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postado em 10/08/2021

Ecosofia: uma ecologia para nosso tempo

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Obra do francês Michel Maffesoli aborda os vínculos perdidos entre o homem e a natureza e suas implicações na vida contemporânea


Originalmente lançado em 2017, na França, Ecosofia: uma ecologia para nosso tempo explora as possibilidades de se estabelecer uma solidariedade holística baseada em experiências comunitárias e, nesta edição brasileira, o autor expõe já no prefácio a relação entre seus estudos e a pandemia da Covid-19. Maffesoli é professor emérito da Universidade Sorbonne (Paris V), fundador e diretor do Centre sur l’Actuel et le Quotidien (Centro de Estudos sobre a Atualidade e o Cotidiano), vice-presidente do Institut Internacional de Sociologie (Instituto Internacional de Sociologia) e secretário-geral do Centre de Recherche sur l’Imaginaire (Centro de Pesquisa sobre o Imaginário). Seu vasto currículo já seria o bastante para justificar a ousadia ‘herética’ que assume frente aos interesses políticos, mercadológicos e até acadêmicos, mas neste livro ele vai além e oferece ao público uma visão sobre a necessidade de cooperação do ser humano com relação à natureza para se sobreviver a uma nova era.

A obra aborda algumas discussões intencionalmente ignoradas em instâncias oficiais e civis que atuam pela manutenção do status quo. Uma dessas questões diz respeito, por exemplo, à devastação da natureza imposta pelo racionalismo moderno, mesmo ante as crescentes demandas por ações sustentáveis. Uma das críticas de Maffesoli dirige-se ao estabelecimento subversivo que reduz pessoas ao seu valor-trabalho, o que é encoberto por mecanismos de marketing e de treinamentos corporativos.

No livro, o autor também assinala a necessidade de reconhecimento do passado enquanto elemento de construção de um futuro próspero, evocando, entre seus benefícios, a necessidade de recordação do homem em comunhão estrutural com a natureza. Ao mesmo tempo é preciso se atentar às mudanças de paradigmas. “(...) Está na hora de aplicarmos o novo Discurso sobre o método, que ilumine retrospectivamente. Ou seja, que saiba retroceder do derivado ao essencial”, destaca Maffesoli. Por esse motivo ele expressa, repetidamente, a substituição do termo ‘progressismo’ por ‘progressivo’, em um esforço para desmistificar os discursos em prol da brutalidade dos meios de produção e dar destaque ao senso de comunidade.

Ecosofia: uma ecologia para nosso tempo discorre, ainda, sobre a nuances relativas ao tema e, de modo geral, pode-se dizer que nela há um testamento sobre a necessidade de um olhar voltado ao real, mais livre do jogo social estabelecido dentro do cenário progressista e mercadológico como centros da existência humana.

 


Trecho do livro

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