 24 de novembro, na mostra Tela Negra: O Cinema do Blaxploitation. Na programação, títulos como Shaft (1971), de Gordon Parks – exibido nos dias 18, 21 e 24 –, sobre o detetive particular John Shaft, cheio de atitude e que recebia seus clientes numa pequena sala na Times Square, coração de Nova York.

Antunes em livro

Foi na unidade Consolação, onde funciona o Centro de Pesquisas Teatrais (CPT), que o fotógrafo Emidio Luisi e o crítico de teatro Sebastião Milaré lançaram o livro Antunes Filho – Poeta da Cena (Edições Sesc SP, 2011). O volume é um apanhado de imagens e textos sobre a trajetória do diretor e sua particular metodologia, que envolve os intérpretes no estudo da estética, da filosofia, das fontes teóricas e dos documentos históricos associados ao tema encenado. Mais informações sobre a obra no site www.lojasescsp.org.br.

Homenagem ao mestre

O músico Sérgio Espíndola fez show, no Sesc Interlagos, no dia 20 de novembro, só com canções de Cartola (1908-1980). Com o nome de No Moinho do Mundo – uma referência a O Mundo é um Moinho (1976), uma das canções mais conhecidas do compositor –, Espíndola prestou uma carinhosa homenagem ao sambista que marcou a história da música brasileira, acompanhado por Edmilson Capelupi (violão sete cordas) e Douglas Alonso (percussão).

Conto de Natal

Talvez as crianças de hoje não se detenham mais nesse assunto, mas, aproveitando o mês em que se comemora uma das datas mais importantes do calendário ocidental, a Cia. Ateliê Teatro fez a pergunta: Papai Noel Existe?!?, título do espetáculo apresentado, no dia 4 de dezembro, no Sesc Itaquera. Um dos personagens, Drica, acha que sim; o outro, Teco, bate o pé que não. Já um terceiro, a esperta vovó Carmela, aproveita o impasse para apresentar aos netos algumas das tradições natalinas.

Apresentação exclusiva

O projeto Velhas Caixas, do Sesc Osasco, reúne uma série de espetáculos de teatro de bonecos, com duração de três minutos e que são apresentados para uma pessoa de cada vez. Entre os encenados em dezembro, um dos destaques foi a Thé Avec.../Chá Com..., de Juliana Notari. A peça, inspirada em depoimentos de mulheres idosas que moram em asilos, foi apresentada 28 vezes.

Já para a rua!

Em sua sexta edição, a Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas ocupou diferentes espaços alternativos nos arredores do Sesc Pinheiros, localizado na Zona Oeste de São Paulo. De 18 a 26 de novembro, as montagens ocuparam tanto a praça da unidade, como foi o caso de Lavou, Tá Novo, com o Circo Navegador, apresentada no dia 25, quanto o Largo da Batata, onde a Trupe Olho da Rua mostrou Bufonarias e o grupo Teatro de Caretas, de Fortaleza, encenou A Farsa do Pão e Circo – ambas também no dia 25. O evento, cujo título faz homenagem ao diretor considerado um dos pioneiros na pesquisa e produção de teatro de rua, também promoveu encontros sobre o tema.

Espanglês

O cantor argentino Kevin Johansen esteve no Brasil para dois shows no Sesc Pompeia, nos dias 24 e 25 de novembro. Cantando em espanhol e inglês, o músico misturou estilos variados e foi acompanhado por sua nova banda The Nada. Como compositor, já teve músicas traduzidas para o português. Também mantém o projeto paralelo Mercosurf, com o músico brasileiro Paulo Moska e o uruguaio Jorge Drexler.

A hora e a vez do grafite

Projeto de ocupação artística de muros e fachadas no bairro de Santana, na Zona Norte da capital, Grafiterritórios ZN, promovido pela unidade do Sesc na região durante todo o mês de dezembro, reúne intervenções de artes visuais com técnicas variadas. Para a inauguração do projeto, os muros pintados foram os da Paróquia de Santana, vizinha ao metrô. Os artistas participantes foram Binho Martins, Graphis, Tinho Nomura e Feik.

Cinema bom desce a serra

Velha conhecida da capital, a Mostra Internacional de Cinema aumentou o seu raio de alcance este ano. É que alguns dos títulos “desceram a serra” e foram exibidos pelo Sesc Santos, nos dias 7 e 8 de dezembro. Sendo assim, os cinéfilos da Baixada puderam conferir, perto de casa, produções como a franco-americana Era Uma Vez... Laranja Mecânica (2011), de Antoine De Gaudemar, a iraniana Um.Dois.Um. (2011), de Mania Akbari, e a americana Os Animais me Distraem (2011), dirigida pela atriz Isabella Rossellini.

História do samba

Conhecidos pela importância no cenário musical brasileiro, mas também por ter o comediante Mussum (1941-1994), de Os Trapalhões, em uma de suas formações, o grupo Os Originais do Samba se apresentou, no Teatro Santos Dumont, no dia 24 de novembro, com promoção do Sesc São Caetano. No palco, a atual formação do conjunto que já tem mais de 50 anos de história: Bigode (pandeiro), Júnior (reco-reco), Lujan (Tan-tan), Marcos Scooby (Cavaco) e Rogerio Santos (violão).

Circo do Seu Lé

No título, uma brincadeira com a famosa megacompanhia canadense Cirque du Soleil. Em cena, técnicas do circo tradicional apresentadas com muita improvisação e contato com o público. Nos bastidores, o corre-corre dos sete artistas envolvidos, que se revezam em vários personagens. Tudo isso aconteceu na apresentação do espetáculo Circo do Seu Lé, que a Cia. Furunfunfum mostrou, no dia 20 de novembro, no Sesc Vila Mariana.