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Notas da Programação




Arte democrática
Mostra Sesc de Teatro de Rua 2013 ¿ocorreu em praças e parques ¿de 16 cidades de são paulo

A Mostra Sesc de Teatro de Rua levou 20 companhias teatrais para 16 unidades do estado de São Paulo, entre os dias 20 e 29 de setembro. Foram 180 profissionais – vindos dos estados do Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de países como Holanda e Itália – exibindo 67 sessões dos seus espetáculos e realizando 10 atividades formativas, que incluíram oficinas, debates, vivências e encontros.
A maioria das unidades apresentou os espetáculos em praças e parques de suas redondezas, como o Parque da Independência (Sesc Ipiranga), Praça Ministro Costa Manso (Sesc Carmo), Largo Santa Cecília (Sesc Consolação), Praça Coronel Fernando Prestes (Sesc Sorocaba) e Parque Chico Mendes (Sesc São Caetano). “A ideia era mesmo ocupar o espaço público, tanto que esta foi uma das bases da curadoria, formada por 17 técnicos de teatro das unidades do Sesc que compuseram a mostra”, explica o assistente para a linguagem teatral da Gerência de Ação Cultural (Geac) do Sesc, Armando Fernandes.
A curadoria se baseou em três eixos principais: a qualidade estética dos trabalhos, a representatividade de cada companhia teatral – pensando nas técnicas utilizadas em diferentes regiões do país e do mundo – e as possibilidades de poéticas existentes dentro do gênero teatro de rua. “Queríamos entender o teatro de rua e suas possibilidades de lidar com o espaço público e com as pessoas que nele transitam, por isso, a mostra apresentou maneiras diferentes de lidar e de interagir com os espetáculos”, diz Fernandes.
A diretora do espetáculo Flor de Macambira (Grupo Ser Tão Teatro – PB), participante da mostra, Christina Streva, define o valor desta forma de expressão. “O teatro de rua é o encontro da arte com a democracia. Ele atende a todos os públicos, de todas as idades e classes sociais e tem uma comunicação direta com o espectador. Nós, que estamos acostumados a rodar este Brasil todo, achamos incrível ver que muitas pessoas que não têm o hábito de frequentar as salas de espetáculos acabam conhecendo o teatro por meio do teatro de rua”, ressalta. Para a diretora, “é de grande importância um evento específico para este gênero no momento em que o país passa por uma revalorização desta arte já tão marcada na tradição brasileira”.
A atriz da peça Romeu e Julieta – O Encontro de Shakespeare ¿com a Cultura Popular (Grupo Garajal – CE) Rayane Mendes, que se apresentou em cinco unidades, acredita que mostras como esta facilitam a identificação imediata do público com as histórias apresentadas pelas companhias, por conta da proximidade que suscitam. “Por onde passamos até hoje, na recente trajetória deste espetáculo fora do Ceará, sempre fomos muito bem recebidos pelo público. Apesar de termos um dialeto forte e bastante rico, isso não deixa as pessoas alheias ao que é apresentado”, explica. “Há uma saturação dos recursos de entretenimento. Nesse contexto, estar na rua é por si só um ato político, uma forma de democratizar as linguagens, não é pela defesa de uma forma de fazer teatro, mas pelo desejo de ver a arte disseminada por todos os espaços.”

“Estar na rua é por si só um ato político, uma forma de democratizar as linguagens”
Rayane Mendes, ¿atriz do Grupo Garajal (CE)

 


Paisagens intocadas 

O fotógrafo Sebastião Salgado apresenta seu novo trabalho, Gênesis, até 1º de dezembro no Sesc Belenzinho. Resultado de viagens por todo o planeta, e de especulações acerca das questões sociais e ambientais atuais, a exposição é composta por 245 imagens, divididas em cinco seções geográficas. Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, a mostra compreende trabalhos realizados entre 2004 e 2011. Na foto, Salgado brinca com uma das imagens da exposição, publicada na capa da E de setembro.


“Todo brasileiro tem, no mínimo, 10, 20, 30 dons. O povo brasileiro é um povo que... meu Deus do céu... é minha fonte de inspiração todos os dias, para a luta, para a arte”
O músico e cantor Criolo ao site Oba Oba (obaoba.com.br). ¿O artista se apresentou no Sesc Interlagos no dia 8 de setembro. 

O que é que a Índia tem?
A programação especial Namastê, Saberes da Índia levou ao Sesc São Caetano, de 2 a 29 de setembro, um pouco da cultura desse país por meio de atividades nas áreas da música, dança, palestras, oficinas e apresentações artísticas. Um dos destaques foi para a exposição de mesmo nome, recheada de imagens que registram os costumes, hábitos e crenças do povo indiano – com enfoque ao Kumbh Mela, considerado o maior festival espiritual do planeta, por onde passam mais de 300 mil pessoas vindas de várias partes da Índia e do mundo.

Roda literária
Como parte do projeto permanente Clube de Leitura, o Sesc Carmo organizou, no dia 10 de setembro, encontro com o escritor de origem angolana Valter Hugo Mãe. O autor discutiu com os presentes o livro A Máquina de Fazer Espanhóis (Cosac Naify, 2010), com mediação da pesquisadora Susana Ramos Ventura, doutora em estudos comparados de literaturas de língua portuguesa pela Universidade de São Paulo. As obras a serem abordadas em cada um dos encontros mensais são escolhidas pelo próprio público, em parceria com o Sesc.

MELHOR DA CIDADE
O Sesc foi eleito, em primeiro lugar, em 4 categorias do Prêmio O Melhor de São Paulo 2013-2014, organizado pela revista Época SP. Pelo terceiro ano consecutivo, o teatro do Sesc Belenzinho foi apontado pelos jurados do Prêmio como o melhor da cidade. O teatro do Sesc Pinheiros ganhou como a melhor casa para se assistir a apresentações musicais em São Paulo e a choperia do Sesc Pompeia (foto) como a melhor programação para se descobrir a nova música brasileira. Os jurados do Prêmio elegeram também em primeiro lugar o CineSesc como a melhor programação alternativa.

Dançando em casa
No espetáculo de dança Casa, o tempo cotidiano e repetitivo do ambiente doméstico dialoga com a história do próprio corpo em sua expressão artística. Em cartaz no Sesc Pinheiros de 17 de setembro a 9 de outubro, o trabalho incluiu em sua preparação o convívio das intérpretes Beth Bastos, Dudude Herrmann, Ciça Meireles e Marta Soares, a fim de que as artistas pudessem se debruçar sobre os elementos que compõem o universo do “lar”. O projeto traz, a partir dessa temática, três focos de pesquisa em dança: o universo feminino, a organização (como estratégia de sobrevivência) e a discussão do espaço – tanto físico como íntimo.

Fora de si
Espetáculo solo de dança apresentado no Sesc Consolação nos dias 2 e 3 de setembro, O Confete da Índia propõe novas abordagens para o chamado “desbunde”, palavra em voga no período das manifestações contraculturais dos anos 1970 e que buscava definir a experiência do corpo em estado de êxtase e transbordamento. O título faz referência a festas como o Carnaval (sobretudo aos registros ao artista visual Arthur Omar na sua série fotográfica Antropologia da Face Gloriosa, de 1973 a 1996) e às performances da cantora Gal Costa na fase em que gravou o álbum Índia, de 1973.

Educação socioambiental
Concebido para proporcionar ao público um olhar sobre educação socioambiental no contexto da Zona Sul da capital, o projeto Conexão Sul, do Sesc Interlagos, vai integrar a programação da unidade durante o segundo semestre, dividido em diferentes ações. Em agosto, o curso Rios e Bairros abordou a relação entre a urbanização e os rios da região, por meio de uma expedição de barco pela represa Billings. Durante os meses de setembro e outubro acontece a ação Práticas Inspiradoras. Voltada para educadores da Zona Sul e região, a atividade reúne palestra, projeção de filmes e ciclo de debates. Ainda em outubro, o curso Conexão Sul: entre a Cidade e a Floresta divide-se em expedições e oficinas pedagógicas.

Ópera na TV
O SescTV começou a exibir, a partir do dia 30 de agosto, uma série de programas composta de 11 óperas gravadas durante o ano passado no Theatro Municipal de São Paulo. A primeira delas foi La Traviata, de autoria do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901). Em setembro a programação apresentou Magdalena, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), no dia 27, e este mês a atração será Idomeneo, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), no dia 25.Também faz parte da lista, entre outras, O Crepúsculo dos Deuses, do alemão Richard Wagner (1813-1883), a ser exibida em duas partes: a primeira no dia 29 de novembro e a segunda em 6 de dezembro. Os programas vão ao ar às 23h, têm duração de duas horas e classificação indicativa de 10 anos. A grade segue até maio de 2014. 

Palavra líquida
Estreou no Sesc Belenzinho, no dia 5 de setembro, o espetáculo Nada, Uma Peça para Manoel de Barros – cujo título faz referência à obra Livro sobre Nada, do escritor mato-grossense nascido em 1916, cujo nome aparece no título. O espetáculo, que fica em cartaz na unidade até 6 de outubro, é fruto de investigação e pesquisa sobre a “palavra líquida e transgressora” do autor, segundo descrevem os irmãos Adriano e Fernando Guimarães, responsáveis pela direção e concepção do trabalho.

Escravidão financeira
Em cartaz na unidade Bom Retiro de 6 de setembro a 13 de outubro, o espetáculo Coriolano aborda questões políticas e sociais durante o declínio do Império Romano, no século 5 a.C. Segundo mostra a peça, o período é marcado pelo caos e pela corrupção generalizada, com a plebe afundada em dívidas contraídas junto à aristocracia e obrigada a tornar-se propriedade do credor como pagamento.


Sobre dizer adeus
Destaque na programação do CineSesc, o filme Almas Silenciosas ficou em cartaz na sala de 30 de agosto a 5 de setembro. Dirigido pelo cineasta russo Aleksei Fedorchenko, a produção conta a história de um homem que pede ao amigo para ajudá-lo a despedir-se da mulher morta de acordo com os rituais da cultura merja, antiga tribo que vivia às margens do Lago Nero, localizado no centro-oeste da Rússia. “Em sua tranquila aceitação da passagem de tempo, este filme nos lembra que morrer nem sempre é o mesmo que desaparecer”, definiu o jornal norte-americano The New York Times.

Curso de gestão no Centro de Pesquisa e Formação (CPF) 
O Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc São Paulo deu início, no dia 2 de agosto, ao Curso Sesc de Gestão Cultural – que teve aula inaugural ministrada pelo diretor regional da instituição em São Paulo, Danilo Santos de Miranda. O novo curso, cujas aulas seguem até 10 de maio de 2014, é voltado à qualificação de gestores culturais de instituições públicas, privadas e do terceiro setor e tem carga horária de 480 aulas/hora. Seu corpo docente inclui gestores, pesquisadores e professores de universidades e instituições culturais brasileiras e estrangeiras.

Amigos de infância
A Cia. Núcleo Girândola apresentou, de 4 a 6 de setembro, no Sesc Itaquera, o espetáculo Melancia e Coco Verde. O espetáculo apresenta a saga de Bia, Ana Clara, Rafael e Vladimir, amigos que compartilham o dia a dia e a rotina da escola – das responsabilidades que surgem com o início da vida escolar, passando pelos sonhos para o futuro, ao tema das diferenças de gênero.

Show dos bonitos
Formada por Uyara Torrente (voz), Vinícius Nisi (teclados), Diego Plaça (baixo), Rodrigo Lemos (guitarras) e Luís Bourscheidt (bateria), A Banda Mais Bonita da Cidade fez show no Sesc Osasco no dia 19 de setembro. No repertório, as músicas do novo CD, O Mais Feliz da Vida, segundo trabalho de estúdio dos curitibanos autores do hit Oração, cujo vídeo foi fenômeno de acessos no YouTube em 2011.

Teatro físico
Montagem do Grupo Ares, e destaque da programação do Sesc Pompeia nos dias 7 e 8 de setembro, Deisespera é um espetáculo que mistura música, dança, teatro físico e diferentes técnicas circenses. Diva, a personagem principal, representa o ideal da mulher perfeita – aquela que desperta a fantasia de todos os homens. A trama se passa num bar onde outra personagem, Deise – “uma mulher diferente de todas as outras”, como define a sinopse –, é a atração principal.

A cidade na vitrine
Com curadoria de Cristiano Mascaro, a série Paisagem da Cidade ocupa o espaço Sesc Vitrine, da unidade Santana, durante todo o ano apresentando, a cada mês, o trabalho de um fotógrafo. De 30 de agosto a 30 de outubro, as imagens serão de Marco Greco, que ingressou na fotografia registrando o universo feminino e atualmente tem se dedicado a fotografar a vida nas grandes cidades. “Marcelo percorre cada pedaço da cidade mais atento à atmosfera exalada deste ou daquele canto, sejam prédios, pontes, antenas, túneis ou pessoas caminhando”, explicou o curador.

Moraes Moreira em Santo Amaro
O músico, cantor e compositor baiano apresentou seus sucessos nos dias 6 e 7 de setembro no teatro do Sesc Santo Amaro. O repertório dos shows incluiu hits como Preta Pretinha, Mistério do Planeta, Brasil Pandeiro, Meninas do Brasil, Lá vem o Brasil descendo a Ladeira, entre outros.

Da rua para a rua
Akatrun Circus é um show de rua apresentado no Sesc Santo André, no dia 8 de setembro, e que tem como protagonista o palhaço De Lucca – que lança mão de técnicas circenses misturadas a números musicais de ritmos brasileiros para mostrar sua comicidade. Entre os recursos usados pelo personagem está a bateria La Loka, criada com materiais coletados nas ruas e em ferros-velhos.

Quando o carteiro chegou...
O “moço dos Correios” também é poeta – além de entregar a correspondência gosta de escrever seus versos. A “moça da janela” é sonhadora e fica o dia todo esperando o carteiro chegar. É essa singela história que a Cia. Animalenda conta em A Moça da Janela, espetáculo que se utiliza da música e da manipulação de bonecos para mostrar o encontro dos simpáticos protagonistas. A montagem foi apresentada de 7 a 14 de setembro no Sesc Vila Mariana. 

O sobe e desce da arte
Entre Andares é o título de uma série de intervenções visuais realizadas no interior do elevador da unidade Ipiranga – e que tiveram início no dia 3 de setembro, seguindo até 1º de dezembro. O primeiro a ocupar o espaço foi o artista plástico Vitor Rolim, que apresentou em seu trabalho ícones que misturam as tendências da arte de rua com elementos da chamada arte clássica.