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Anita Malfatti

Anita Malfatti (1889-1964) é considerada estopim do movimento modernista brasileiro na pintura, já que, em 1917 – cinco anos antes da Semana de Arte Moderna –, a artista montou uma mostra com 53 de seus trabalhos, chocando a comunidade acadêmica de São Paulo. Foi ela também o alvo que Monteiro Lobato mirou com seu famoso – e para alguns cruel – ensaio Paranoia ou Mistificação?, que comparava o trabalho de Anita aos “desenhos dos internos dos manicômios”.

Parte dessa produção compõe hoje o acervo do Museu de Arte Contemporânea, no campus da Universidade de São Paulo. São dez trabalhos no total, que incluem o grafite sobre papel O Secretário da Escola ou Retrato de Bailey, produzido entre 1915 e 1916, e o óleo sobre tela Cambuquita, de 1945. Mais conhecidos, no entanto, dois deles chamam a atenção: o óleo sobre tela de 1915/1916 A Boba e o carvão em papel Torso/Ritmo, da mesma época. O primeiro (tela que mede 61 cm x 50,6 cm) é construído com a cor – laranjas, amarelos, azuis e verdes – e realça as zonas cromáticas ao delineá-las com linhas negras, na maioria diagonais. Já Torso/Ritmo (61 cm  x 46,6 cm) mostra um ginasta masculino, um jogo com a anatomia e a construção geométrica. Acredita-se que o desenho tenha sido feito no final de sua estada nos Estados Unidos – período durante o qual Anita produziu A Boba.


VISTAS CONTEMPORÂNEAS

Exposição São Paulo, um Olhar de Imigrantes na Pinacoteca do Estado de São Paulo

Em cartaz até 30 de dezembro de 2012, a mostra reúne cerca de 30 obras – entre pinturas, gravuras, desenhos e fotografias – que cobrem o período de 1893 a 1980 e apresentam São Paulo pelo olhar de artistas imigrantes. Com curadoria de Ivo Mesquita, curador-chefe da instituição, a mostra destaca os óleos sobre tela Draga (1951), de Massao Okinaka; Rua Apa (1944), de Mick Carnicelli; Centro de São Paulo (1940), de Ottone Zorlini; e Viaduto Santo Antônio (1951), de Takeshi Suzuki; o óleo sobre papelão Paisagem da Vila Sônia (1947), de Tomoo Handa; o óleo sobre aglomerado, Esquina do Anhangabaú (1952), de Jorge Mori; e a xilografia São Paulo, Centro (1956), de Maria Bonomi. A exposição integra o programa de exibições temporárias a partir do acervo da Pinacoteca. As iniciativas, com diferentes recortes curatoriais, propõem um diálogo com a exposição permanente do museu, intitulada Arte no Brasil – uma história na Pinacoteca de São Paulo.

A Pinacoteca do Estado fica na Praça da Luz, 2, região central da cidade, e a exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 6 (inteira), R$ 3 (meia). Às quintas e sábados a entrada é grátis. Para mais informações: 3324-1000.

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