Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Escultura Condor, de Luigi Brizzolara

Personagem que dá título a uma ópera datada de 1891 do compositor erudito brasileiro Carlos Gomes (1836-1896) – autor da famosa O Guarani (1870) –, o Condor ganhou uma representação pelas mãos do escultor italiano Luigi Brizzolara (1868-1937), em 1922. A obra faz parte do conjunto escultórico localizado no final de uma escadaria da Praça Ramos de Azevedo, que leva ao Vale do Anhangabaú, à direita do Teatro Municipal de São Paulo, no Centro da cidade. Feita de bronze, a peça (com 2,22 metros x 1,36 metro x 1,20 metro) retrata uma figura masculina que se recosta de forma dramática sobre o corrimão da escada, como que mortalmente atingido.

A fonte da qual faz parte a obra foi inspirada na Fonte dos Desejos de Roma, de Nicole Salvi, na Itália, e recebe aqui também o mesmo nome. Mais 11 esculturas – de mármore, bronze e granito – representam outros personagens de óperas de Gomes – como Fosca, Maria Tudor e o próprio Guarani –, além de figuras que dão formas humanas à música e à poesia. O artista – conhecido como Luiz aqui no país que escolheu para morar – tem outras peças espalhadas pela cidade. Entre elas, o mausoléu da família Matarazzo, no cemitério da Consolação, as majestosas estátuas de Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias, com três metros de altura cada uma, localizadas no Museu Paulista (Museu do Ipiranga) e o também gigantesco Anhanguera, visto em frente ao Parque Tenente Siqueira Campos, o Trianon, na avenida Paulista.


VISTAS CONTEMPORÂNEAS

Exposição Redes Alternativas no MAC USP

Montada com o acervo de arte conceitual do próprio Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), a exposição traça as relações entre a produção de artistas latino-americanos e do Leste Europeu que enfrentavam a censura dos regimes ditatoriais em seus países nos anos de 1960 e 1970. São 40 fotografias que mostram, até 30 de setembro, como os artistas se valeram dessa linguagem para registrar performances, ações e situações. Muitos artistas tinham, naquele momento, o correio como meio privilegiado de comunicação, por se tratar de uma “mídia” mais abrangente, alheia ao mercado de arte e aos padrões de centros artísticos hegemônicos, e fora do alcance da censura.

O MAC USP foi um dos destinos desse circuito alternativo, e Redes Alternativas é o resultado de uma pesquisa realizada internamente nos arquivos do museu que revelou material de nomes de países como a antiga Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia, Alemanha Oriental e Hungria. “Nesse livre fluxo de trocas, o corpo e as ações de artistas, apartados pela geografia, apresentam táticas comuns de resistência simbólica”, escreveu a curadora Cristina Freire, em texto de divulgação da mostra. Cristina conta também que era possível manter um laboratório fotográfico clandestino em casa durante os anos de chumbo, mesmo com os censores reprimindo qualquer manifestação artística considerada “perigosa” pelo regime.

O MAC USP fica na Praça do Relógio, 160, dentro da Cidade Universitária, e funciona às terças e quintas das 10h às 20h, e às quartas, sextas, sábados, domingos e feriados das 10h às 18h. A entrada é franca. Mais informações pelos telefones (11) 3091-3039 e (11) 3091-3328 e pelo site www.mac.usp.br

::