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A Era da empatia: lições da natureza para uma sociedade mais gentil

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A era da empatia: lições da natureza para uma sociedade mais gentil
Autor: Frans de Waal. 
Companhia das Letras, 2010

 

Celina Dias Azevedo (1)

Somos seres programados apenas para satisfazer nossos interesses? A violência faz parte de nossa natureza? A lei do mais forte rege nossas relações? A busca pelas origens da empatia e as consequências dessa condição para os seres humanos é o tema desta obra. A Era da empatia propõe outro olhar para o homem, diferente daquele que percebe o egoísmo e medo que inundam a sociedade, como algo natural.

Franz de Waal, professor no Departamento de Psicologia da Universidade Emory e diretor do Centro Living Links no Centro Nacional Yerkes de Pesquisa sobre Primatas em Atlanta, nos Estados Unidos, defende a ideia de que a capacidade de cooperar e ajudar ao próximo são parte integrante e fundamental da evolução humana e, afirma que o tão propalado mito do darwinismo social – traduzido por meio da célebre “competição pela sobrevivência” – é, na verdade, uma apropriação equivocada das ideias de Darwin, para justificar e manter o mote essencial da sociedade capitalista. 

O autor sustenta em sua argumentação que a empatia possui uma história evolutiva. De Waal recheia a obra com histórias colhidas de seu cotidiano e de diversos centros de pesquisa com exemplos do comportamento emocional dos animais. Histórias como do gato Oscar que, em uma clínica geriátrica, aproxima-se dos pacientes que estão próximos à morte, como se pressentisse que algo está para acontecer, aconchega-se junto a eles – como que procurando trazer conforto – até a morte do doente, muitos dos quais só tiveram a companhia de Oscar em seus momentos finais. 

Frans de Waal traça a história da empatia - fruto de quase uma década de pesquisas - e aponta para o fato que sabemos muito pouco, ainda, sobre a empatia animal. Em tom crítico lembra que “Se compararmos a atenção da ciência às emoções negativas, como o medo e a agressão, e a atenção dedicada às emoções positivas, podemos afirmar que estas últimas foram profundamente negligenciadas”. 

(1) Mestre em gerontologia e Doutoranda de Ciências Sociais da PUC-SP. Assistente Técnica da Gerência de Estudos e Programas da Terceira Idade, do Sesc São Paulo. Coordenadora editorial da Revista Mais 60: estudos sobre envelhecimento.