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Você sabe o que é e para que serve a hipnose?

Nelson Vilhena Granado, abordará a temática na palestra Reprogramação Neuro Comportamental
Nelson Vilhena Granado, abordará a temática na palestra Reprogramação Neuro Comportamental

Prática passou a ser aceita efetivamente pela comunidade científica apenas em 1997

A história da hipnose começa há 1550 anos antes de Cristo no Egito Antigo, onde há evidências acerca da prática em textos e registros arqueológicos. Entretanto, foi a Europa do século XVIII que testemunhou sua efervescência a partir dos estudos de Franz Anton Mesmer, médico alemão que defendeu tese de doutorado na Universidade de Viena, na Áustria, sobre como a ação gravitacional entre a Terra e outros corpos celestes afeta mentalmente a vida das pessoas. O pesquisador recebeu diploma em 1766.

A hipnose, chamada até meados do século XIX de mesmerização, passou a ser abordada de maneira mais científica pelo médico escocês James Braid, que a rebatizou com o nome atual em homenagem à deusa grega do sono Hypnos. Outros importantes pesquisadores da época também se dedicaram ao tema, como o francês Jean-Martin Charcot, o pai da neurologia, o psicólogo russo Ivan Pavlov e até mesmo o próprio Sigmund Freud no começo da carreira. 

Somente no ano de 1997, no século seguinte, a atividade foi aceita pela comunidade científica após experimentações realizadas pelo psiquiatra americano Henry Szechtman. No Brasil, alguns conselhos regionais da área da saúde autorizam a utilização do método por fisioterapeutas, médicos, dentistas e psicólogos.

Mas o que é e para que serve a hipnose? Segundo o médico e hipnólogo Nelson Vilhena Granado, graduado em Medicina e Física pela Universidade de São Paulo (USP), é um fenômeno neurológico, “um estado mental induzido por instruções e sugestões que utiliza a técnica de indução do transe, que é um estado de relaxamento, mas com manutenção do contato sensorial do paciente com o ambiente”. A utilização da hipnose para questões clínico-terapêuticas pode tratar estresse, baixa autoestima, fobias e medos, depressão e até mesmo distúrbios alimentares, como obesidade e anorexia, e desempenho sexual.

Estudos comprovam que a hipnose age efetivamente no cérebro e pode levar a pessoa hipnotizada a ver, ouvir e sentir o que é sugerido pelo hipnotizador. “É uma simulação perfeita da realidade, muito mais forte que a imaginação ou a autossugestão”, afirma Granado.

Sessão de hipnose

Os métodos para hipnotizar são diversos. Granado esclarece que o mais adotado é aquele que utiliza o relaxamento gradativo em que, após relaxar plenamente, o paciente entra em estado de transe hipnótico, ou seja, fica suscetível aos comandos do hipnotizador.

No processo, a memória é expandida, o que, de acordo com o especialista, permite a regressão na linha do tempo e ativa a recordação de fatos e detalhes que não seriam lembrados em estágio de consciência. “A pessoa hipnotizada se torna sensível às sugestões dadas durante o transe e pode ser programada para harmonizar tendências, ideias, pensamentos, gestos, atitudes, intenções e comportamentos”, afirma sobre a reprogramação neuro comportamental, possível em sessões em que a prática é adotada.

Granado adverte que apenas pessoas autorizadas da área da saúde podem realizar o procedimento, pois trata-se de técnicas que trabalham com a mente, com o subconsciente, havendo a possibilidade da inserção de comportamentos e ideias inadequados na psique quando adotadas de modo inadequado.

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