Sesc SP

postado em 03/05/2019

Antunes Filho (1929-2019)

Foto: Emidio Luisi
Foto: Emidio Luisi

      


Morre, aos 89 anos, "o poeta da cena", deixando na história do teatro brasileiro a marca de uma obra comprometida com as questões humanas e universais

 

José Alves Antunes Filho é considerado um dos mais influentes diretores do teatro brasileiro. Pertencente à primeira geração de encenadores do país, discípulo dos diretores do Teatro Brasileiro de Comédia, Antunes iniciou sua carreira em 1949, atuando no Centro Acadêmico Horácio Berlinck sob a direção de Osmar Rodrigues Cruz. Participou ativamente do movimento de renovação cênica surgido nos anos 1960 e fins de 1970.  Em 1982, após ter conduzido grandes atores em montagens premiadas como Vereda da salvação, Macunaíma, Paraíso Zona Norte e Vestido de noiva, dentre muitas outras, Antunes Filho cria, junto ao Sesc São Paulo, o CPT - Centro de Pesquisa Teatral, promovendo tanto a continuidade das pesquisas estéticas do Grupo Macunaíma quanto das atividades de formação de atores e outros criadores cênicos. 

A força de suas criações o projetaram como um dos mais prestigiosos encenadores na cena internacional. Seus espetáculos veicularam todo um pensamento sobre o teatro contemporâneo e refletiram uma metodologia que envolve os intérpretes no estudo da estética, da filosofia, das fontes teóricas e dos documentos históricos associados ao tema encenado. Nesse sentido, cada uma de suas encenações foi elaborada a partir de um patamar atingido na obra anterior, numa proposta de investigar um elemento estrutural de composição da cena cujo domínio interessa à formação do ator e à definição conceitual do fazer teatral. 

Pelas Edições Sesc São Paulo, foram publicados em sua homenagem os livros Hierofania: o teatro segundo Antunes Filho (2010), de Sebastião Milaré, e Antunes Filho: o poeta da cena (2011), de Emidio Luisi e Sebastião Milaré, livros  que investigam tanto seu processo criativo quanto a dimensão estética de suas encenações.  Antunes Filho faleceu na noite desta quinta-feira (02), aos 89 anos, vítima de um câncer no pulmão, deixando na história do teatro brasileiro a marca de uma obra comprometida com as questões humanas e universais.  

 

Veja também:

:: O teatro como travesssia | Em Antunes Filho: poeta da cena, o fotógrafo Emidio Luisi e o crítico Sebastião Milaré registram a trajetória de um mestre inquieto

:: A transfiguração de um encenador em mestre | Joia rara na bibliografia sobre o teatro brasileiro, Hierofania, de Sebastião Milaré, analisa o sistema e o método de trabalho do diretor Antunes Filho

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