Intervenção
artística no tapume do prédio em obras
NOVIDADE
NO AR
Grafite, teatro, música e outras atividades
ocupam as futuras
instalações
do Sesc
24 de Maio
Cada nova unidade
do Sesc São Paulo fortalece o compromisso da instituição
em dialogar com o entorno do local onde se instala, requalificando a
região ou mesmo redimensionando as funções das
áreas públicas e privadas que compõem a paisagem
urbana. De acordo com essa filosofia, são concebidas as novas
unidades na região central da cidade: o Sesc Bom Retiro e o Sesc
24 de Maio. "O Centro tem um passado e uma história importantíssimos
e revela a possibilidade de agregar estilos, tendências e públicos
diversos", afirma o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de
Miranda. Esse é o espírito da programação
Maio na 24, que ocupará, de 15 a 24 deste mês, o prédio
histórico onde se instalará a futura unidade 24 de Maio.
As atividades, que serão realizadas no andar térreo do
edifício, têm o objetivo de dialogar com o público
jovem e de atrair os freqüentadores da região - hoje atraídos
pelas galerias e seus bens e serviços. "O público
adulto interessado por conteúdos culturais já tem manifestado
curiosidade nas ações da futura unidade", diz Santos
de Miranda. "Mas a primeira expectativa é que as atividades
possam aproximar o público jovem e segmentado, ávido por
novidades."
Música,
literatura e teatro
Atividades de experimentação serão a tônica
da programação da unidade. O que poderá ser comprovado
no Maio na 24, que privilegiará tanto novas linguagens artísticas,
como a música eletrônica, quanto as mais tradicionais -
teatro e performances literárias -, mas mesmo essas, com uma
abordagem inovadora. O bate-papo Batidas Eletrônicas, que abrirá
o evento, no dia 15, terá o DJ Luiz Pareto retirando a música
eletrônica das pick ups e levando-a para uma discussão
sobre suas diferentes formas e estilos. Ainda na área da música,
um workshop ensinará a gravar CDs de maneira independente - da
montagem de um estúdio caseiro às técnicas de microfone,
mixagem e masterização. Já no Arrastão Cultural
na 24, nos dias 15, 17, 22 e 24, o grupo Los Patos se encarregará
de interagir com o público passante e convidá-lo a participar
das atividades. Textos de escritores polêmicos de diversas épocas
irão compor a performance literária de Nilson Muniz ...Ao
Bem Dizer dos Malditos, no dia 17. Durante a apresentação,
serão lidos trechos de obras do inglês William Blake (1757-1827),
do cubano Nicolás Guillén (1902-1989) e dos franceses
Arthur Rimbaud (1854-1891) e Charles Baudelaire (1821-1867). O teatro
será representado pela apresentação do grupo Teatro
da Diversidade, que mostrará esquetes inspiradas em personagens
do dramaturgo Plínio Marcos, saídos de peças como
Dois Perdidos numa Noite Suja e Navalha na Carne. Para a realização
do Maio na 24, a fachada do prédio em obras foi coberta por um
tapume que mostra o trabalho coletivo dos artistas Nina, Koyo, Nunca
e Ise. "Trata-se da busca por uma interlocução direta
com o público, que servirá também para sinalizar
o andamento da reforma e restauração que estão
por vir", explica o diretor regional.
Dinamismo
Esse tipo de intervenção programática é
recorrente no Sesc. Eventos parecidos já ocorreram em diversos
espaços, chamados de provisórios, até que as obras
e reformas fossem concluídas. Foi assim com o antigo posto de
gasolina onde hoje funciona a unidade Pinheiros e com a garagem de ônibus
que atualmente abriga as obras do Sesc Santo Amaro - além da
unidade Belenzinho, que ocupou temporariamente uma fábrica desativada,
e do prédio da antiga sede da instituição, hoje
a unidade provisória Sesc Avenida Paulista. "Desenvolvemos
eventos e projetos segundo o princípio de acolhimento de atividades
e de público", comenta ainda Santos de Miranda. O Sesc só
suspende as atividades quando o processo de construção
ou reforma impede a continuação do funcionamento. Santos
de Miranda conclui dizendo que o grande norteador da instituição
- seja em suas unidades em funcionamento, seja nesses espaços
transitórios - é o compromisso com a qualidade de vida
da comunidade. "Como há carência de equipamentos socioculturais
com recursos humanos capacitados, buscamos atuar nessas lacunas".
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