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Ilustração: Leandro Shesko
Ilustração: Leandro Shesko

Por: JORGE LEÃO TEIXEIRA

Insaciável

O falso teto de madeira veio abaixo e o que havia sobre ele esparramou-se ruidosamente pelo chão. Foi então que os moradores de um condomínio residencial no sul da China obtiveram resposta para um mistério que aparentava não ter solução: o sumiço de roupas íntimas de boa parte das mulheres do lugar. A estrutura ruíra pesadamente com o fardo de 2 mil peças de lingerie que alguém escondera ali. A polícia chinesa agiu logo para esclarecer o caso, grampeando um sujeito conhecido das vítimas e, por isso mesmo, acima de qualquer suspeita. Ele tinha o estranho hábito de penetrar nas residências vizinhas com o propósito de surrupiar todo tipo de roupa de baixo, especialmente calcinhas.

Tanto lá quanto aqui

Pesquisa feita nos Estados Unidos – na verdade, um teste de proficiência que pode ser utilizado para admissão nas universidades americanas –, com o propósito de saber se os alunos do último ano do ensino médio daquele país desejam, depois de formados, se tornar professores, diretores ou conselheiros escolares, revelou um resultado bastante familiar aos brasileiros. Apenas 5% de um total de 1,85 milhão de alunos consultados afirmaram que gostariam de ser educadores. A maioria disse não para a ideia porque, assim como no Brasil, os baixos salários, a reduzida valorização da profissão e a violência nas salas de aula torna a carreira desinteressante. Curiosamente, as mesmas reclamações dos professores brasileiros.

Fantasmas de Hitler

A Segunda Guerra Mundial ainda não terminou. No final de maio, 20 mil moradores de Colônia, na Alemanha, a maior cidade do estado da Renânia, no oeste do país, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, tiveram de deixar suas casas a pedido da municipalidade, para que uma bomba de 250 quilos, remanescente daquele conflito, pudesse ser desativada. Essa não é a primeira vez que artefatos militares dessa magnitude são encontrados e as pessoas, afastadas para evitar o pior. Há quatro anos, outra cidade alemã, Koblenz (Coblença), de 107 mil habitantes, assistiu ao deslocamento de 45 mil deles, que abandonaram seus lares para a desativação de uma bomba de maior proporção ainda e também herança da luta armada que opôs o mundo aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

Tudo no escuro

Boa parte dos moradores das comunidades de Roça Nova, na zona rural de São Francisco de Assis, no Piauí, não acompanha novelas (muitos nem sabem o que é isso) nem assiste aos programas esportivos, informativos e humorísticos pela televisão. Futebol pela telinha ou pelo rádio nem pensar, só se o aparelho funcionar com bateria ou pilha. As pessoas do lugar são alienadas porque a região é carente de energia elétrica, uma melhoria aguardada (melhor, prometida) há 50 anos, mas que nunca deu o ar da sua graça. A UOL noticiou que a dona de casa Cipriana Isabel de Alencar, de 77 anos, chegou ao lugarejo quando era jovem e perdeu a conta do número de promessas sobre a eletrificação local. Cipriana está no mesmo endereço há meio século e o imóvel onde mora, típico do sertão nordestino, exibe (por exibir) um contador de energia (relógio) na parede externa. Quase que a conta chega antes da luz.

Vovó moleca

Epifânia Maria de Jesus, de 98 anos, moradora do Distrito Federal, alimenta o sonho de entrar para o “Guinness” como a mulher mais idosa do planeta a fazer tatuagem. Baiana de Correntina, a 914 quilômetros de Salvador, ela entrou, dias atrás, num estúdio da Asa Norte, em Brasília, para realizar seu sonho. Na realidade, essa é a segunda tatuagem feita por Epifânia. A primeira, ela ganhou quando tinha 90 anos, e a terceira, conta, será desenhada em sua pele em 2017, assim que completar 100 anos. O que as pessoas pensam disso? A vovozinha “pra frentex” dá de ombros. “Sou dona da minha cabeça. Não importa o que pensam. A vozinha aqui é moleca”, disse Epifânia para o Portal G1.