Sesc SP

postado em 20/04/2017

Araweté: um povo tupi da Amazônia

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Com estudos atualizados sobre os Araweté, livro celebra os trinta anos dos primeiros registros sobre seu aparecimento e disponibiliza ao público uma obra fundamental da antropologia contemporânea

 

Fruto da pesquisa acadêmica realizada na década de 1980 por Eduardo Viveiros de Castro, a primeira edição livro Araweté: um povo tupi da Amazônia foi publicada em 1992, em um esforço de adaptar o texto original a leitores não especializados que demonstraram grande interesse pelo modo de vida dos Araweté. Esta terceira edição, revista e ampliada com novos capítulos desenvolvidos com base em estudos recentes dos antropólogos Camila de Caux e Guilherme Orlandini Heurich, traz informações sobre os Araweté em dois momentos de sua história e mostra seu modo de vida atual em comparação com o período em que Viveiros de Castro conviveu com eles pouco tempo depois do primeiro contato oficial com os brancos. 

Viveiros de Castro obteve autorização para visitar a aldeia no início dos anos 1980, após um ano e meio de negociações com equipes da Funai, à época comandada por militares. Os Araweté tinham somente cinco anos de contato oficial com os brancos. Entre 1981 e 1992, o antropólogo esteve por diversas vezes na aldeia do grupo, situada no igarapé Ipixuna, afluente do médio Xingu, para estudar sua cultura. Nesse período, eles já haviam recuperado parte de seu número de habitantes, depois de terem sido quase dizimados por doenças.

Após intensa campanha, da qual participaram ativamente Viveiros de Castro e o antropólogo Beto Ricardo, um dos fundadores do Instituto Socioambiental (ISA), o Ministério da Justiça delimitou uma área de 985 mil hectares para fins de demarcação, um marco para a proteção e manutenção do modo de vida dos povos da região. Como parte das ações para dar visibilidade ao povo Araweté, nos anos 1990 foi realizada a primeira exposição sobre a etnia, no Centro Cultural São Paulo, com fotos de Viveiros de Castro, Beto Ricardo e Murilo Santos, pinturas e desenhos de Rubens Matuck e curadoria de Rosely Nakagawa.

Em 2015, o Sesc São Paulo realizou, na unidade Ipiranga, a exposição Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo, com curadoria de Veronica Stigger e Eduardo Sterzi, apresentando fotos produzidas por Viveiros de Castro em suas incursões entre povos indígenas da Amazônia. Na ocasião, representantes Araweté estiveram presentes no evento.

Araweté: um povo tupi da Amazônia fornece informações sobre a língua, os rituais de caça, a alimentação, as relações afetivas, sexuais e reprodutivas, as características da agricultura, o xamanismo, as posições hierárquicas da tribo, entre outros aspectos da vida dos índios Araweté. Este é um registro de fundamental importância tanto para o homem branco quanto para os próprios Araweté, um “documento para eles e seus filhos, que possam lembrar como era a vida deles há trinta anos e agora”, afirma Viveiros de Castro.

 

Veja também: 

:: O Estado de S. Paulo | Eduardo Viveiros de Castro investiga cultura araweté

:: Trecho do livro

 

 

* Serviços:

o que:

Lançamento do livro Araweté: um povo tupi da Amazônia

Encontro com Eduardo Viveiros de Castro, mediado pela jornalista da revista Época Juliana Cunha. Com a presença de Kamaratí Araweté e Kurití Araweté.
onde:

Sesc Ipiranga | R. Bom Pastor, 822 - Ipiranga, São Paulo - SP

quando:

27 de abril de 2017, quinta-feira, às 20h

quanto:

Grátis. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência na bilheteria da unidade.

 

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