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#RashidnoSesc!

Vídeo com o show do rapper Rashid, gravado ao vivo dia 3/dezembro, diretamente do Sesc Araraquara.
Bom show!

No dia 21 de março de 1988, Michel Dias Costa nascia, na zona norte de São Paulo. Neste mesmo ano, a internet começava a se tornar popular. O repórter do The Washington Post, Barton Gellman, já adiantava a rede como "um grande experimento social".
Michel e a internet cresceram tão rápido quanto frases versadas em uma batalha de rimas. O encontro consolidado dos dois aconteceu em 2012, quando Michel já era reconhecido por milhões de seguidores nas redes sociais por seu nome artístico, Rashid.

Um dos dos principais rappers nacionais da nova geração, Rashid tem uma imensa base de fãs, que inunda o Twitter com incansáveis pedidos de shows nas unidades do Sesc no estado. Por conta disso, em recente pesquisa encomendada pela instituição, seu nome figurou entre os mais influentes artistas que se relacionam com as contas do Sesc nas redes sociais.

Foi usando a internet que Michel, ou Rashid, trocou emails com a EOnline na entrevista que você lê abaixo. O rapper se prepara para se apresentar no Sesc Araraquara em 3 de dezembro, ocasião em que as possibilidades da internet, mais uma vez, serão utilizadas para movimentar a base de fãs, com a transmissão ao vivo deste show.

EOnline: Antes da fama você já era assíduo nas redes sociais? Como a internet surgiu na sua vida?

Rashid:
Na verdade, meu acesso a internet veio muito tarde. Eu acessava as redes sociais da época (Orkut, MSN) quando ia na casa de algum amigo ou lan house. Cheguei a fazer até um curso de HTML em um telecentro próximo a minha casa pra poder passar mais tempo no computador (rsrs). Quando comprei meu primeiro computador eu já tinha 22 anos. Meu acesso sempre foi restrito ao trabalho, sempre estava divulgando coisas minhas ou dos meus amigos. Até que um dia reparei que se não houvesse um pouco de mim mesmo ali, do meu particular, uma hora as pessoas iriam se distanciar, e até eu mesmo iria me distanciar. Então comecei a usar para o trabalho e, ao mesmo tempo, pra expor outros tipos de ideias, opiniões e também pra conversar com amigos e fãs. Isso foi ótimo, pois a partir daí, vi o quanto essas redes podem melhorar a relação entre os artistas e o público.

EO: Com o ritmo de viagens, shows, gravações, corrida, você consegue acompanhar e responder diretamente seus seguidores?

R: Sim, graças ao celular. Fica bem mais fácil quando não há a necessidade de parar e sentar num canto pra falar com as pessoas. A gente sempre perde muitas horas da vida nos saguões de aeroporto ou na van, é uma ótima hora pra "fazer nada" na internet (rs).
Mas diariamente eu tento ir ali nas redes e dar um salve no meu pessoal... eles lembram de mim todo dia quando vão ouvir minha música ou quando vestem uma peça de roupa da nossa marca, então uso para mostrar que lembro deles também.

EO: O snapchat é uma rede social relativamente nova e diversos artistas ainda não utilizam esta plataforma. O que te levou a apostar neste novo caminho e qual o retorno dos fãs?

R: O pedido dos fãs. O pessoal quase fez uma campanha pra eu aderir ao Snapchat... pensei: "vamo vê, vai!". Demorei um pouco pra entender, porque tem esse lance de mandar snaps pros outros, salvar de um jeito que só você vê e a postagem só fica por ali 24hrs. Ainda não entendi bem a finalidade, mas é nessa rede onde eu posso testar meu lado humorístico, já que tudo some depois de um dia (rs).

EO: No ano passado, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou uma pesquisa dizendo que 50% das crianças e adolescentes brasileiros usam a internet para baixar músicas e filmes. Como você encara o download das suas músicas, já que a maioria do seu público está nesta faixa etária?

R: Eu vejo o download por uma ótica positiva. Assim como vi a pirataria há alguns anos. Claro que quem investe quer retorno, mas você ver que sua música está se espalhando numa velocidade incrível, com números absurdos, também é um bom retorno. Ainda mais se isso se converter em um novo público. Meus últimos 2 CDs tiveram em torno de 100 mil downloads no link oficial nos primeiros 7 dias. Isso consequentemente se transformou em novas pessoas nos shows, comprando nossas roupas e espalhando a música na qual a gente acredita. O download agora já é quase coisa do passado, estamos entrando na era do streaming, que também é bom. Se você colocou a música na rua, ela vai caminhar (e acredito que você queira isso). Então você tem que procurar se adequar e usar as ferramentas a seu favor.

EO: Em outubro de2015, a sua música de trabalho A Cena* entrou na lista das 50 virais do Brasil do Spotify. Para um artista com uma grande base de fãs engajados na internet como você, como funciona a venda de direitos para serviços de streaming em relação à venda nas mídias físicas, como CDs por exemplo?

R: É claro que os números de streaming e download são bem superiores aos das vendas físicas, mas ainda assim nós conseguimos vender bem. O CD virou uma espécie de porta autografo pra muita gente, e essas pessoas preferem comprar o CD se você estiver ali pra autografar, por isso onde mais vendemos é no nosso show. O negócio do streaming é uma coisa nova e precoce, algumas plataformas pagam mais, outras menos, outras tentam não pagar (rs)... o streaming é como um adolescente rebelde. Se você não sabe lidar com ele, você corre o risco dele ir contra você. Se você buscar entende-lo e caminhar lado a lado, vocês serão ótimos amigos.

* O clipe da música "A Cena" foi dirigido por Levi Vatavuk e estreia nos canais do Rashid na quinta, dia 5 de novembro, às 11h.
 

EO: O Rap sempre foi um ritmo que tratou de preconceitos. Na música Hora de Acordar existem dois trechos que chamam a atenção: “Entre a humanidade essa tal de liberdade de expressão. A voz do Brasil nunca teve tão quieta” e “As ruas sentem frio, hoje o rap tá em todo lugar graças a internet sem fio”.  Hoje um crescente número de pessoas propaga o ódio e preconceito na internet. Você acredita que o Rap também deve ter um papel contestador e de cunho social nos seus posts nas redes sociais, assim como nas letras das músicas?


R: Acho que cada artista deve escolher e ter clareza na sua postura, primeiro pra si e depois para o público. Historicamente, o Rap sempre contestou preconceitos, opressores e algozes em suas letras e clipes, mas hoje há artistas que não se preocupam muito com isso e eu acredito que eles não devem ser julgados, já que o Rap é arte e entretenimento também. Eu escolhi manter essa chama acesa em minha carreira e postura por ter convivido com esses males durante a vida toda, e acho importante que o pessoal que nos acompanha fique atento a tudo que rola, de bom e ruim. O essencial é a informação, acho que as pessoas precisam saber o que acontece, principalmente no caso de uma pessoa pública porque você pode ser questionado a qualquer momento. A partir daí, depois de informado, você escolhe em qual posição da história você prefere ficar. 


EO: Espaço "freestyle" rs. Pode mandar o seu recado para a galera online.

R: Primeiramente eu quero agradecer pelo espaço, não só pro Rap, mas pra arte. Agradeço a todos que nos acompanham mundo a fora e nos fortalecem do jeito que podem. Essa relação é uma das coisas mais bonitas, por isso sempre dizemos que o que fazemos é pra vocês. Quem puder, vá ao show de Araraquara porque estamos tramando coisas especiais! (rs)
É isso!
Foco na missão...


Mais Rashid:

O rapper fez parte da ação #EuMeMovo, campanha do Move Brasil e do Sesc em São Paulo para icentivar a prática de esporte e atividade física.

 

nas redes sociais:

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