Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Escalada da USP no ranking mundial

por Alberto Mawakdiye

Reconhecida há décadas como a melhor instituição superior de ensino do país, a Universidade de São Paulo (USP) vem agora, pouco a pouco, sendo também referendada como uma das melhores do mundo. Pelo menos é isso o que respeitáveis entidades dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia têm mostrado, instituições dedicadas a avaliar a qualidade das universidades em nível global e que tornam públicas suas conclusões quase sempre na forma de rankings. Só neste ano, a USP já apareceu com destaque em três cobiçadas listas. Na avaliação da Times Higher Education (THE), do Reino Unido, ela figura entre as 70 universidades com melhor reputação no mundo, e é a única representante latino-americana entre as cem primeiras. A pesquisa da THE ouviu 17.554 acadêmicos e pesquisadores de 137 países. O ranking é liderado pela Universidade Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos dos EUA, e pela britânica Universidade de Cambridge.

Já no Ranking Acadêmico de Universidades do Mundo (ARWU, na sigla em inglês), elaborado pelo Centro de Universidades de Classe Mundial (CWCU) e pelo Instituto de Educação Superior da Universidade Jiao Tong, de Xangai, na China, a USP é apontada, entre 682 instituições de todos os quadrantes, como a universidade que mais forma doutores no planeta. Ainda no mesmo ranking chinês ela surge como a terceira colocada na lista das maiores no montante da verba anual destinada à pesquisa (entre 637 universidades), a quinta em número de artigos científicos publicados (entre 1.181) e a 21ª em porcentagem de professores com doutorado (entre 286). A USP ainda ocupa a 20ª colocação no ranking mundial que classifica as instituições de ensino superior pela relevância na internet, o Webometrics, organizado pelo grupo de pesquisa Cybermetrics Lab, do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha, tendo ficado em primeiro lugar entre as latino-americanas.

A impressionante escalada internacional levada a efeito pela universidade que enche os paulistas de orgulho não é de agora, já tendo sido registrada em 2011 e 2010. No ano passado, nove cursos da USP apareceram entre os 200 melhores do mundo na lista da TopUniversities, seis deles da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). E se a Universidade de Xangai colocou a grande escola na 102ª posição em sua classificação geral, pôs seu curso de medicina na 76ª posição – o único, entre os brasileiros, a figurar no top 100.

A instituição também fez bonito no ranking de 2010 do SCImago Institutions Rankings (SIR), que avaliou as atividades de mais de 600 universidades no intervalo compreendido entre 2003 e 2009. A USP foi a 13ª universidade com mais publicações no mundo, totalizando naquele período mais de 40 mil textos. No ranking 2003-2008, ela havia publicado quase 38 mil artigos – mais que o dobro da segunda colocada na América Latina, a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) –, o que conferiu à USP a 19ª colocação.

Com tanto reconhecimento e visibilidade, não chegou a causar espanto quando, no início deste ano, a revista americana “Foreign Policy” recomendou a USP como um destino atraente para pesquisadores e atletas que não conseguiram aprovação nas universidades mais prestigiadas daquele país, como a de Harvard e o MIT. No guia constavam somente nove alternativas internacionais, e a brasileira era a única representante latino-americana. A lista também incluiu universidades do Canadá, Reino Unido, Espanha, Suíça, Japão, Hong Kong, África do Sul e Austrália. “A posição da USP em todos esses rankings mostra que estamos trafegando o caminho da excelência”, rejubila-se o reitor João Grandino Rodas, à frente da instituição desde 2010. “Mas sempre há o que melhorar”, ressalta.

Internacionalização

O mais surpreendente na ascensão da USP no cenário acadêmico mundial é a rapidez com que isso aconteceu, considerando que, até poucos anos atrás, a instituição patinava nos últimos postos e era olhada como uma típica universidade de Terceiro Mundo. No ano passado, a revista inglesa “The Economist” comentou o destaque obtido pela escola entre as congêneres dos países pobres, afirmando que, hoje, “nenhuma outra universidade na região faz frente a ela”. Na opinião do orgulhoso corpo dirigente da escola, esse reconhecimento não chegou por acaso – muito menos por favor –, e só parcialmente tem a ver com a inédita expansão do Brasil no cenário internacional, que, não há como negar, deu maior visibilidade às instituições de ensino superior do país.

O pró-reitor de Pesquisa da USP, Marco Antonio Zago, entende, por exemplo, que o avanço da universidade de alguma maneira reflete o esforço de internacionalização levado a efeito nos últimos anos, com o crescimento planejado de pesquisas em colaboração com escolas de outros países e a consequente presença nas páginas de revistas científicas de renome. A universidade mantém ainda cerca de 600 convênios internacionais em vigor, e algo como dois ou três novos acordos do gênero são assinados toda semana.

“Sem essa decisão de dar maior fôlego ao intercâmbio, o reconhecimento certamente não seria o mesmo”, comenta Zago. “A USP já é tida como uma parceira e não mais como uma instituição que recorre às escolas de países desenvolvidos para buscar ajuda. Isso é tão perceptível que a posição no ranking da THE, embora seja inédita, não é de modo algum inesperada”, afirma. Ainda segundo Zago, a Universidade de São Paulo tem também uma longa tradição de valorização da excelência – condição indispensável para a ascensão na carreira universitária – e continua a selecionar bem os alunos. Seu vestibular, de fato, está entre os mais competitivos do Brasil. Cursos como os de engenharia e medicina costumam ter mais de 50 candidatos por vaga.

A histórica importância da universidade para a cultura, a economia, as ciências e a política brasileira seriam outros diferenciais. São dezenas os engenheiros, médicos, cientistas sociais, pesquisadores e arquitetos de projeção que passaram pelos bancos da USP. Mais de uma dezena de presidentes brasileiros se formaram ali, a exemplo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso e do advogado Jânio Quadros, que se graduou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, daquela instituição, de onde também saíram 53 formandos que um dia seriam guindados ao cargo de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O pró-reitor de Pós-Graduação, Vahan Agopyan, vai mais além. A seu ver, a valorização da universidade no plano externo devia ter vindo há muito tempo, pois a USP tem impressas em seus genes a pesquisa (em seu sentido amplo, incluindo as áreas de humanidades) e a inovação, assim como o intercâmbio internacional, importantes critérios de excelência considerados pelas entidades ranqueadoras.

“A USP foi criada em 1934 por meio do agrupamento de algumas faculdades já existentes, como as de Agronomia, Direito, Farmácia, Medicina e a Politécnica, e tinha em mira, desde o início, transformar-se numa instituição voltada para a pesquisa e o desenvolvimento do conhecimento”, afirma Agopyan. Segundo ele, essa linha nunca foi abandonada. Para comprovar isso, Agopyan cita o expressivo número (em torno de cem, anualmente) de pedidos de registro de patentes pela USP – uma prática que só se tornou mais comum nas escolas superiores brasileiras a partir da década de 1990 –, que só a coloca atrás, no país, da também paulista Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Celeiro de mestres

Portanto, trata-se de algo que não começou ontem. Agopyan afirma que, em 1965, quando foram consolidadas as diretrizes da pós-graduação no Brasil, a USP tinha um número expressivo de docentes com doutorado. E ela já se destacava como a universidade que supria, na prática, a demanda do país por mestres e doutores – cuja ascensão acadêmica depende fundamentalmente de trabalhos de pesquisa e de inovações dos mais variados gêneros. “Ainda nas décadas de 1970 e 1980, praticamente metade dos doutorados no Brasil era obtida na USP, um número que, apesar de ter encolhido para 20% do total, continua sendo representativo diante da multiplicação dos cursos universitários no país”, sublinha o pró-reitor da USP. “Isso permitiu que a universidade se tornasse um grande centro mundial de pós-graduação”, destaca. A USP conta com um quadro de quase 23 mil alunos de pós-graduação (de um total de mais de 80 mil estudantes) e, em 2011, titulou 2.192 doutores e 3.376 mestres – números que se mantêm estáveis há quase duas décadas.

Agopyan salienta a importância da chamada “Missão Francesa” para a criação da universidade e o progresso que ela tem experimentado. Composta por professores e intelectuais do porte de Claude Lévi-Strauss, Roger Bastide e Fernand Braudel, ela ajudou a formatar vários cursos, como o de história e o de ciências sociais. “Mas não foram apenas os franceses que ajudaram a USP a se desenvolver. Ainda nas décadas de 1930 e 1940, lecionaram e pesquisaram na instituição muitos intelectuais italianos, alemães, poloneses, húngaros e americanos”, conta o pró-reitor de Pós-Graduação. “Essa tradição nunca foi interrompida, embora a participação de professores estrangeiros tenha naturalmente diminuído depois da Segunda Guerra Mundial.”

Ainda de acordo com Agopyan, os professores estrangeiros que pisaram solo brasileiro em anos de conflitos não beneficiaram apenas a USP, mas outras instituições de ensino superior do país, já que lecionavam em vários locais. De qualquer modo, eles acabaram indissociavelmente ligados à história da USP, que também é mundialmente reconhecida no circuito acadêmico por causa dessa gênese. Hoje ela é vista como herdeira de uma tradição universitária de fortes raízes europeias, ainda que cultivada de um jeito bem brasileiro, que, sem lhe descartar o vigor, em nada lembra a lendária formalidade das grandes universidades do Velho Mundo. Formado, no ano passado, pelo Instituto de Matemática e Estatística (IME), Cássio Antonio da Cunha diz que não se esquecerá tão cedo do tanto que penou para acompanhar o conteúdo de algumas disciplinas. “Há professores com níveis de exigência simplesmente absurdos. Se o aluno faltar a uma aula, não terá como recuperar a matéria perdida”, conta.

A austeridade associada à informalidade, de qualquer maneira, é do pleno agrado dos estudantes estrangeiros que cursam a USP, cujo número e diversidade étnica vêm aumentando e já não se limitam mais aos tradicionais vizinhos latino-americanos. Entre os mais de 2 mil estudantes de fora matriculados já é possível encontrar europeus (principalmente franceses), africanos e asiáticos, a maioria vinda por meio de intercâmbio. O austríaco Patrick Voller é um deles. Cursando o mestrado no FH Joanneum – University of Applied Sciences, na cidade de Graz, na Áustria, ele chegou no começo deste ano para estudar na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Ele justifica a escolha pelo fato de o Brasil se constituir, hoje, num importante mercado emergente, com grande potencial de crescimento. “Além disso, a USP é a melhor universidade da América Latina. Aqui se forjam os futuros líderes políticos e econômicos do Brasil”, diz Voller, que vai ficar no país até o final do ano. Ele sustenta que sentirá falta dos professores “atenciosos e excelentes”, da vida social e das famosas festas da USP e do próprio tamanho das instalações e do campus, com seus espaços poliesportivos e suas amplas áreas verdes.

Gigantismo

Voller não é o único estrangeiro assombrado com o tamanho da Universidade de São Paulo. De certa forma, os espaços descomunais da escola a ajudaram também a ganhar pontos nos rankings internacionais, já que poucas instituições de ensino mundo afora são tão grandes e oferecem tantos cursos. A USP disponibiliza 229 opções de graduação, atuando de forma abrangente nas três grandes áreas do conhecimento – humanidades, ciências biológicas e ciências exatas –, ao contrário da maioria das universidades do exterior, que normalmente se dedicam a uma delas.

Assim, não causa espanto seu gigantismo. A USP ultrapassou há tempos os limites da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (homenagem ao político que teve papel fundamental em sua criação, ao lado do jornalista Júlio de Mesquita Filho), no bairro do Butantã, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. Ela mantém unidades de ensino em sete cidades do interior – Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, São Carlos e São Sebastião – e ficou mais encorpada na capital paulista com a fundação, na Zona Leste, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each).

Além de 48 unidades de pesquisa e ensino, 29 das quais na cidade de São Paulo (onde também fica a reitoria), a USP ainda mantém quatro museus, dois hospitais, um centro de práticas esportivas – o maior da América Latina – e diversos órgãos especializados voltados especificamente para a rotina da universidade. Também se vinculam a ela vários órgãos públicos estaduais que se pautam pelo ensino, pesquisa e extensão universitária, e alguns parques tecnológicos – uma modalidade mais avançada de incubadora de empresas.

O mais incrível, porém, é que a USP atingiu esse porte e essa importância com pouquíssimo dinheiro, na comparação com os valores investidos por algumas universidades do exterior. A Universidade Harvard, por exemplo, tem um orçamento anual quase sempre 20 vezes superior ao da USP e um número total de alunos 60% menor. A USP desembolsa menos de R$ 40 mil por aluno, montante que em Harvard chega a quase R$ 3 milhões. Na Universidade de Oxford, na Inglaterra, cuja comunidade estudantil é 70% inferior à da USP, o investimento em cada aluno é de R$ 150 mil.

Gratuita, a Universidade de São Paulo é mantida, principalmente, por dotação orçamentária fixa repassada pelo governo estadual, por meio da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – o que faz da universidade uma das poucas instituições públicas do país com autonomia financeira. Seu orçamento, nos últimos anos, tem ficado pouco acima de R$ 2,5 bilhões, o que não é muito para uma escola com sua expressão, mas o suficiente para livrá-la de problemas mais sérios no plano financeiro.

O dinheiro de doações – que chegam a responder por um terço do orçamento de algumas universidades americanas – é insignificante na USP e, mesmo assim, a ajuda é quase sempre física e não monetária. Os 20 mil livros da “Coleção Brasiliana” doados pelo empresário José Mindlin – que ocuparão um prédio em fase final de construção no campus do Butantã – e uma fazenda presenteada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba, são as mais recentes doações físicas de vulto.

A USP recebe também verbas de instituições de fomento à pesquisa e ao ensino superior, como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Esta última repassou à universidade, no ano passado, algo em torno de R$ 500 milhões. Outra fonte de arrecadação são as parcerias com fundações privadas, que utilizam pesquisadores e instalações da USP em troca de verbas e transferências de know-how.

Embora questionadas por alguns críticos – que encaram a ajuda externa como um processo de privatização (pelo menos parcial) da universidade –, essas parcerias são comuns na maioria das universidades, especialmente no hemisfério norte. Elas são vistas pelo atual corpo dirigente da USP como essenciais não só para o desenvolvimento tecnológico do país como, também, para proporcionar um mínimo de folga financeira à instituição, além de representar um passo adiante na estratégia de ombrear a USP às grandes universidades de fora.


“Produtivismo”, um fator negativo?

Há quem diga que a boa posição da USP no ranking mundial também deveria ser debitada à lógica “produtivista” que, segundo se afirma, teria tomado conta da instituição nos últimos anos. Produz-se muito, mas haveria pouco apoio à pesquisa em áreas desinteressantes para o mercado, como as ciências humanas. A recente decisão da USP de implantar um novo regimento de pós-graduação – semelhante ao americano, e que apressa a produção acadêmica e estreita os sistemas de avaliação – jogou ainda mais lenha na fogueira.

Não há dúvida de que os tempos mudaram, e a USP também se transformou. O professor Adriano Biava, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), diz que é notório que a concepção neoliberal de “Estado limitado” teve reflexos na universidade, desde os anos 80 do século passado.

“Teme-se um viés mais teórico”, comenta Biava. Ele observa que “os egressos da FEA, hoje, se destacam pela forte formação quantitativista, que os credencia mais para o mercado financeiro, na atualidade o maior absorvedor de formandos, do que para outras áreas”.

A USP não abriu mão de manter em sua grade disciplinas que poderiam ser consideradas de erudição desconcertante, e para muitos de utilidade duvidosa. A professora Patricia Carvalhinhos, que coordena a tradicional área de línguas indígenas do Brasil no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), observa que tem decrescido o número de alunos que procuram certas disciplinas não obrigatórias, como a Toponímia (estudo linguístico ou histórico do nome próprio de lugares, sua origem e evolução), mas garante que o interesse continua. “Muitos alunos vêm para a universidade cursar a disciplina por indicação de colegas, e não se arrependem”, afirma. Patricia completa dizendo que, além de ser bastante útil, pois a toponímia indígena está em toda parte no Brasil, “a disciplina cativa, principalmente, pelo encanto que gera e pelos conhecimentos geográficos, históricos e culturais que dissemina”.


Mestre e doutor, títulos cobiçados

Uma parcela dos estudantes deseja se formar e, depois, utilizar a fama da USP para, já fora dela, arranjar um bom emprego. São muitos, porém, aqueles que também dão prosseguimento aos estudos, fazendo mestrado e doutorado, tanto que, apenas em 2011, mais de 5 mil alunos se formaram nesses dois graus.

Bruna Soares Polachin, por exemplo, graduou-se pela USP em letras (com habilitação em português e linguística) em 2010 e completará o mestrado no Programa de Semiótica e Linguística Geral no segundo semestre de 2013. “Pretendo fazer doutorado, também, mas minha prioridade é me desligar um pouco da USP e sair à procura de outras experiências”, diz. Bruna relata que seu propósito é o “doutorado sanduíche”, isto é, metade do curso concluído na USP e metade em uma universidade fora do Brasil. Ou, então, se possível, tirar o diploma estudando apenas no exterior.

Bruna quer seguir carreira universitária, dando aulas, e acredita que o fato de ter estudado na maior instituição de ensino superior do país facilitará, e muito, esse projeto, principalmente porque um dos focos da universidade é a pesquisa. “Na USP, desde o primeiro ano há diversos tipos de programas de iniciação científica, além de vários grupos de pesquisa dos quais os alunos podem fazer parte”, afirma.

Já Cleonice Demarchi, que fez o curso de direito entre 1987 e 1991, ingressou na USP porque buscava não apenas a teoria, mas também a prática da advocacia. Formada em ciências sociais por outra universidade, um curso mais direcionado para a carreira acadêmica, Cleonice sente que acertou porque logrou êxito naquilo que buscava. “Na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, os professores são, aqui fora, juízes, desembargadores e advogados militantes, além de doutrinadores com obras publicadas”, acentua. “E uma parcela significativa dos alunos começa a fazer estágio já a partir do segundo ano de curso”, ela salienta.

Antes mesmo de concluir o curso, Cleonice foi convidada para o programa de trainees de um grande banco. Depois de formada, montou um escritório com ex-colegas de faculdade e candidatou-se ao cargo de advogada do Banco do Brasil. Conseguiu o emprego. “O fato de eu ter me formado na São Francisco pesou bastante”, afirma. “Aliás, muitos advogados do Banco do Brasil que conheci naquela época também haviam estudado na USP”, finaliza.