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No fio da navalha

FRANCISCO VIANA

Até a virada dos anos 90, a indústria brasileira, sitiada pela inflação, parecia ter só duas preocupações. Uma era o controle de custos. A outra relacionava-se com a modernização de um parque produtivo que, a exemplo do Primeiro Mundo, fabricava bens de luxo e de produção, e estava envolvido numa acirrada disputa por mercados pelo mundo afora. Depois que a economia se abriu e o processo inflacionário foi contido, uma terceira preocupação incorporou-se ao temário cotidiano. A nova questão que está no ar é como resistir à avassaladora concorrência internacional que, de repente, ameaça a sobrevivência da indústria brasileira dentro das suas próprias fronteiras, antes um mercado cativo.

Esse cenário ameaçador, cujas origens podem ser encontradas nas políticas anteriores de protecionismo e estatização, projeta uma dúvida inquietante que exige resposta prática e rápida. Terá a indústria brasileira, com sua expressiva participação (35%) no PIB, deixado passar, de forma irremediável, o trem da globalização? Ainda há tempo para dar a volta por cima e recuperar o tempo perdido?

No momento em que, alimentado pelo Plano Real, o debate em torno do modelo dedesenvolvimento industrial e da redução do chamado custo Brasil é retomado, vários fatores apontam para uma visão otimista:

  • A indústria supera a barreira da produtividade como jamais havia feito. Estudo do BNDES sobre o desempenho da economia brasileira divulgado no ano passado revela que a produtividade/hora da indústria de transformação registrou de 1976 a 1992 expressivo aumento de 19%, sinalizando um ritmo de reestruturação semelhante àquele que vem se dando nos países industrializados.
  • A cultura da qualidade mudou o conceito de gestão. O número de empresas com certificação ISO 9000, sofisticado sistema de normas internacionais, cresceu mais de dez vezes entre 1990 e 1996 e continua em escala ascendente.
  • A terceirização deixou de ser um tabu. Levantamento da Price Waterhouse revela que, de 1992 a 1996, a resistência à mudança entre as 500 maiores empresas brasileiras caiu de 42% para menos de 20%.
  • O governo sinalizou na direção de uma nova política industrial. O Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (MICT) divulgou no começo do ano um estudo que contempla 15 setores considerados essenciais. A idéia é definir uma clara linha de ação em que créditos, política tarifária e tecnologia funcionem como alavanca para a competitividade.
  • O Brasil lidera as privatizações na América Latina, com 45% das 125 empresas que serão vendidas este ano. É um recorde histórico, que envolve setores estratégicos - telecomunicações, transporte e energia.
  • Pelos cálculos oficiais, até 1999 serão investidos no país cerca de R$ 94 bilhões, entre empresas nacionais e internacionais. Um levantamento coordenado pelo presidente da Siemens, Hermann Wever, revela que as empresas internacionais instaladas no Brasil investirão, só este ano, US$ 10 bilhões. De cada US$ 10, US$ 8 serão gastos em ampliações ou instalações de novas fábricas.
  • Aumentou a renda das classes mais pobres, que estão consumindo mais alimentos, eletrodomésticos e material de construção. A persistir esse ritmo, já no ano 2000 algo como 40 milhões de pessoas, número superior à população da Argentina e correspondente a quase metade da população do México, serão incorporadas ao mercado formal.

Mas, a favor de uma visão pessimista, neste momento de mudanças, sucede-se também um considerável cortejo de argumentos pessimistas:

  • Nos anos de 1995 e 1996, o déficit da balança comercial de produtos industriais foi além dos US$ 5 bilhões, cifra superior ao déficit de todo o comércio internacional do país.
  • O perfil dos produtos exportados, de baixa tecnologia agregada, está na contramão das tendências de consumo nos mercados dos países ricos.
  • O nível de emprego industrial tem sido decrescente. Em cinco anos, desapareceram 800 mil empregos nos 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Se tomado como ponto de partida o ano de 1991, a oferta de postos de trabalho na indústria, pelos dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), recuou 15,31%. Na ponta do lápis, o país perdeu 2,8 milhões de empregos industriais nos últimos sete anos.
  • A poupança interna é escassa e os gastos com o consumo muito elevados, sobretudo na área estatal, enquanto a reforma da máquina administrativa vem sendo permanentemente adiada.
  • O custo do dinheiro é elevado e os mecanismos de financiamento de longo prazo insuficientes para atender a demanda.

Entre um extremo e outro, a realidade ganha a textura de granito. A indústria brasileira, a número um da América Latina, que produz um valor superior a toda a economia da Áustria, Dinamarca, Finlândia, Arábia Saudita e Noruega, desponta, a um só tempo, como um enigma e uma possibilidade.

Na ponta do enigma, a indústria brasileira é uma zona cinzenta, onde contracenam os elevados custos de produção e a incerteza quanto ao rumo das mudanças, que, por mais abrangentes que sejam, jamais ocorrerão de maneira uniforme. Cada segmento industrial apresenta uma peculiaridade distinta. Os números da indústria de autopeças, por exemplo, espelham um visível mal-estar.

Para não pifar

Cinco bilhões de dólares. Pelos cálculos do consultor Moysés Gedanke, vice-presidente da Arthur D. Little, esse é o valor mínimo que as indústrias nacionais de autopeças precisarão desembolsar, se quiserem acompanhar o passo dos investimentos de aproximadamente US$ 18 bilhões que as montadoras anunciaram para o Brasil até a virada do século.

"Não há saídas intermediárias", admite o empresário Wilson Pascoal, da Metalúrgica Pascoal. "Ou nos associamos a empresas internacionais ou desaparecemos. Nossos custos de produção são muito superiores aos dos Estados Unidos e da Europa e o consumo de automóveis ainda é muito pequeno." Em palavras simples, Pascoal, um pequeno fabricante com três décadas de experiência no ramo, está querendo dizer que deste lado do planeta o problema das escalas de produção é democraticamente inquietante. Atinge indistintamente fabricantes de todos os calibres.

Não por coincidência empresas como a Metalúrgica Pascoal, com menos de 50 empregados, sofrem os mesmos impactos de gigantes como a Metal Leve, que foi vendida para a Cofap e a alemã Mahle. É isso o que leva caravanas e mais caravanas de empresários a bater nas portas do Japão, Estados Unidos e países europeus em busca de parceiros.

Próximas vítimas

A indústria de autopeças é a um só tempo um retrato do que a globalização tem feito e ainda poderá fazer. Tome-se como exemplo o caso da indústria eletroeletrônica, dona de uma fatia de 6% do PIB. Ou a indústria de bens de capital, também estratégica. A primeira, em expansão, sofre as dores de importações que consomem US$ 1 em cada US$ 10 do seu faturamento. A outra, em retração, amarga ociosidade que desafia a gravidade: 40%.

Outros setores, como os de máquinas agrícolas e tratores, construção naval, informática, brinquedos, siderurgia, couros e calçados, móveis, petroquímica, pesca e têxteis, não guardam muita distância dos dramas que afligem os fabricantes de autopeças, eletroeletrônicos ou bens de capital.

O que varia é uma questão de grau. Um caso emblemático é o do setor de couros e calçados. Há três anos, eram 4,5 mil empresas, 350 mil empregos diretos e exportações de US$ 2 bilhões. Hoje, cerca de mil empresas se volatilizaram e, com elas, 100 mil empregos e algo como US$ 600 milhões das exportações. Menos que com incapacidade técnica, os calçadistas se debatem com a invasão dos concorrentes asiáticos e as limitações para vender no Mercosul. Assim, sentem-se como peso-mosca na liça com um peso pesado, para citar a definição de Sebastião Burbulhan, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de São Paulo.

Esse dédalo de dificuldades se mistura com um ambiente que, a despeito dos muitos avanços, permanece profundamente adverso. Ele pode ser sintetizado num número esgrimido por Jorge Wilson Simeira Jacob, presidente do Conselho Nacional dos Institutos Liberais, num recente seminário, na Câmara dos Deputados, promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Segundo ele, para ser competitiva, a indústria terá de reduzir seus custos em nada menos que 35%.

Pé no freio

Encarado pelo ângulo do conflito exportações versus produção local, o quadro é preocupante. "Não há como oferecer à classe média o mesmo padrão de consumo de Nova York", conclui o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "O consumidor tem o direito de exigir produtos de maior qualidade e de menor custo, mas é impossível aumentar salários e fazer subir a produção interna sem pagar um preço. Mais cedo ou mais tarde vamos ter que dar uma freada no consumo."

Para se fazer entender melhor, ele explica: "Os consumidores estão ganhando pelo lado da maior capacidade de consumo. Mas boa parte dos fabricantes domésticos estão perdendo. Sobretudo aqueles que sofrem mais com a taxa de câmbio supervalorizada, como o setor de brinquedos. É uma situação insustentável. Não há como mantê-la por muito tempo. As repercussões negativas no nível de emprego e na renda são brutais. Estamos novamente cometendo a bobagem de produzir uma dívida externa impagável, que vem somar-se à dívida já existente. O pior é que estamos perdendo mercados externos. E para cobrir os buracos que vão surgindo, fazemos mais dívidas".

As razões do choque da abertura econômica não podem ser atribuídas a uma única causa, mas à soma de inúmeros fatores. Belluzzo sintetiza: "Em 1980, o grupo Votorantim tinha o mesmo faturamento da Samsung coreana. Hoje tem US$ 5 bilhões e a Samsung tem US$ 50 bilhões. A distância é explicada pelo fato de o grupo coreano ter saído pelo mundo e conquistado mercados".

Década perdida
Não se trata de um caso isolado, mas de uma metáfora dos muitos tropeções da industrialização brasileira. Há dez anos, o país participava com 1,5% das exportações mundiais. Hoje esse índice é de 0,8%. Uma visão retrospectiva irá encontrar os Tigres Asiáticos exportando maciçamente, quando a indústria brasileira ainda perseguia a substituição de importações. Ou, mais recentemente, entrando no jogo pesado da globalização quando, aqui, ainda não se sabe exatamente como transitar de uma economia fechada para uma economia aberta. Feitas as contas, é mais de uma década de atraso. É como se a indústria brasileira tivesse construído uma bela casa de três andares, enquanto seus concorrentes ergueram um prédio inteiro.
Nesse momento é que entra em cena um personagem-chave: o capital. No melhor estilo keynesiano do mundo do pós-guerra, o Estado brasileiro assumiu em largas proporções o papel estratégico de financiar a industrialização. A fórmula deu certo, é inegável. Mas foi corroída pela indomável espiral inflacionária, a partir da década de 70. O golpe de misericórdia foi dado pelo choque da dívida, nos anos 80. Assim, entrou-se na era da globalização sem que se definisse um padrão de financiamento de longo prazo.
O economista Antônio Carlos Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho dos Economistas de São Paulo, um especialista no tema, relaciona o fenômeno com o que ele chama de "passividade diante da globalização". Baseado nessa constatação, afirma: "Não adianta o governo dizer que os juros caíram de 60% para 30%. Internacionalmente, os juros não passam de 5%. É como cair do décimo ou do vigésimo andar. Não adianta dizer que as empresas se tornaram menos ineficientes ou mais competitivas. O centro da questão é que não somos competitivos. Há décadas estamos mergulhados na administração dos problemas de curto prazo. Há muito imobilismo quando se trata de traçar estratégias e pô-las em prática".

Em busca de dólares

O descompasso entre as exigências da concorrência e o financiamento de médio e longo prazo só parece deixar às empresas escassas opções. "A saída é investir recursos próprios ou buscar financiamentos internacionais", diz o empresário Salo Seibel, do ramo de aglomerados de madeira. Por isso, ele entende ser imperativa a criação de mecanismos que levem o crédito às linhas de produção das numerosas pequenas, médias e micro indústrias, justamente as que encontram maiores dificuldades em trabalhar com recursos próprios ou ter acesso aos capitais internacionais.

Na ponta das possibilidades, porém, a indústria tem a seu favor o trunfo de pertencer a um dos mercados emergentes que mais atrai interesses no planeta. Um assunto que domina as projeções positivas é a dimensão do país, o quinto do planeta em número de habitantes. "Nossa participação no fluxo internacional de capitais cresceu cerca de 5%", diz a economista Maria Helena Zockun, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet). "É um processo destinado a ser duradouro porque existe muita confiança na estabilidade do país."

Os números apresentados por Zockun constituem um recorde. Há dois anos, eram US$ 3,3 bilhões. Hoje, US$ 9,6 bilhões. A indústria ficou com uma fatia menor: US$ 1,6 bilhão, atrás dos serviços e das privatizações. Quando essas cifras são consideradas em termos da divisão do bolo no mundo, se descobre que não foi pouco dinheiro. "Os Estados Unidos estão destinando 57% dos seus investimentos internacionais para os serviços, enquanto os japoneses e alemães investem mais de 70%", compara a presidente da Sobeet. Isso, inevitavelmente, repercutirá na evolução tecnológica, sem a qual as indústrias não sairão do lugar.

Independentemente do quinhão que lhe cabe dos capitais internacionais, a indústria irá se beneficiar do colossal volume de dinheiro que começa a transitar na economia. A vitalidade das telecomunicações é típica. Em pouco mais de sete anos, serão US$ 20 bilhões de investimentos, em números redondos. Se acrescentado o dinheiro a ser gasto em obras de infra-estrutura necessárias para a operação dos equipamentos, salta-se para US$ 70 bilhões. As cifras parecem irreais, mas não são. Também não é irreal o impacto que terão na atividade econômica, o qual, sem dúvida, só encontra paralelo na arrancada da indústria automobilística.

Fora dos centros

Se a entrada de capitais evoluiu, não é menos dinâmica a desconcentração industrial. A necessidade de redefinir padrões de competitividade está retirando as fábricas dos grandes centros, em busca do interior. "Mais empregos estão sendo gerados fora do eixo Rio-São Paulo e está havendo a distribuição de renda", revela o professor Álvaro Zini, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Escudado em pesquisas que compararam dados de 1940 com os dos últimos cinco anos, ele demonstra que em estados como Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Norte a renda vem subindo acima da média.

A lista de pontos fortes é extensa. Confrontada com os pontos frágeis, a conclusão parece óbvia: ganharão os setores mais ágeis, perecerão os que ficarem para trás na corrida. Mas essa é uma visão parcial. A questão de fundo é o lugar que o país irá ocupar no mundo daqui para a frente. Nesse particular, o experiente consultor Roberto Teixeira da Costa, presidente do capítulo brasileiro do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), entende que a indústria, como um todo, está se saindo bem. Por quê? Ele cita fatos objetivos:

  • A agilidade tornou-se uma palavra-chave na estratégia das empresas.
  • A indústria automobilística bate recordes de produção e vendas.
  • Aos poucos o crédito está voltando a fazer parte da rotina dos negócios.
  • Os preços dos produtos industriais já não são tão altos quanto no passado, por força da intensa concorrência.

Para Teixeira da Costa, como outros analistas, as contradições da indústria se acumulam por força dos problemas em que o país ainda vive imerso. "Dos 33 setores com maior crescimento no comércio internacional, participamos com apenas três, e 90% do que vendemos encontra-se concentrado em apenas 15 itens. Se quisermos ter um papel relevante na economia mundial temos que fazer uma profunda reflexão sobre esse quadro e decidir o que vamos efetivamente produzir e exportar", diz Teixeira da Costa.

Sem uma idéia dominante, que dê sustentação a uma prática continuada, dificilmente a indústria brasileira poderá se conectar, de forma saudável, na locomotiva da globalização, uma locomotiva que, aliás, está em movimento há muito tempo. No passado, o que ergueu a décima economia industrial do planeta, após derrotar as teorias agraristas, foi o modelo alicerçado nas teses de substituição de importações do economista Raúl Prebisch. Nos dias atuais, fala-se abundantemente em integração competitiva. Mas teoria e prática não guardam a mesma sintonia como no alvorecer da industrialização.

O fato que está por trás dessa constatação é simples. Uma pesquisa feita pelo professor Luciano Coutinho, da Unicamp, abordando o tema da globalização das empresas brasileiras, concluiu que, embora o tema tenha livre trânsito, os industriais vivem tão hipnotizados pelos problemas ligados à sobrevivência que quase não dispõem de tempo para pensar politicamente. A boa notícia é que há forte movimentação das entidades de classe para reverter esse quadro. A perspectiva, inclusive, é de que os empresários sejam estimulados a disputar eleições para que a indústria venha a dispor de bancada própria, e organizada, no Congresso.

Uma mudança de tal ordem é por demais importante, porque o que está em discussão é o próprio destino do país. Não é preciso ser realista ou pessimista para constatar que, neste fim de século, a economia brasileira caminha no fio da navalha. Exerce forte poder de atração, a ponto de todas as grandes empresas internacionais ambicionarem ter aqui uma base. Mas, contraditoriamente, o país não sabe que caminho seguir para resolver seus graves dilemas sociais. A raiz dos problemas está embutida no antigo modelo de substituição de importações.

Um olhar sobre o período que se seguiu à grande depressão dos anos 30 é elucidativo. A saída para tirar o país da depressão econômica foi uma agressiva política de substituição de importações. A sua moldura foi a reserva de mercado, que se somou a uma legislação trabalhista avançada. Foi, à época, uma combinação inteligente.

Mas os seus estrategistas esqueceram de harmonizar o desenho do novo parque industrial com o potencial de expansão do mercado. Investiram em infra-estrutura, mas fecharam os olhos para a saúde e educação. Protegeram o mercado contra a concorrência estrangeira, mas não criaram brechas para transformar a competição numa terapia preventiva. Estimularam a diversificação da indústria, mas não criaram um forte suporte para a especialização e a permanente oferta de empregos.

Nessa seqüência de esquecimentos, deixaram de lado a reforma agrária e políticas para dividir a renda e incorporar grandes massas da população ao consumo. Na mesma proporção em que a base industrial se desenvolveu, os seus conflitos se acirraram. E permanecem se adensando, com o agravante de que a era do mercado cativo acabou. O que fazer, então?

Numa palavra, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, da USP, aponta a saída: "Reformas". Ele diz que qualquer política industrial, por modelar que seja, vai esbarrar nas limitações impostas pelo Mercosul e pela Organização Mundial de Comércio. Portanto, é a combinação da reestruturação das empresas com um modelo político que reforme a estrutura fiscal e tributária, remodele o Estado e desenvolva a infra-estrutura - enfim, apague os males do custo Brasil - que vai fazer a indústria voltar a crescer. "A virada depende apenas de nós e de mais ninguém", diz Giannetti. E não há dúvida que condições para isso não faltam. Há capacidade empreendedora e não faltam capitais no planeta dispostos a investir no país, desde que existam bons projetos. Resta, apenas, pôr as idéias modernizadoras em prática.

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