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Vanguardismo, liberdade, ousadia e resistência: conheça quatro livros sobre personalidades femininas na arte brasileira

Separar a humanidade por “gêneros” e delegar todo o poder do mundo para os que se julgam mais fortes fisicamente são, talvez, as maiores provas de que o ser humano deixa muito a desejar em sua real evolução espiritual e na dissolução de paradigmas culturais de desigualdade. A mulher ter que conquistar seu espaço, requerendo para si o simples direito de fazer parte ativa da sociedade, é uma tarefa que ainda precisa ser empreendida cotidianamente.

A história, sempre escrita pelos homens, deve ser constantemente revista, para que não percamos de vista os erros bárbaros a que as civilizações nos relegaram e evitá-los para que não os recriemos de forma cada vez mais sórdida.

Mês da mulher

Neste 8 de março, as Edições Sesc São Paulo parabenizam a todas as mulheres pelas suas lutas e conquistas e relembram quatro obras do seu catálogo dedicadas a personalidades femininas que deixaram sua marca na arte brasileira:

Tarsila do Amaral, a modernista
Expoente do modernismo brasileiro, Tarsila do Amaral traçou diálogos inéditos entre as tradições brasileiras e a arte europeia. A trajetória libertária da artista, uma  vanguardista também em relação ao papel da mulher na sociedade, é recriada por Nádia Gotlib na biografia Tarsila do Amaral, a modernista. Relançada recentemente em edição revista e ampliada, a obra reúne depoimentos, entrevistas, memórias e poemas que denotam a influência de Tarsila não apenas nas artes visuais, mas também na literatura brasileira.

Fernando Lemos Hilda Hilst
Ficcionista, cronista, dramaturga e poeta, Hilda Hilst foi reconhecida, após a sua morte, como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Assim como seus textos, o semblante de Hilda se eternizou em fotografias marcantes, algumas delas produzidas pelo poeta, fotógrafo e designer português Fernando Lemos – também frequentador da cena intelectual e artística paulistana na década de 1950 e amigo pessoal de Hilda. Publicado pelas Edições Sesc em 2018, o livro Fernando Lemos Hilda Hilst resgata uma série de retratos inéditos da escritora feitos por Fernando em 1959 e conta com ensaio de Augusto Massi comentando o encontro entre os dois poetas.

Marianne Peretti: a ousadia da invenção
Primeira mulher a integrar equipe de Niemeyer na construção de Brasília, Marianne Peretti assina os vitrais de obras monumentais da capital federal. A trajetória da artista franco-brasileira é narrada por Tactiana Braga em Marianne Perreti: a ousadia da invenção. Farto em imagens, o livro apresenta as principais obras da artista franco-brasileira e traz curiosidades sobre o processo criativo de Marianne, que desenhou todas os projetos à mão em escala real.

Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico
Fernanda Montenegro completou em outubro 89 anos de vida, sendo 70 deles dedicados ao teatro. A atriz revisita suas memórias em Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico, uma homenagem ao trabalho da artista que deixa sua contribuição para a formação do imaginário e da cultura brasileira, consciente de que a mesma está entre os bens mais preciosos de um povo –“Sem cultura você tem a fronteira, o país, mas não tem uma nação”, afirmou em entrevista concedida ao Le Monde Diplomatique Brasil. São quinhentas páginas divididas em 11 capítulos organizadas cuidadosamente pela própria atriz, que narra, por meio das imagens, momentos marcantes da sua trajetória pessoal e profissional.

Em breve

Está em fase final de produção o livro Beauvoir presente, de Julia Kristeva. Crítica e afetiva é a análise que a autora empreende da obra da filósofa e ativista política Simone de Beauvoir, ícone do pensamento feminista e existencialista do século XX. Neste livro, Kristeva explora a contemporaneidade dos conceitos de que trata a autora de O segundo sexo frente às temáticas e aos desafios atuais dos movimentos feministas e da luta pelos direitos das mulheres. 

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