Sesc SP

postado em 27/06/2019

Coleção Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi na Casa de Vidro. Foto: Chico Albuquerque/Convênio MIS SP/IMS
Lina Bo Bardi na Casa de Vidro. Foto: Chico Albuquerque/Convênio MIS SP/IMS

      


Caixa com livros dedicados a seis projetos emblemáticos da arquiteta ítalo-brasileira volta às lojas em nova impressão


A Coleção Lina Bo Bardi, que reúne seis volumes dedicados aos mais notáveis projetos arquitetônicos realizados por Lina no Brasil, está de volta ao catálogo das Edições Sesc São Paulo em nova impressão. Composta por uma caixa com seis livros, a obra foi lançada em parceria com o IPHAN em 2014, marcando o centenário de nascimento da arquiteta italiana radicada no Brasil. A nova impressão é exclusiva das Edições Sesc e conta com apoio do Instituto Lina Bo Bardi.

Com organização do arquiteto Marcelo Ferraz, os livros trazem croquis, aquarelas, desenhos simples feitos à mão, maquetes, imagens da época das construções e fotos atuais, além de textos da própria Lina e de outros autores, todos em português e inglês. Saiba mais:

 

Rampas internas do MASP. Foto: Acervo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

 

MASP  (Museu de Arte de São Paulo)
Uma das obras mais icônicas da capital paulista, o MASP tem seu projeto esmiuçado neste volume, tanto em aspectos estruturais, quanto do uso do espaço. Uma curiosidade em especial vem à tona, a respeito do seu famoso vão: “Não foi uma excentricidade, o que em linguagem popular se poderia chamar uma ‘frescura arquitetônica'. Aquele terreno, onde estava o antigo Belvedere do Trianon, foi doado por uma família de São Paulo que impôs como condição a manutenção daquela vista, que deveria ficar para sempre na história da cidade”, explica Lina em um dos textos que integram o livro. 

A publicação conta ainda com um texto do arquiteto holandês Aldo van Eyck.

Sesc Pompeia
Composta por textos de Lina, André Vainer, Marcelo Ferraz e Cecília Rodrigues dos Santos, o volume dedicado ao Sesc Pompeia remonta a sua história a partir do primeiro contato da arquiteta com o local. "Entrando pela primeira vez na então abandonada Fábrica de Tambores da Pompeia, em 1976, o que me despertou curiosidade, em vista de uma eventual recuperação para transformar o local em centro de lazer, foram os galpões distribuídos racionalmente conforme os projetos ingleses do começo da industrialização europeia (...). Lembrando cordialmente o pioneiro Hennebique, pensei logo no dever de conservar a obra.", declara a arquiteta.

Solar do Unhão
Volume dedicado ao projeto de restauração do Solar do Unhão, em Salvador. O livro recupera os critérios propostos por Lina para recuperação do conjunto arquitetônico e apresenta também um texto de André Vainer, para quem o espaço "permanece até hoje como uma sombra do que ali se passou”.

“Solitária, dedicada e tomadora de conta, Lina trabalhava 14, 16 horas por dia para edificar o que poderia ter sido e foi, por um instante, um projeto político para uma região do país dominada por oligarquias seculares que pretendiam, na manutenção da miséria, o poder sem fim", relata Vainer, em referência ao fechamento do espaço um ano e meio após reinauguração.

 

Croqui do Teatro Oficina assinado por Lina Bo Bardi. Foto: Acervo Instituto Lina Bo e P. M. Bardi


Teatro Oficina
A publicação sobre a reforma do Teatro Oficina traz um texto de José Celso Martinez Corrêa, diretor que há mais de sessenta anos encena suas peças naquele local.  Também colabora com este volume o arquiteto Edson Elito, que relata suas memórias sobre o projeto. “As reuniões de trabalho eram feitas ao redor de uma grande mesa circular de mármore, após a pasta e o vinho, ou ao pé da lareira, na Casa de Vidro, residência de Pietro e Lina”, relembra Elito.


Casa de Vidro
O livro dedicado ao projeto da Casa de Vidro, conta com um texto do organizador da coleção, o arquiteto Marcelo Ferraz, e também com relatos de Lina sobre a casa onde morou até a sua morte, em 1992. "Foi a primeira casa que se construiu no Jardim Morumbi, quando o bairro ainda tinha esse nome (...). Atrás da antiga Casa da Fazenda (...) estendia-se o lago (...), com uma mata Atlântica ao fundo", relata a arquiteta em um dos textos que integram este volume.

Igreja Espírito Santo do Cerrado
Hoje tombada como patrimônio histórico, a Igreja Espírito Santo do Cerrado, em Uberlândia, é a única obra de Lina em Minas Gerais. Conjunto de igreja, centro comunitário e casa paroquial, a obra foi realizada em parceria com a comunidade. "A igreja foi construída por crianças, mulheres e pais de família, em pleno cerrado, com materiais muito pobres: coisas recebidas de presente, em esmolas. (...) O que houve de mais importante na construção da Igreja do Espírito Santo foi a possibilidade de um trabalho conjunto entre arquiteto e mão de obra", observa Lina.

O texto que acompanha o volume é de Edmar de Almeida.

 

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