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Passo Torto e Ná Ozzetti: juntos, como deveria ser

Passo Torto, Ná Ozzetti e
Passo Torto, Ná Ozzetti e "o homem de costas". Foto: José de Holanda

Agosto de 2014, Sesc Santo Amaro, Zona Sul da capital paulista: Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Romulo Fróes e Marcelo Cabral chegam ao Espaço das Artes, uma sala de paredes de vidro no primeiro andar do prédio. Ali está montado um ambiente com cara de sala de estar e aura de estúdio. “Ocupação: Música”. O projeto não poderia ter um nome mais claro.

Os quatro artistas se reúnem naquele local durante uma, duas, três semanas. Composição. Ensaio. Tentativa. Recomeço. Papéis. Cordas. Sons. Tudo acontece em uma espécie de confinamento artístico. O que está confinada naquele amplo cubo de vidro, no entanto, é das coisas mais livres que existem: a criatividade.

O público foi convidado a acompanhar e conhecer os músicos e seus processos. O grupo Passo Torto recebeu amigos, companheiros e parceiros, sempre sob o olhar de quem estivesse passando ou, por ventura, entrasse para ver e ouvir de perto.

Ná Ozzetti, que é uma das maiores e mais influentes vozes da música brasileira desde o final da década de 1970, tornou-se convidada de honra neste projeto.

Agosto de 2015: a parceria iniciada durante o “Ocupação: Música” resulta em um disco inédito, chamado “Thiago França”. Os shows de lançamento acontecem nos dias 7 e 8 de agosto, no teatro do Sesc Santo Amaro.

Conversamos com o premiado cantor, compositor, violinista, cavaquinista e percussionista Rodrigo Campos, um dos integrantes do Passo Torto, sobre o processo e o show de lançamento. Leia abaixo:

E-online: Como foi a participação no projeto "Ocupação: Música" no Sesc Santo Amaro em 2014? Como o projeto começou e qual experiência destacaria?

Rodrigo Campos: O projeto começou por intermédio da equipe de programação do Sesc Santo Amaro, que nos convidou pra Ocupação. Logo em seguida, tivemos a ideia de convidar a Ná Ozzetti, pois já vínhamos flertando com ela havia algum tempo. Achamos que seria a oportunidade ideal pra consumar a parceria que já se anunciava.

A Ocupação foi uma experiência muito especial para o grupo, e acredito que pra Ná também. Criamos músicas e arranjos numa situação completamente inusitada pra gente. O preceito de termos ouvintes durante as sessões nos expôs bastante. Uma coisa é fazer um show com nossas criações, outra é abrir o processo de criação sendo o próprio espetáculo. Acho que o grupo amadureceu muito nesse exercício de exposição.

E-online: De onde vem a parceria com a Ná Ozzetti? O disco com ela já tinha sido idealizado antes ou ele surgiu durante a residência no Sesc?

Rodrigo Campos: A Ná já vinha fazendo coisas com cada um dos integrantes do grupo, separadamente. Primeiro com o Kiko, depois comigo e com o Romulo. Quando a convidamos pra “Ocupação”, a ideia era trazê-la mais pra perto ainda. Não sabíamos se teríamos ou não um disco ao final, queríamos apenas começar uma parceria mais efetivamente. O que aconteceu durante o processo foi que Ná se integrou completamente ao grupo. Não houve estranhamento de nenhum dos lados. Ao final da Ocupação, tínhamos seis músicas compostas e arranjadas dentro da estética do grupo, mas já com cara de disco novo, pois havia informações distintas dos trabalhos anteriores, principalmente a voz da Ná, que afetou, inclusive, nossos caminhos de composição e arranjo. Decidimos compor mais algumas logo depois do projeto e fazer um álbum.

E-online: Como foi o processo de produção?

Rodrigo Campos: O processo foi intenso e produtivo, tanto que o desdobramento viria a ser o terceiro disco do grupo, em parceria com Ná Ozzetti. Como já mencionei, fizemos seis canções e seis arranjos pra elas. Além disso, fizemos dois shows e dois debates em cima do material criado.

E-online: Conte um pouco sobre o nome do disco, “Thiago França”.

Rodrigo Campos: O nome do disco é ao mesmo tempo uma homenagem e uma brincadeira. O saxofonista Thiago França, parceiro de todos nós em diversos trabalhos, é constantemente confundido como um membro do grupo. A ideia era brincar com isso, além de fazer uma pequena homenagem, pelo tanto que Thiago nos influencia musicalmente, mesmo não sendo do grupo.

E-online: Qual é a expectativa para os shows de lançamento?

Rodrigo Campos: Das melhores possíveis! Disco novo, show novo, com uma das maiores cantoras do Brasil, e ainda com a possibilidade de realizar o lançamento no lugar que nos acolheu, onde o disco se originou. Melhor: impossível!


Ouça abaixo o disco “Thiago França” e prepare-se para a apresentação:

 

 

o que: Passo Torto e Ná Ozzetti
quando:

7 de agosto, sexta, às 21h. 8 de agosto, sábado, às 20h.

onde:

Sesc Santo Amaro | Rua Amador Bueno, 505 | 11 5541-4000

ingressos:

De R$6 a R$20, nas bilheterias e pelo portal