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Missão espinhosa

Mais uma vez estas páginas abrem espaço para falar de educação, desta feita enfocando o responsável pela transmissão do conhecimento. Por várias razões, a situação do professor é lamentável. Do ponto de vista financeiro, cada vez menos jovens decidem ganhar a vida lecionando, já que a remuneração é baixíssima. Como carreira, há muito o magistério deixou de ser atraente, tendo em vista o desprestígio profissional e as péssimas condições de trabalho a que o docente é submetido. O poder público, por sua vez, não está alheio a esse problema e começa a tomar providências não só para facilitar a formação de novos educadores como para valorizá-los, estabelecendo, por exemplo, o piso salarial. É esse o tema da reportagem de capa.

Na área cultural, este número traz uma boa notícia. Lançado em 2009, o programa do governo federal que visa incentivar estados e municípios a criar planos de promoção da leitura tem apresentado resultados surpreendentes, não só no âmbito oficial como por meio de iniciativas paralelas que despontam por todo o país. Esse movimento tem a participação do Sesc-SP, que emprega caminhões-baú como bibliotecas para levar livros a comunidades carentes.

Na parte histórica, abordamos um episódio que completa 50 anos e cujos desdobramentos tiveram consequências trágicas para o país: a intempestiva renúncia de Jânio Quadros em 1961, menos de um ano depois de assumir a presidência da República. Esse ato ensejaria, três anos mais tarde, o golpe militar que implantou no Brasil uma ditadura de mais de duas décadas.

No campo das artes, mostramos o renascimento do interesse pelos órgãos tubulares – há muito praticamente esquecidos –, graças ao crescente número de igrejas que vêm abrindo espaço para a apresentação de peças executadas com esse tradicional instrumento. Falamos também de Glauber Rocha, o polêmico cineasta brasileiro morto há 30 anos. Intelectual provocador, o diretor premiado em Cannes dizia que cinema se faz “com uma câmara na mão e uma ideia na cabeça”. E foi assim que ele criou o Cinema Novo.

Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac