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De cantinas paulistanas a Marte

São Paulo é uma cidade gigantesca constituída por uma infinidade de bairros que se espraiam por todas as direções, cada um com suas particularidades e, como tal, inscritos nos registros administrativos da municipalidade. A cidade, todavia, tem um bairro centenário, colorido, rico na arquitetura e abundante em festas e religiosidade que não consta do cadastro oficial porque, simplesmente, não é reconhecido como bairro. Para os milhares de paulistanos que moram lá, no entanto, o Bexiga, ou Bixiga, como se referem a ele, é bairro e ponto final.

Território de imigrantes italianos e de seus descendentes, do compositor Adoniran Barbosa (que, na realidade, nasceu em Valinhos, no interior do estado), da Igreja de Nossa Senhora Achiropita, da Escola de Samba Vai-Vai, das cantinas, das lojinhas de coisas antigas, dos teatros e de intensa vida noturna, a história do Bexiga vem de séculos atrás, e, curiosamente, a maioria dos pioneiros que estiveram envolvidos com sua criação chamavam-se Antonio.

O bairro que teimosamente insiste em existir porque, afinal, é parte do passado e da contemporaneidade da capital paulista, é o assunto da reportagem de capa de Problemas Brasileiros, edição que também aborda outros temas atuais e de interesse. Enquanto parte dos brasileiros moradores de grandes cidades abomina a ideia de se transferir de mala e cuia para a zona rural, fugindo do trânsito caótico, da poluição e da violência, muitos outros estão tomando o caminho da roça, conforme relato da matéria “Eu Quero uma Casa no Campo”. Ou, apesar da idade, quando já poderiam ter constituído família e estar conduzindo a própria vida fora de casa, continuam vivendo sob o teto paterno (“O Grande Salto da Geração Canguru”). Isto sem falar de Marte, o planeta vermelho, que estimula a imaginação das pessoas e motiva empresas visionárias a fazerem planos de levar aventureiros para morar lá (“Os Terráqueos Estão Chegando!”). Não vai ser fácil. Marte é um lugar árido, não tem água, ar e a temperatura é altíssima, de acordo com dados coletados diretamente no solo e fornecidos pelas mais de 100 mil fotografias enviadas à Terra pelas 40 naves e robôs mandados àquele planeta desde a década de 1960. Boa leitura!

Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo 
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac