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Editorial

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Em decorrência da progressiva longevidade do ser humano em praticamente todos os povos da Terra, as questões que envolvem a chamada Terceira Idade representam um desafio crescente para governos, instituições privadas e sociedade civil. Os países desenvolvidos já se veem diante da necessidade de uma urgente efetivação de políticas sociais para os indivíduos muito velhos, os da Quarta Idade, cujo grau de dependência física, psíquica e socioeconômica, alcança níveis ainda mais elevados.

Segundo dados preliminares do censo 2000 do IBGE, os brasileiros maiores de 60 anos já totalizam aproximadamente 15 milhões de indivíduos, representando 10% da população. Embora a expectativa de vida de nossos idosos seja a menor da América Latina, a esperança de vida que é de 64 anos para os homens e de 72 anos para as mulheres, não deixa de ser expressiva, se levarmos em conta as enormes desigualdades sociais ainda existentes em nosso país.

A queda do poder aquisitivo do idoso, resultado dos baixos proventos das aposentadorias, e a precária assistência à saúde promovida pelo Estado, são alguns dos principais fatores responsáveis pela deterioração da qualidade de vida dos nossos velhos. Não menos importantes são as carências sentidas pela Terceira Idade em áreas como habitação, transporte, cultura e lazer, entre outras.

Certamente há muito para ser feito pela melhoria das condições da população idosa. Porém, além das responsabilidades pertinentes aos governantes, todas as forças vivas da sociedade não devem poupar esforços nessa direção. O SESC de São Paulo tem procurado fazer sua parte, graças à sensibilidade social do empresariado do comércio, que mantém nossa entidade. Através de uma intensa programação cultural buscamos propiciar ao idoso a possibilidade de um convívio criativo e prazeroso, na perspectiva de construção de sua cidadania.

Nesta edição da revista A Terceira Idade, somando aos artigos que tradicionalmente abrangem diversos e fundamentais aspectos do processo de envelhecimento em nossa sociedade, publicamos depoimentos de três gerontólogos pioneiros no Brasil, Maria José Lima de Carvalho Rocha Barroso, Neusa Mendes Guedes e Marcelo Antonio Salgado. Estes especialistas resgatam a história da gerontologia e das políticas de atendimento ao idoso brasileiro. Com essa contribuição, esperamos conservar a memória de relevantes experiências para as futuras gerações de profissionais que lidarão com a Terceira Idade.

Danilo Santos de Miranda - Diretor Regional do Sesc de São Paulo.