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Baré: Cotidiano e imaginário indígenas



Dirigido por Tatiana Toffoli, Baré, povo do rio retrata os costumes e as lendas da etnia Baré, cujo território, próximo à Venezuela, se estende em várias comunidades ao longo do Médio e Alto Rio Negro.

Oriundos da família linguística Aruak, atualmente os Barés falam uma língua geral - difundida pelos missionários carmelitas e jesuítas no século XVIII - chamada Nheengatu que, apesar de ter sido imposta, foi incorporado por eles; Segundo o documentário, apenas a partir de 1914, o sistema religioso-educacional dos Salesianos difundiu a Língua Portuguesa entre os índios da região.

Atualmente, os Barés são bilíngues - falam Nheengatu e o português; a língua Baré original desapareceu por volta de 1950.

O filme circula pelo cotidiano das comunidades e registra os principais hábitos na vida, criando também um panorama sobre o ambiente natural e os aspectos geográficos da região amazônica do Rio Negro; Outro aspecto cultural revelado pelo documentário é a qualidade do artesanato indígena, presente na confecção de peneiras, com tipos diferentes de tramas para serem utilizadas na culinária.

Outro ponto importante dos hábitos da tribo mostrado pelo documentário são suas tradições alimentares, sua integração com o potencial hídrico da região - revelado na variedade de peixes que compõem a alimentação local - e o preparo da mandioca de diversas formas, bem como a pimenta, tanto para o preparo quanto na preservação de alimentos. 

O filme mostra ainda o ritual do Kariamã - de extrema importância na vida social da comunidade - que marca a iniciação na vida adulta, baseando-se em uma série de ensinamentos de habilidades que serão de extremo uso ao longo da vida dos jovens; Também são transmitidos conselhos e ensinamentos sobre como viver no ambiente da floresta. 

O filme ainda destaca a relevância do papel do ancião da aldeia que faz preleção aos jovens para dar significado e conselhos aos jovens que participaram do ritual do Kariamã.

Em depoimentos da comunidade, os barés relatam também seus mitos indígenas sobre a criação do mundo - um deles sendo dos mais conhecidos mitos indígenas existentes no Brasil: o Curupira, entidade que habita as florestas.

:: Assista o Documentário com legenda em espanhol aqui

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