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Intercâmbio de saberes

Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional - Sesc São Paulo

Alicerçada em bases educacionais, a ação do Sesc vem assumindo historicamente uma marcada dimensão empírica, o que permite à instituição experimentar múltiplas abordagens no âmbito da arte-educação. A ênfase, portanto, está menos na adoção de um modelo único e hegemônico e mais na abertura para modalidades plurais de fomento à interação crítica dos públicos com as manifestações culturais.

Este perfil poroso e dinâmico possibilita ao Sesc manter ativos os seus canais de conversação e intercâmbio com diferentes profissionais da área, cujas pesquisas e proposições vão contribuindo, cada qual a seu modo, para o incremento das estratégias em mediação desenvolvidas de maneira articulada às programações de seus centros culturais e desportivos. São essas experiências variadas que permitem ao Sesc reunir, interpretar e avaliar índices que emergem não tanto de conjecturas teóricas, mas de práticas cotidianas junto aos públicos fruidores de exposições, espetáculos, seminários, práticas de leitura e exibições de filmes, por exemplo.

Outra constante ensejada por esta permeabilidade tem a ver com experimentos mediativos forjados a partir das especificidades das diferentes linguagens artísticas. Este exercício tende a agregar novas camadas semânticas aos fenômenos artísticos, na medida em que ativa a propriedade dialógica a eles inerente, fazendo com que as interpretações e os sentidos sejam produzidos de forma distribuída.

É neste contexto que Denise Milan vem mantendo uma importante interlocução com o Sesc, colaborando para a rede de referências que a instituição vem urdindo no campo da arte-educação nas últimas décadas. Atrelado ao seu trabalho de criação artística, Milan dedica-se a uma série de plataformas de intercâmbio de saberes acerca do universo mineral, em relação ao qual ela assume o papel de uma porta-voz, buscando conferir legibilidade àquilo que as rochas têm a nos dizer.