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Tchibum!

Julho é mês de férias, e férias combinam com piscina, certo? Certo, mas esse período também é conhecido pelo frio, sobretudo em estados do Sudeste e Sul do país, como é o caso de São Paulo. Embora muitas vezes o inverno não seja lá muito convidativo a atividades na água, com os cuidados necessários pular na piscina é mais do que indicado mesmo durante o frio.

Com o objetivo de esclarecer os usuários sobre como proceder nessa época do ano para manter o contato com a água, o Sesc Vila Mariana promoveu nos dias 20 e 21 de junho uma série de palestras com o reumatologista Ari Halpern.

O médico abordou questões relativas às sensações térmicas, às temperaturas corporais e ao ambiente, bem como forneceu instruções sobre a ducha preparatória e como reagir em caso de câimbra, levando em conta que uma piscina coletiva, como é o caso das que existem no Sesc, é um ambiente tanto para as práticas esportivas, como a natação e a hidroginástica, quanto para as atividades recreativas.

O reumatologista explica que é preciso tomar certas precauções dependendo do ambiente em que a pessoa está. “Se for uma piscina fechada, o local tem uma temperatura constante e não existem grandes problemas, mas se for uma piscina aberta, e às vezes está muito frio do lado de fora, é necessário usar um roupão na hora de sair da água”, informa o médico.

A natação é o esporte mais praticado em uma piscina, e as condições da água para essa atividade podem servir nos casos da hidroginástica e outros exercícios físicos. “Para quem fará uma atividade mais intensa, o ideal é a água um pouco mais fria, porque a pessoa vai produzir muito calor durante o exercício. As piscinas que servem para múltiplos fins nunca terão uma temperatura ideal, mas é necessário abrir mão de um pouco de conforto para agradar a todos”, diz Halpern.

A temperatura média do corpo humano fica em torno de 36° C a 37° C, e durante a prática de exercícios há grande produção de calor. Nessas condições, o corpo humano dispara mecanismos para se adaptar e manter os sistemas vitais em funcionamento regular, como o aumento da frequência cardíaca, a dilatação dos vasos sanguíneos e a sudorese.

Segundo o reumatologista, para as práticas esportivas são ruins as temperaturas acima de 30º C e abaixo de 25º C. “O termômetro é o corpo. Um atleta tem de saltar na água e sentir um pouco de frio, senão significa que a temperatura da água está muito alta”, conta o médico. “O que vale também para a hidroginástica. Já na hidroterapia é preciso mais calor, por procurar o relaxamento muscular.”

Quando a água da piscina está muito fria é necessário manter-se constantemente em atividade para não permitir o esfriamento do corpo. Em temperaturas muito baixas, além da hipotermia (perda de temperatura do corpo), o corpo humano fica mais sujeito a desconfortos e até lesões musculares. Portanto, é recomendado fazer aquecimento mais intenso antes da prática. A água quente pode provocar fadiga e queda no rendimento.

“Muitas pessoas desconhecem que durante o exercício na água o corpo também perde líquido pela sudorese, e a água muito quente provoca o aumento dessa perda, levando à desidratação, principalmente em pessoas idosas. A temperatura certa para uma criança não é a mesma que para um idoso e muito menos para um atleta”, esclarece Halpern.

A câimbra é algo em comum entre os frequentadores de piscinas, e está relacionada desde à falta de alongamentos adequados até a ausência de algum nutriente ou vitamina. “Uma câimbra no meio da água só se torna um problema se a pessoa não souber nadar ou se apavorar. Nesse caso, a pessoa deve se apoiar na raia mais próxima, ou ir para a borda e fazer alongamentos”, ensina o reumatologista.

O médico também lembra que é recomendado tomar uma ducha antes e após acabar a atividade na piscina, seja por uma questão de higiene, seja para adaptar o corpo à temperatura da água. O monitor de esportes do Núcleo Físico Esportivo do Sesc Vila Mariana, Márcio Moreira de Salles, fala sobre a importância desse tema: “Essas palestras têm o intuito de esclarecer dúvidas e orientar sobre alguns cuidados simples para que as pessoas não deixem de praticar sua atividade física, uma vez que percebemos uma redução na frequência dos alunos nesta época”.

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