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O espaço lúdico de Zeca Baleiro

'Em geral música pra mim é diversão'<br>Foto: Marcos Hermes
'Em geral música pra mim é diversão'
Foto: Marcos Hermes

Cantor, que faz show no Sesc Belenzinho dias 10, 11 e 12 de janeiro, concedeu entrevista para a EOnline em julho de 2013. Confira a seguir

De Por Onde Andará Stephen Fry (1997) até O Disco do Ano (2012), o maranhense Zeca Baleiro – porque gostava muito de balas – construiu uma sólida carreira artística. É cantor, músico, compositor, cronista e também escreve para o teatro. Entre shows em Paranapiacaba e Buenos Aires, na Argentina, onde tocou em 26/julho, Zeca conversou com a EOnline. Confira a íntegra da entrevista:

EOnline: Desde o lançamento de Por onde andará Stephen Fry, em 97, até o Disco do Ano, de 2012, como você analisa a música brasileira? Gosta do que tem ouvido, e do que o público tem ouvido?
Zeca Baleiro: Acho que ficou um pouco melhor, afinal é o período que corresponde à minha atuação nessa cena (risos). Olha, há várias formas de responder a essa pergunta, mas prefiro ser franco: acho que o que de melhor está sendo produzido musicalmente no Brasil hoje não está tocando nas rádios nem está em grande exposição na mídia. É preciso que nós, agentes culturais - e isso inclui o Sesc e a mim também - queiramos trazer à tona essa boa música escondida. Porque ela existe, isso é fato.

EOnline: Você tem usado os recursos da internet para interagir com o seu público. Já participou de Hungouts do Google e, recentemente, até convidou o público a produzir um videoclipe para o seu DVD. Todo o processo de produção do Disco do Ano também foi registrado em um blog. Por outro lado, a internet também foi a responsável pela crise na indústria fonográfica. É só uma questão de saber usar?
Z.B: Não acho que a gente deva atribuir a "falência" da indústria fonográfica à internet apenas. Ela pode ter tido um certo peso, assim como a pirataria, mas a grande causa foi a burrice (e a ganância) da própria indústria, que não investiu em talentos a longo prazo, sempre buscou sucessos instantâneos que depois não deixam resíduos, nem artísticos nem comerciais. Hoje, eu considero a rede uma ferramenta poderosa de interação. Temos que usá-la de forma inteligente, só isso.

EOnline: Um dos pontos alto de seus últimos shows – e isso é um retorno do público que frequenta o Sesc – é a coreografia de Funk da Lama. De onde surgiu a ideia?
Z.B: Isso foi uma grande gaiatice que eu quis fazer. Não sei se fica claro para o público, mas eu me divirto bastante no palco. Não importa se estou com dor de dente, com febre, se tenho contas a pagar, problemas pessoais a resolver... O palco é um espaço lúdico pra mim. Óbvio que há momentos que exigem mais "gravidade", mas em geral música pra mim é diversão. E o funk foi uma grande brincadeira com a moda das coreografias que hoje reina no Brasil (na real, reina em toda a música pop, aqui e no mundo). Eu que criei, com uma pequena colaboração dos meus filhos (risos).

Você pode ver a coreografia de Funk da Lama em vídeo disponível no canal oficial do artista no Youtube, aqui:

EOnline: Em 1988 você escreveu um texto para teatro infantil, o Quem tem Medo de Curupira. Agora você está retornando ao teatro com um texto baseado na obra de Nelson Rodrigues. Como você chegou ao Nelson?
Z.B: Sempre fui fã do Nelson, especialmente do seu lado cronista, o que não quer dizer que não admire sua faceta de dramaturgo. Mas acho que em seus contos e crônicas é onde reside a grande poesia de sua obra. Movido por isso, eu e Débora Dubois, diretora amiga, resolvemos pensar num espetáculo que se passa no ambiente de uma rádio dos anos 50. Assim nasceu o projeto, A Paixão Segundo Nelson, que deve estrear este ano ainda.

EOnline: O que o público pode esperar desse projeto? Já tem data para estreia?
Z.B: Estamos em fase de escolha de elenco. Em breve começaremos os ensaios. Se houver tempo hábil, estrearemos este ano. Senão, fica para o início do ano que vem.

EOnline: E o lançamento do DVD de Calma aí, Coração, acontece quando?
Z.B: Em setembro lançamos o DVD. Devo fazer um show de lançamento aqui e outro no Rio. E aí fechamos a turnê. Já estou trabalhando no primeiro volume de um projeto para crianças.

EOnline: Há três anos você passou pelo Sesc Itaquera, tocando para mais de 3.000 pessoas. O que o público pode esperar nesse retorno?
Z.B: O calor de sempre, com algumas novidades e surpresas, claro.

Você pode relembrar a apresentação que aconteceu em 12/06/2010, no projeto Ciranda do Norte do Sesc Itaquera:

o que: Zeca Baleiro
quando:

10, 11 e 12 de janeiro

onde:

Sesc Belenzinho

ingressos: Consulte programação