Postado em 03/11/2008
Cenário Nacional
Entre as novidades deste ano, está a opção do júri – formado pela antropóloga Ângela Mascelani, o artista plástico e acadêmico Percival Tirapeli e o escritor e jornalista Romildo Sant’anna – de escolher obras não por temáticas determinadas, mas justamente pelo contrário: a liberdade de escolha dos temas. Foram avaliadas 904 obras inscritas de 452 artistas e selecionados 107 trabalhos, entre esculturas, pinturas, aquarelas de artistas de todo o Brasil, representando 21 estados. “Se 21 estados da nação estão aqui representados e a produção obrigatoriamente teve que ser recente, no período de dois anos, nada mais justo do que eleger essa bienal como representativa dessa pulsante criação da primeira década do século 21”, comenta Percival Tirapeli. “É expressão pura dos artistas do povo brasileiro que se manifestam com total liberdade e que assim são acolhidos por esta instituição, o Sesc, presente em todo o país, sendo Piracicaba seu local irradiador, condizente com sua cultura em todas as expressões no cenário nacional.”
O objetivo do Sesc São Paulo na realização desse evento, que já ganhou lugar cativo na agenda cultural do estado e do país, é valorizar artistas de fora do contexto acadêmico e teórico. “Se pensarmos que o artista naïf gera sua arte sem a influência de conceitos, imagine o quão difícil pode ser o seu processo de criação”, defende o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda. “A percepção de um mundo novo surge do caos, da desordem, que ele [o artista naïf] alinha, ordena e traduz como arte. É um ser que se debruça sobre seus sentimentos e discorre sobre o universo como uma espécie de deus.”