Sesc SP

Especial de Literatura, que acontece de 25/setembro até 26/outubro no Sesc Santo André, traz espetáculos, oficina, curso e sarau

Se te pareço noturna e imperfeita. Olha-me de novo.

Uma das mais importantes escritoras do século XX, segundo a crítica especializada, ganha um especial, o Ocupação H, que busca criar um espaço de reflexão que oferece ao público a possibilidade de estabelecer diálogos com a obra de Hilda Hilst, por meio de espetáculos, oficina, curso e sarau – programação toda do âmbito literário.

Dona de uma escrita de estilo refinado e técnica primorosa, Hilda transitou com destreza por diversos gêneros literários, como a prosa, a poesia e a dramaturgia. Recebeu prêmios como o PEN Clube de São Paulo (1962), Anchieta (1969), APCA (1977 e 1981), Jabuti (1984 e 1993) e Cassiano Ricardo (1984). Porém, mesmo laureada, Hilda incomodava-se com o silêncio em torno de sua obra, um dos motivos que levaram a escritora a seguir pelos caminhos do erotismo/pornografia, faceta que estigmatizaria seu legado literário.

Nascida na década de 30, no interior de São Paulo, onde faleceu em 2004, a autora formou-se em Direito pela tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), profissão que exerceu por um curto período. Resolveu, então, enveredar-se pela criação poética, área que despertou-lhe o interesse desde muito cedo.

Sua obra ganhou destaque a partir dos anos 60 e, durante os quase 50 anos de carreira, Hilda escreveu 20 livros de poemas, 12 de ficção, um de dramaturgia e participou de seis coletâneas. Seus livros foram traduzidos para diversos idiomas, com os quais ganhou nove prêmios literários. O trabalho da autora é (quase) todo incitado por questões existenciais sobre a condição humana, abordando temas como a morte, a relação entre Deus e homem, além da obscenidade.

Diante disso, a autora recebeu inúmeros adjetivos, que pairaram sobre a sua figura: transgressora, sedutora, obscena, maldita e genial, para citar alguns deles.

Assista, a seguir, a um programa de 2012 do Sesc TV, dentro do Tertúlias, série de encontros literários com escritores, que analisam a obra de autores consagrados; no caso de Hilda Hilst, a análise foi feita pelo poeta, ensaísta e tradutor Cláudio Willer.