Sesc SP

postado em 17/07/2019

Beauvoir presente

Arte: Mariana Rosa |Sesc
Arte: Mariana Rosa |Sesc

      


Psicanalista e escritora Julia Kristeva analisa o legado de Simone de Beauvoir em obra dedicada à filósofa francesa



O direito das mulheres ao voto, à formação intelectual, ao trabalho, à livre expressão e à liberdade de escolha sobre o próprio corpo são pautas que, ainda hoje, são motivo de reivindicação em algum lugar do mundo.

Com olhar atento aos desafios da luta pelos direitos humanos e civis das mulheres, as Edições Sesc São Paulo publicam Beauvoir presente, obra que compila análises e visões da psicanalista e escritora Julia Kristeva sobre o legado da filósofa existencialista Simone de Beauvoir (1908-1986).

O livro reúne conferências, artigos e uma entrevista nos quais Kristeva se dedica à obra e à persona de Beauvoir, abordando temáticas como a igualdade dos sexos; a revolução antropológica com a qual o feminismo se funde; e a multifacetada obra filosófica, política e ativista de Beauvoir, com destaque para O segundo sexo. A relação da filósofa francesa com a escrita e suas incursões pela literatura ganham igual destaque na análise de Kristeva, que, como psicanalista, resgata aspectos de sua vida íntima, como a conturbada relação com o também filósofo existencialista Jean-Paul Sartre. O livro traz também um conjunto de sonhos registrados por Beauvoir, analisados no artigo “Beauvoir sonha”.

Kristeva discute ainda os reflexos da obra e do pensamento beauvoiriano para as gerações seguintes, assim como sua atualidade frente às pautas do feminismo hoje. Dessa forma, complementam a análise textos dedicados aos direitos das mulheres na China, à luta contra o fundamentalismo no Paquistão e aos casos de violação de direitos praticados por regimes fundamentalistas.

 


Trecho do livro

 

De origem búlgara e radicada na França desde a década de 1960, Julia Kristeva mantém-se como uma das principais pensadoras do estruturalismo e do pós-estruturalismo francês, tendo compartilhado suas ideias com Roland Barthes, Tzvetan Todorov, Gérard Genette, Michel Foucault e Louis Althusser, entre outros. Foi a primeira laureada pelo Prêmio Holberg, que celebra as ciências humanas, em 2004. Dois anos depois, recebeu o Prêmio Hannah Arendt por seu pensamento político e, em 2008, o Prêmio Vaclav Havel para a cultura europeia. Doutora honoris causa por várias universidades nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, é autora de cerca de trinta obras, entre ensaios e romances. Pelas Edições Sesc, tem publicado ainda o título Meu alfabeto: ensaios de literatura, cultura e psicanálise (2017).

 

 

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