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Para além do som

Por ocasião da Semana Inclusiva, a Eonline entrevistou Renata Pelloso Gelamo, do Núcleo de Música da Programação do Sesc Vila Mariana, para saber como funcionam as ações que viabilizam o acesso das pessoas com deficiência às atividades do Centro de Música

A acessibilidade cultural compõe uma vertente importante da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, auxiliando de forma ainda mais ampliada sua cidadania cultural. No Sesc em São Paulo, a ação voltada a pessoas com deficiência no campo da cultura e da educação vem se expandindo, por meio de recortes em diferentes linguagens e abordagens.

A multiplicidade da linguagem musical compõe um campo fértil para a aproximação do público em geral, inclusive das pessoas com deficiência. O Sesc Vila Mariana conta com um Centro de Música voltado à aquisição de conhecimentos e práticas musicais em diversas plataformas – estudos de instrumentos de sopro, cordas, percussão, além de trabalhar também com práticas de canto e poéticas da voz.

Tendo como pilar fundamental a aprendizagem multissensorial, a qual possibilita o acesso aos conteúdos por diversos meios, seja tátil, sonoro, olfativo ou corporal, por exemplo, a possibilidade da música como potencial veículo de inclusão e integração é muito ampla e significativa.

Entre os dias 2 e 7 de dezembro, a Semana Inclusiva  reúne atividades que valorizam a inclusão social de todas as pessoas. Pensando nisso, a Eonline conversou com Renata Pelloso Gelamo, do Núcleo de Música da Programação do Sesc Vila Mariana, sobre as ações que viabilizam o acesso das pessoas com deficiência às atividades do Centro de Música:

Eonline: Qual o objetivo das atividades desenvolvidas no Centro de Música do Sesc Vila Mariana?
Renata Pelloso Gelamo:O grande objetivo é permitir o acesso a experiências musicais coletivas para o maior número possível de pessoas. Tais ações promovem encontros e o convívio com as diferenças, além de provocar modos subjetivos de expressão artística e fruição musical por meio da construção espontânea e da criação musical coletiva. Buscamos oferecer a todos os públicos o acesso a linguagem musical, seja ele na programação de cursos e oficinas ou nas vivências musicais e apresentações artísticas. 

Eonline: Como é a proposta de viabilizar o acesso das pessoas com deficiência às atividades do Centro de Música?
R.P.G.: Atualmente, temos oferecido diversas atividades que possibilitam a sua participação ativa, como por exemplo, a oficina de Musicalização para Pessoas com Deficiência Intelectual, oficina de Musicografia Braille (grafia musical utilizada pelos cegos), apresentações musicais com interpretação em Libras. Temos também oficinas que integram pessoas com e sem deficiência. E o projeto Ensino de Música para Educadores teve como tema a atuação do educador musical com pessoas com deficiência.

Eonline: Você pode nos explicar mais detalhadamente sobre uma destas atividades?
R.P.G.: Neste mês (novembro) está acontecendo a oficina “A Corporeidade na interpretação musical em Libras”, ministrada pela intérprete Mirian Caxilé. Ao propor essa oficina pensamos em fornecer aos intérpretes de Libras recursos para proporcionar uma maior qualidade na acessibilidade cultural de atividades musicais à comunidade surda. Ao valorizar a corporeidade, a construção imagética e a sintaxe da língua de sinais, bem como as diferenças gramaticais entre a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais na interpretação para surdos, o intérprete constrói novos sentidos e estabelece diálogos com o processo do artista. Nesse sentido, o intérprete de Libras tem um papel fundamental, uma vez que cabe a ele reconstruir visual e gestualmente a sonoridade da música para as pessoas que não escutam, valorizando outros elementos musicais para além do som. 

 

 

 

Acompanhe a programação do Sesc em São Paulo na Semana Inclusiva, que integra a 5a Virada Inclusiva. Para saber mais, acesse:

http://sescsp.org.br/semanainclusiva

http://viradainclusiva.sedpcd.sp.gov.br

 

 

 

Semana Inclusiva 2014