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postado em 05/10/2018

Bibliotecas para ver

Biblioteca Sainte Geneviève, em Paris - França. Foto: Will Pryce
Biblioteca Sainte Geneviève, em Paris - França. Foto: Will Pryce

      


Seja por meio da exposição em cartaz no Sesc Avenida Paulista ou pelos títulos publicados pelas Edições Sesc, o fascínio exercido pelas bibliotecas continua atraindo olhares que vão além da leitura

 

O escritor argentino Alberto Manguel é fascinado pelo papel transformador da literatura. São muitos os títulos que lançou em torno desse universo do qual é tão íntimo. Um deles, A biblioteca à noite (2006), inspirou o celebrado artista multimídia Robert Lepage e sua companhia Ex Machina a criar, em 2016, a exposição homônima para celebrar o 10º aniversário da Biblioteca e Arquivos Nacionais de Quebec, no Canadá, em 2016. A fascinante mostra passou pela França no ano seguinte e acaba de desembarcar no Brasil, onde poderá ser vista até 10 de fevereiro de 2019, no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo.

A exposição A biblioteca à noite desperta um olhar mais profundo em torno do papel e importância das bibliotecas pelo mundo. Esse lugar mítico, que tem por objetivo guardar e garantir a preservação dos livros, não só sobreviveu à era digital, como se reinventou para voltar a atrair o público e perpetuar seu papel de referência sociocultural.

É o fascínio pelas bibliotecas que estimulou o arquiteto e historiador W. P. Campbell a escrever A biblioteca: uma história mundial, lançado em 2015 pelas Edições Sesc. No livro, o leitor entra em contato com a história de oitenta bibliotecas, da Mesopotâmia antiga ao Japão moderno, além de poder admirar as dezenas de fotos de Will Pryce, um dos fotógrafos de interiores e arquitetura mais importantes do mundo.

No mesmo território temático, mas desta vez mais voltado a entender o leitor e como ele se relaciona com o livro, as Edições Sesc publicaram O leitor como metáfora: o viajante, a torre e a traça, em 2017, do mesmo Alberto Manguel cuja obra inspira a exposição no Sesc Avenida Paulista. Na publicação, o escritor argentino define três tipos de leitores e suas características, traçando um inventário de significações e desvelando as metamorfoses da leitura ao longo dos séculos.


A mostra

Inovadora e surpreendente, A biblioteca à noite é daquelas exposições que merecem várias visitas. Isso porque a cada vez que o espectador passar por ela será possível explorar algo novo. O que Robert Lepage e sua Ex Machina conseguiu foi proporcionar ao público uma verdadeira imersão, cenográfica e tecnológica – com uso da realidade virtual conhecida como 3D 360 ° VR –, por dez bibliotecas reais e imaginárias.

Da biblioteca de Sainte-Geneviève, em Paris, a espaços que vão de Sarajevo até a Cidade do México, passando por Alexandria, Áustria e Copenhague, cabe ao visitante desbravar os segredos de tais lugares enquanto o ambiente vai escurecendo, como é característico da proposta da mostra.

Além disso, a exposição é uma oportunidade para se conhecer o trabalho conceituado de Lepage, que excursiona o mundo com espetáculos teatrais, óperas, além de produzir shows e instalações. Sobre ele, vale a leitura de Robert Lepage: conversas sobre arte e método, da jornalista alemã Renate Klett, também lançado pelas Edições Sesc em 2017.

 

Veja também:

:: A biblioteca à noite: exposição revela o lado mítico e filosófico de bibliotecas reais e imaginárias

:: Robert Lepage e Ex Machina apresentam espetáculo 887 no Sesc Pinheiros

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