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Até 30/setembro, no Sesc Carmo, “Cartazes Poéticos – Contra Fluxo” é resultado do trabalho de Rodrigo Kenan com os poemas de Sérgio Vaz

O poder transformador da arte é um dos nortes do trabalho de Rodrigo Kenan. Aos 24 anos, o artista quer contribuir com outras formas de ver e pensar a literatura periférica. “Isto porque é feita por alguém que mora na periferia, e não marginal, como se estivesse à margem de alguma coisa” diz ele, citando uma frase de Sérgio Vaz. São deste poeta os poemas que Rodrigo usou como base para criar os cartazes da exposição. “Reclamar como sempre, agir como nunca”, proclama um deles.

Rodrigo e Sérgio moram na Zona Sul da cidade de São Paulo e são artistas engajados, intensos. A parceria entre os dois nasceu por conta do trabalho de conclusão de curso de Rodrigo, formado em design gráfico pelo IED – Istituto Europeo di Design. “Já gostava muito das poesias do Sérgio, mas só o conheci pessoalmente em um dos saraus da Cooperifa”. Segundo ele, o sarau, criado por Sérgio, é “um espaço de resistência da periferia”, e Rodrigo costuma frequentá-lo todas as quartas-feiras.

Para concluir a graduação, queria desenvolver um projeto que “permitisse a liberdade de criação”. Fez o convite ao poeta, e recebeu a resposta que queria: “Sérgio ficou feliz e honrado”, comemora.

Rodrigo é “muito fã” de Sérgio, e sabe que está tendo a rara oportunidade de trabalhar com um ídolo. “Quando ele me chamou para ir à casa dele, para conversarmos sobre a ideia dos cartazes, eu não acreditei”. A parceria deu certo, e os dois estão desenvolvendo novos projetos juntos. “Quero continuar falando sobre as questões da cidade”, afirma o designer.

Quanto à exposição, Rodrigo espera que seus cartazes ganhem muitas leituras diferentes. “Existem a visão do Sérgio sobre a poesia dele, a minha visão sobre essa poesia, e a visão e a reação que o público vai ter sobre tudo isso”.

Para quem tem dúvidas sobre o resultado do encontro, Sérgio Vaz é categórico na abertura do texto que acompanha a exposição: “A Poesia refletida nos cartazes do Rodrigo Kenan é como se o poema fosse capturado numa fotografia. E o poeta nada mais é do que um fotógrafo do sentimento”.