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Aos Leitores

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – CPF Sesc surgiu como um lugar privilegiado das trocas, das experiências de deslocamento e do encontro com o novo. Com o outro.

O espaço físico, inaugurado em agosto de 2012, se volta aos fluxos, aprofundando conhecimentos e qualificando os profissionais que atuam no campo da cultura, no pensar as práticas da cultura e as relações sociais.

O CPF Sesc tem se constituído como locus que articula produção, formação e difusão de conhecimentos, por meio de cursos, palestras, encontros, estudos, pesquisas e publicações nas áreas de Educação, Cultura e Artes. Com isso, surgiu um novo espaço dedicado à gestão cultural na cidade.

Com o objetivo de observar e compreender as relações e movimentos que envolvem a cultura e nosso tempo, a Revista do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc Online se propõe ao insólito que segue o ritmo dos conteúdos e reflexões tratados nos diálogos dos cursos. Inicia com a entrevista de Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc em São Paulo, que entre seus muitos desafios diários, consolidou o papel da instituição como difusora da cultura brasileira.

Esta publicação, de periodicidade trimestral, se faz no momento da terceira edição do Curso Sesc de Gestão Cultural, uma ação específica desenvolvida neste Centro, voltada às experiências e o conhecimento do Sesc em fazer a cultura.

Isaura Botelho, referência na pesquisa de política cultural no país e consultora do CPF Sesc, organizou o primeiro Dossiê sobre Gestão Cultural, com oito artigos elaborados pelos participantes da primeira edição do Curso Sesc de Gestão Cultural. Os artigos compreendem temas como gestão de cinema, públicos da cultura, e impacto da Internet sobre os hábitos culturais, entre outros, desenvolvidos ao longo deste curso.

O duro contexto sobre a cracolândia, abordado pela antropóloga Taniele Rui no livro Nas tramas do crack: etnografia da abjeção é o assunto da resenha de Heitor Frúgoli, tratando um tema caro ao desafio urbano contemporâneo: a vulnerabilidade social a que estão submetidos os usuários de crack e as zonas frequentadas por essa população. O autor coordenou o ciclo de debates Significados da periferia nas práticas e produções culturais, realizado no CPF Sesc.

Apresentada durante o ciclo de palestras A Multiplicidade de Stuart Hall, a comunicação A trajetória intelectual de Stuart Hall de Liv Sovik, discutiu como a variedade de questões, níveis de abstração, tipos de abordagem fazem com que Hall seja lido a partir de perspectivas diversas, levando em conta as maneiras em que a obra desse teórico da comunicação e da cultura vem sendo recebida no Brasil.

O artigo de Luiz Roncari debruçado na imensidão da obra Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, como tratada durante o curso O amor na obra de João Guimarães Rosa, realizado em março de 2015.

A percepção sobre o universo acústico que nos cerca assume uma relevância crescente em diversas esferas das atividades humanas.  Destacando essas transformações na percepção acústica do mundo e a importância do som nas artes e na cultural em geral, o trabalho de Fernando Iazzetta sintetiza o curso Estudos do Som, realizado no Centro de Pesquisa e Formação nos meses de julho e agosto de 2015. 

E, ao sabor da poesia, a revista se remata num trabalho de Caco Pontes.

Aproveitamos o momento para expressar os nossos agradecimentos aos profissionais que contribuíram com a Revista do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Da equipe editorial, os autores que optaram em fazer da revista o meio de divulgação de seus trabalhos, aos que se envolveram em sua elaboração gráfica e suporte técnico necessário para a disponibilização do conteúdo.
Acreditamos que a difusão da produção do Centro de Pesquisa e Formação possa oferecer uma contribuição ao pensamento diário do espalhar a cultura, que toma a liberdade como destino. 

Dedicamos este primeiro número a Mario de Andrade, no aniversário de 70 anos de sua morte, em 2015. O grande escritor, gestor, músico e poeta na imensidão de sua obra entendeu o significado deste destino: a liberdade não é um prêmio, é uma sanção.
Que há de vir.

Boa leitura!

Andréa Nogueira
Centro de Pesquisa e Formação
Sesc São Paulo