Sesc SP

Nascente é o local onde se inicia um curso de água, um rio, é também a denominação de algo que está surgindo, que está sendo gerado. Com a criação da Reserva Sesc Bertioga, nasce a possibilidade do desenvolvimento e ações de educação ambiental, turismo, pesquisa e valorização social em uma área rica em biodiversidade inserida na zona urbana. Além disso, o diganóstico parcial encontrou no local 3 nascentes.

O Sesc SP solicitou em 2012 a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (Fundação Florestal), o reconhecimento de uma área do Sesc Bertioga como Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN. 

A “Reserva Sesc Bertioga”, futura RPPN, tem uma área de cerca de 60 ha (equivalente a 60 campos de futebol), inserida na zona urbana do município de Bertioga, nos domínios do bioma Mata Atlântica no litoral paulista. Conserva um remanescente de restinga, ecossistema típico de regiões litorâneas, muito ameaçado de extinção.

Toda UC deve ter um plano de manejo, que é o documento técnico que caracteriza seu entorno e sua área, estabelece o zoneamento, as normas e as diretrizes que atendam os objetivos de conservação da natureza e da categoria específica; no caso das RPPNs: visitação, educação ambiental e pesquisa científica. Este documento deve conter indicações de programas/projetos de manejo, proteção, visitação, educação ambiental, gestão, pesquisa, entre outros, além da localização adequada para a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

Para elaborar o plano do manejo da Reserva Sesc Bertioga o Sesc SP contratou, desde março de 2014, o Instituto Ecofuturo, que atua na gestão do Parque das Neblinas há mais de 12 anos, onde está inserida a RPPN Ecofuturo, também localizada no município de Bertioga, em sua área de planalto.

A primeira etapa desta elaboração consistiu na realização de uma série de estudos e diagnósticos socioeconômicos, históricos e culturais, além da caraterização dos meios físico e biótico, com a identificação da fauna e flora presentes na área, apontando as fragilidades e potencialidades como forma de, nas etapas seguintes, desenvolver seus programas de manejo.
A etapa de planejamento deverá apresentar programas que garantam a conservação dos recursos naturais, os usos potenciais da área e propostas de ação que valorizem a identidade cultural do local.

Tendo em vista o compromisso do Sesc com a promoção do bem-estar social e com a melhoria da qualidade de vida, optou-se por estimular efetivamente a participação da população do entorno, assim como da comunidade científica na elaboração deste plano de manejo que tem previsão de duração de 24 meses.

Para ampliar o envolvimento da comunidade, fomentou-se a formação de um grupo para desenvolver ações conjuntas de educação ambiental, unindo representantes de instituições públicas, privadas e da sociedade civil que tenham atuação na campo socioambiental local. Com cerca de 35 participantes, este grupo participou de um processo de formação que culminou em um plano de ação que está em processo de implementação. Esta iniciativa vem ao encontro à proposta dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação denomidada coletivos educadores para territórios sustentáveis.

Outra estratégia adotada para o envolvimento da comunidade, com foco no público jovem, é a realização de oficinas de educomunicação para  adolescentes, moradores da região, que estabeleceram  contato com temas como UCs, interpretação ambiental, comunicação e puderam dialogar  com os pesquisadores que realizaram os estudos de campo. O objetivo destas oficinas é a produção coletiva de comunicação em rádio que são compartilhados via internet no blog Rádio Reserva.

Em novembro de 2014 foi realizado encontro com os pesquisadores envolvidos na elaboração deste plano de manejo, e com membros da comunidade, na cidade de Bertioga, onde foram apresentados dados parciais dos diagnósticos realizados na área da Reserva Sesc Bertioga. Dentre estes dados estão a caracterização de aspectos do meio físico (solo, hidrografia...), das espécies de animais e plantas encontradas na área e suas interações com a comunidade vizinha. Vários pesquisadores ressaltaram a importância da área por se tratar de um ecossistema que, além da variedade de flora de restinga, apresenta grande diversidade de fauna. Foram encontradas e identificadas espécies de sapos, aves, formigas, aranhas, abelhas (algumas destas com primeiro registro de ocorrência na região de restinga), peixes e mamíferos de médio e grande porte, entre estes veado-catingueiro e tamanduá-mirim.